Neste domingo, 3, os cidadãos venezuelanos expressaram, por meio de um referendo, sua recusa à jurisdição do Tribunal Internacional de Justiça no que diz respeito à disputa territorial com a Guiana, respaldando assim a concepção de um novo estado na região de Essequibo. Os resultados divulgados pela autoridade eleitoral local revelaram que mais de 95% dos votantes deram seu aval às cinco questões propostas pelo governo.
Essequibo, uma província abundante em recursos hidrocarbonetos, tem sido alvo de discordância entre os dois países desde 1841, apesar de sua designação oficial pertencer à Guiana. A implementação da anexação sugerida pela Venezuela ainda carece de esclarecimentos detalhados.
Elvis Amoroso, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), anunciou a contagem de 10.554.320 votos, excluindo os votos da prorrogação de duas horas na votação. Ele caracterizou a vitória como “clara e avassaladora a favor do Sim”, refletindo um apoio massivo.
O presidente Maduro celebrou o resultado como um “referendo histórico”, enquanto o presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, expressou cautela em relação ao processo. Ali reiterou o compromisso do país com a diplomacia para manter as fronteiras inalteradas, observando de perto os desenvolvimentos futuros.
A votação, originalmente programada das 6h às 18h locais, foi estendida até as 20h pela decisão do CNE. Cerca de 20,7 milhões de venezuelanos foram convocados para votar em uma população de quase 30 milhões.
A disputa pelo território de Essequibo entre Venezuela e Guiana transcende mais de um século. Desde o final do século 19, a Guiana mantém controle sobre essa região, que representa cerca de 70% de seu território e abriga aproximadamente 125 mil habitantes.
Conhecida na Venezuela como Guiana Essequiba, essa área é coberta por densa vegetação e ganhou destaque em 2015 com a descoberta de reservas petrolíferas. Estima-se que a Guiana possua cerca de 11 bilhões de barris de petróleo, principalmente em áreas “offshore”, próximas a Essequibo. Esse recurso impulsionou o notável crescimento econômico da Guiana, posicionando-a como o país sul-americano de maior expansão nos últimos anos.
As reivindicações territoriais baseiam-se em documentos internacionais. A Guiana fundamenta sua posse no território com base no laudo de 1899, originado em Paris, que estabeleceu as fronteiras atuais quando a Guiana ainda era um território britânico.
Por outro lado, a Venezuela defende sua soberania com base em um acordo de 1966 com o Reino Unido, anterior à independência da Guiana. Esse acordo anulou o laudo arbitral de 1899, abrindo espaço para uma solução negociada entre as partes. Essa controvérsia persistente tem impacto direto na geopolítica regional devido aos recursos naturais estratégicos encontrados na área.
Nelson
04/12/2023 - 18h08
Nosso emérito comentarista diz abominar ditaduras, mas apoia a ditadura que os governos dos Estados Unidos impõem ao planeta já há várias décadas e que, se for preciso, levarão a humanidade à terceira guerra mundial para manter esse domínio ditatorial.
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Nosso emérito comentarista diz abominar “ditaduras que matam jornalistas”, mas apoia a ditadura sionista que já assassinou mais de 60 desde o dia 07 de outubro.
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Nosso emérito comentarista poderia nos explicar que ditadura é essa que, segundo ele, temos na Venezuela, em que o “ditador” se submete a perguntar ao povo se deve ou não tomar essa ou aquela medida.
Patriotário
04/12/2023 - 16h15
#bolsonaroladrão
EdsonLuiz.
04/12/2023 - 12h16
E continua “ocafezinho” a repercutir os interesses espúrios e muitas vezes criminosos de ditaduras.
Lamentável! Muito lamentável!
E são ditaduras que matam jornalistas, matam mulheres que denunciam imposições machistas (MATAM !)…
Você aceita ser jornalistas e trabalhar na China, se você tive dignidade profissional?
E na Venezuela, aceita trabalhar e dar notícias de que pode invadir um país pacífico?
No Irã… na Rússia… em Cuba:: se você é jornalista e tem dignidade profissional, você aceita trabalhar?
bandoleiro
04/12/2023 - 10h32
Serio ? Quem diria…