Dino destaca soberania do Brasil e diz que PF não vai se e curvar a pressão estrangeira

Diante das preocupações levantadas por diversos setores em relação à operação conjunta entre a Polícia Federal brasileira e o Mossad, serviço de inteligência de Israel, que resultou na prisão de cidadãos brasileiros supostamente envolvidos em planos de ataques terroristas com o apoio do grupo Hezbollah, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), reafirmou a soberania do Brasil e a independência da Polícia Federal em relação a qualquer influência estrangeira.

Dino enfatizou que as ordens de prisão cumpridas na quarta-feira, 8, foram baseadas em decisões do Poder Judiciário do Brasil.

Ele destacou a responsabilidade da Polícia Federal em investigar quaisquer indícios apresentados, ressaltando que sua atuação é estritamente regida pelas leis nacionais, sem envolvimento em questões de política internacional. A declaração de Dino foi divulgada em sua conta no X, antigo Twitter, nesta quinta-feira, 9.

Leia a publicação completa!

1.O Brasil é um país soberano. A cooperação jurídica e policial existe de modo amplo, com países de diferentes matizes ideológicos, tendo por base os acordos internacionais. 

2.Nenhuma força estrangeira manda na Polícia Federal do Brasil. E nenhum representante de governo estrangeiro pode pretender antecipar resultado de investigação conduzida pela Polícia Federal, ainda em andamento; 

3.Quem faz análise da plausibilidade de indícios que constam de relatórios internacionais são os delegados da Polícia Federal, que submetem pedidos ao nosso Poder Judiciário; 

4.Os mandados cumpridos ontem, sobre possível caso de terrorismo, derivaram de decisões do Poder Judiciário do Brasil. Se indícios existem, é DEVER da Polícia Federal investigar, para CONFIRMAR OU NÃO as hipóteses investigativas; 

5.A conduta da Polícia Federal decorre exclusivamente das leis brasileiras, e nada tem a ver com conflitos internacionais. Não cabe à Polícia Federal analisar temas de política externa; 

6.As investigações da Polícia Federal começaram ANTES da deflagração das tragédias em curso na cena internacional; 

7.Apreciamos a cooperação internacional cabível, mas repelimos que qualquer autoridade estrangeira cogite dirigir os órgãos policiais brasileiros, ou usar investigações que nos cabem para fins de propaganda de seus interesses políticos; 

8.Quando legalmente oportuno, a Polícia Federal apresentará ao Poder Judiciário do Brasil os resultados da investigação técnica, isenta e com apoio em provas analisadas EXCLUSIVAMENTE pelas autoridades brasileiras.