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Marcelo D2 se emociona ao lembrar de Chico Science: ‘Ele aqui hoje em dia estaria tocando o terror’

Carioca relembrou como conheceu Chico e a Nação Zumbi nos anos 1990 durante entrevista coletiva antes de show no festival Coquetel Molotov, no Recife: ‘Quando eles chegaram, o nível mudou’ Publicado em 20/10/2023 – 18h42 | Atualizado em 21/10/2023 – 10h59 Por Emannuel Bento JC — Marcelo D2 não pôde deixar de citar Chico Science […]

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Reprodução Instagram

Carioca relembrou como conheceu Chico e a Nação Zumbi nos anos 1990 durante entrevista coletiva antes de show no festival Coquetel Molotov, no Recife: ‘Quando eles chegaram, o nível mudou’

Publicado em 20/10/2023 – 18h42 | Atualizado em 21/10/2023 – 10h59

Por Emannuel Bento

JC — Marcelo D2 não pôde deixar de citar Chico Science e a Nação Zumbi durante entrevista coletiva antes de sua participação no 20º No Ar Coquetel Molotov, realizado no Recife neste sábado (21). O seu novo disco, “IBORU, que sejam ouvidas nossas súplicas”, cria diálogos entre as batidas do rap e a cadência do samba, um tipo de mistura que o grupo pernambucano também fez nos anos 1990 ao unir maracatu, coco e ciranda com rock e hip hop.

O carioca disse como conheceu o Chico e a Nação: “Em 1993, eu estava tocando em um barzinho, o Barco, um lugar que cabe 100 pessoas em Ipanema. De repente, olhei para o lado e vi três maluquinhos com chapéu de coco. Pensei: ‘acho que já vi esses caras’. Eram Chico, Jorge du Peixe e Lúcio Maia. Eles já tinham ouvido falar em Planet Hemp e foram lá para nos conhecer. A gente fez uma jam session tocando Public Enemy”.

O artista também relembrou de quando viu o grupo tocando pela primeira vez em um estúdio. “Eles iam fazer uma apresentação para os diretores da Sony e para o Liminha, que produziu o disco de 1994. A gente já estava fazendo essa amizade, então eles passaram no estúdio que a gente ensaiava, o Groove.”

D2 recordou o quanto ficou impactado ao ver Chico e a Nação se apresentando nessa ocasião. “Eu pensei: mano, fudeu. A gente tá fudido. Como vamos tocar no mesmo espaço que esses caras? A gente tem que melhorar muito. Para mim, o Nordeste como um todo reviveu após o Chico”.

“Ele me fez olhar para o Brasil de uma maneira muito diferente. O manguebeat me fez entender o Rio de Janeiro de uma maneira mais legal. Eu tinha um certo confronto para entender a cidade partida que é o Rio. Isso ocorreu comigo e com todo mundo. Quando Chico e a Nação chegaram, o nível mudou muito. A gente pensou: Temos que fazer algo maior do que estamos fazendo.”

Para ele, o reconhecimento do legado do manguebeat deve crescer com o tempo. “Vamos olhar para esse movimento com uma importância tão grande quanto olhamos para a Tropicália e Bossa Nova. Esse movimento é essencial para a gente chegar onde chegou. Fico feliz de passear pelo Recife e ver a cara do Chico em vários lugares. Para mim, é até emocionante”, disse o rapper, com a voz embargada.

“É f*da. É bonito demais, tá ligado? Tenho muita saudade, assim como toda pessoa que conhece um pouco da obra dele. É aquela coisa de pensar: como seria se ele estivesse aqui até hoje? É a coisa que mais penso. O Chico aqui hoje em dia… Iria estar tocando o terror. Ele fez tudo aquilo o que fez com apenas dois discos.”

Investindo em experimentações com o samba, D2 afirmou que deseja que esse ritmo seja mais consumido e reconhecido pelas novas gerações. “Ninguém ouvia maracatu nos anos 1990 e o Chico resgatou isso. A gente, enquanto artista, procura essa união que vai gerar essa conexão com o público e com o que vai tocar as pessoas. Acho que tá na hora do samba ser reconhecido do jeito que ele tem que ser. O samba é uma música revolucionária, de tradição, que carrega tanta coisa.”

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