O Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa, entrou em contato com os principais líderes da Abin na sexta-feira, 20 de outubro, após a Polícia Federal iniciar uma investigação sobre a utilização inadequada de um sistema confidencial de rastreamento de localização de dispositivos móveis pela agência. Com informações do Metrópoles.
Foi descoberto pelo site que, ainda durante a manhã, enquanto a Polícia Federal executava mandados de prisão e busca e apreensão envolvendo funcionários da Abin, o Ministro Rui Costa se encontrou informalmente com o diretor-adjunto da agência, Alessandro Moretti, no Palácio do Planalto. Esse encontro não foi registrado na agenda oficial do ministro.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) está sob a jurisdição da Casa Civil. Conforme informações provenientes do interior da pasta, a operação realizada na sexta-feira aumentou a pressão dentro do Palácio do Planalto para que o Ministro Rui Costa substitua o líder da agência. Atualmente, a Abin é dirigida por Luiz Fernando Corrêa, que anteriormente liderou a Polícia Federal durante o segundo mandato do ex-presidente Lula.
De acordo com as apurações conduzidas pela Polícia Federal, funcionários da Agência empregaram o sistema confidencial para rastrear jornalistas, advogados, políticos e até mesmo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) nos primeiros três anos do governo de Jair Bolsonaro. Naquele período, a agência era liderada por Alexandre Ramagem, que atualmente ocupa o cargo de deputado federal pelo Partido Liberal (PL).
Com base nas descobertas da investigação, a PF executou nesta sexta-feira um total de 25 mandados de busca e apreensão, além de dois mandados de prisão, a maioria deles direcionados a servidores da Abin.
A operação recebeu autorização do ministro do Supremo Alexandre de Moraes, que também ordenou o afastamento de alguns dirigentes da agência.
Entre os indivíduos afastados está o Secretário de Planejamento e Gestão da Abin, Paulo Fortunato, que ocupa a terceira posição na hierarquia do órgão. Esta foi a segunda vez que Fortunato foi afastado de uma função de liderança na agência. O mesmo ocorreu em 2008, durante o segundo governo de Lula.
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