RFI – Os aeroportos de Lyon-Bron, Toulouse, Nice, Beauvais e Nantes foram esvaziados nesta quarta-feira (18), depois de ameaças de atentado recebidas por email, segundo a polícia francesa.
Em Nice, de acordo com a assessoria de imprensa do aeroporto, foi encontrada apenas uma mala abandonada suspeita,”o que é frequente, mas exige isolar a área. Tudo já voltou ao normal”.
O porta-voz da DGAC (Direção Geral da Aviação Civil), confirmou os alertas de bomba apenas em quatro cidades: Lille, no norte, Lyon, Toulouse, no sul, e Beauvais, a cerca de 90 quilômetros da capital, sem dar maiores detalhes. As ameaças não envolvem os aeroportos Roissy-Charles de Gaulle e Orly. Em Lyon, os voos foram retomados, mas nos outros aeroportos ainda são registrados atrasos.
Em Lille, o aeroporto foi esvaziado por volta das 10h30 no horário local. Os voos vindos do Marrocos, Genebra e Constantine, na Argélia, que deveriam aterrissar entre 11h05 e 11h40, foram desviados. “Os serviços de segurança estão no local”, escreveu o aeroporto na rede X. Todas as ameças estão sendo verificadas, segundo as autoridades francesas.
O aeroporto de Lille-Lesquin, no norte, também foi esvaziado para verificação de um alerta a bomba, de acordo com informações da rádio francesa France Info.Ataque em escola – Os alertas a bomba multiplicaram após o atentado de Arras, no norte do país, na última sexta-feira (13), que resultou no assassinato do professor de francês, Dominique Bernard, 57 anos. O museu do Louvre foi evacuado no sábado (14) e o palácio de Versalhes sábado e terça-feira (17). O colégio Gambeta d’Arras, onde o professor foi morto, foi esvaziado na segunda-feira após receber ameaças.
A justiça francesa ordenou a prisão preventiva do homem que assassinou e reivindicou o crime em nome do grupo extremista Estado Islâmico.
Mohammed Mogouchkov, um russo de 20 anos que tinha ficha criminal por radicalização, foi acusado de assassinato e tentativas de assassinato em um ato terrorista, entre outras acusações, anunciou a Procuradoria Nacional Antiterrorista (Pnat).
O juiz de instrução também acusou o irmão de Mougochkov de 16 anos por cumplicidade, como foi solicitado pelo procurador antiterrorista Jean-François Richard, por considerar que ele foi cúmplica ao prestar “algum tipo de apoio”, em particular no “uso de facas”.
Os dois foram colocados em prisão preventiva. A justiça também acusou um primo dos dois, de 15 anos, por ter conhecimento do plano de ataque e não fazer nada “deliberadamente” para impedir o crime.
Mogouchkov assassinou na sexta-feira (13) Dominique Bernard, professor de francês de 57 anos, na escola em que foi aluno em Arras (norte), quase três anos após o assassinato, na região de Paris, do professor Samuel Paty por outro islamita radical.
Fidelidade ao grupo EI
Antes de esfaquear Bernard, o criminoso gravou um áudio em que jurava lealdade ao EI e mencionou “apoio aos muçulmanos” no Iraque, Ásia e Palestina, mas sem vincular “diretamente” o ataque à guerra entre Israel e Hamas, afirmou Richard.
Minutos antes do ataque, o jovem também gravou um vídeo diante de um monumento em homenagem aos mortos no qual atacou os “valores dos franceses”, com palavras “muito ameaçadoras”, acrescentou o procurador.
A França decidiu na noite de sexta-feira, após o atentado de Arras, elevar o nível de alerta para “emergência atentado”, o mais alto, que permite a mobilização excepcional de policiais e militares O governo francês anunciou no sábado a mobilização de 7.000 soldados por todo o território.
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