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O terraplanismo do Valor Econômico para defender bilionário

Não há como ignorar a relevância do Valor Econômico no que diz respeito ao jornalismo econômico e político. Como leitor e jornalista, por vezes busco informações mais apuradas sobre esses dois assuntos no site, por justamente reconhecer a qualidade das reportagens. Mas justamente por ter esse reconhecimento que eu me sinto na obrigação de criticar […]

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Não há como ignorar a relevância do Valor Econômico no que diz respeito ao jornalismo econômico e político. Como leitor e jornalista, por vezes busco informações mais apuradas sobre esses dois assuntos no site, por justamente reconhecer a qualidade das reportagens.

Mas justamente por ter esse reconhecimento que eu me sinto na obrigação de criticar quando leio algo totalmente desonesto. Numa reportagem publicada hoje, o Valor literalmente adotou uma narrativa terraplanista para defender que bilionário continue sonegando imposto no país.

A estratégia de confundir os leitores já começa no título: “Contribuintes sofrem derrotas bilionárias com volta do voto de qualidade do Carf“. Ora, primeiramente que quem deve bilhões não é o contribuinte comum, de baixa ou média renda, mas aquele que além de usar a estrutura econômica do estado para desenvolver seus negócios, não cumprem com seus compromissos tributários e praticam a sonegação.

Segundo, é lógico e evidente que o Valor tenta desqualificar o direito do atual governo em fazer o mínimo de justiça tributária e exercer o direito de cobrar aquilo que lhe é devido. Para tentar defender os grandes devedores, a reportagem usa como espantalho a Petrobras que recentemente perdeu uma ação na Câmara Superior do Carf, graças ao voto de qualidade, e terá que pagar aos cofres públicos cerca de R$6,5 bilhões em tributos.

Ora, seja no estado capitalista ou socialista, por exemplo, nenhuma estatal fica isenta de retornar ao estado o investimento injetado, seja pelo lucro e/ou pela tributação. Pelo contrário, a empresa pública tem de servir como exemplo no que diz respeito a ter seus impostos pagos em dia. Sendo assim, não há nenhuma razão lógica e honesta para deslegitimar a expectativa do governo em arrecadar R$54 bilhões em 2024 com o voto de qualidade.

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Gabriel Barbosa

Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb

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Comentários

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Nelson

07/10/2023 - 17h24

Não há surpresa alguma na postura adotada por esse jornal. Conforme eu já tinha escrito em comentário recente neste sítio, os órgãos da mídia hegemônica vêm demonstrando, historicamente, que não tem qualquer compromisso para com a esmagadora maioria do povo brasileiro. Seu metiér são os grandes negócios, o grande capital, os ricaços, milionários e bilionários.

A liberdade de imprensa praticada por essa mídia é condicionada. Se instada a escolher entre a liberdade de imprensa e o patrocínio via gordas verbas publicitárias oriundas do grande capital, a grande mídia não terá pruridos em optar pelo segundo.

Então, não é surpresa vermos a mídia hegemônica não demonstrar qualquer apoio à correção da vergonhosa injustiça que vige no Brasil, onde trabalhadores, urbanos e rurais, micro, pequenos e médios empresários pagam proporcionalmente um volume de impostos muitíssimo maior do que os ricaços.

Paulo

06/10/2023 - 23h16

Esse tal “voto qualitativo” é uma excrescência, de fato, no que tenta desigualar as partes e instituir, “a contrario sensu”, o “in dubio pro Fisco”, contra todo o Direito conhecido. Mas concordo com o articulista no sentido de que a matéria do Valor Econômico é tendenciosa e falaciosa…

Fanta

06/10/2023 - 15h05

O voto de qualidade é um roubo legalizado ao contribuinte.


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