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Mourão tenta desprezar a gravidade do plano golpista de Bolsonaro

Durante uma entrevista ao jornalista Lauriberto Pompeu, do Globo, o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão, do Republicanos-RS, demonstrou ceticismo em relação à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Além disso, Mourão minimizou o suposto encontro conspiratório entre Bolsonaro e líderes das Forças Armadas, revelado por meio do depoimento de Cid […]

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Foto: Romério Cunha/VPR

Durante uma entrevista ao jornalista Lauriberto Pompeu, do Globo, o ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão, do Republicanos-RS, demonstrou ceticismo em relação à delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Além disso, Mourão minimizou o suposto encontro conspiratório entre Bolsonaro e líderes das Forças Armadas, revelado por meio do depoimento de Cid à Polícia Federal (PF).

O general não viu grande gravidade na famigerada reunião, na qual Mauro Cid afirma que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, teria apoiado o plano golpista apresentado por Bolsonaro. Embora ele reconheça méritos nas negociações entre o ministro da Defesa, Múcio Monteiro, e os militares, Mourão fez ataques duríssimos contra o ministro da Justiça, Flávio Dino, por sua postura em relação à investigação da PF, alegando que ele “se manifesta em excesso”.

Quando questionado sobre a delação de Mauro Cid, que sugere a participação de Garnier em um plano de golpe, Mourão evitou o assunto, afirmando que estava fora do Exército na época e, portanto, não deveria emitir opiniões sobre assuntos relacionados a militares em atividade.

Quanto à possibilidade de punição dos militares envolvidos na suposta conspiração golpista, Mourão argumentou que uma tentativa de golpe é diferente de um homicídio e, portanto, não deve resultar em sanções por parte das Forças Armadas. Ele comparou a situação com episódios históricos do Brasil, mencionando tentativas anteriores de golpe, sugerindo que a conversa na reunião era apenas “conversa sem substância”.

Quando indagado sobre o evento de 8 de janeiro, Mourão destacou que as Forças Armadas não tinham responsabilidade pelo ocorrido e que um grupo de manifestantes insatisfeitos realizou um protesto que não teve impacto significativo no país. Ele também explicou que Bolsonaro não aceitou a derrota nas eleições presidenciais devido à sua frustração pessoal, mas ressaltou que o aconselhou a reconhecer a derrota.

Sobre a responsabilidade de Bolsonaro no evento de 8 de janeiro, Mourão acredita que o presidente não pode ser culpado, uma vez que a mobilização já estava em andamento por parte de grupos de apoiadores insatisfeitos com o processo eleitoral.

Quando questionado sobre a possibilidade de Bolsonaro ser processado por algum crime, Mourão descartou essa hipótese, a menos que haja provas de que ele tenha incentivado ou financiado a ação.

Em relação à prisão de Mauro Cid, Mourão considerou que detê-lo por falsificação de um cartão de vacina não é justificável e comparou essa situação com os acontecimentos da operação Lava Jato, criticando a atuação da esquerda em relação à justiça.

Mourão também avaliou a relação do governo de Lula com os militares, destacando que as Forças Armadas são compostas por diversos elementos e que as ações de um ou outro indivíduo não representam a postura de toda a instituição. Ele elogiou o ministro da Defesa, Múcio Monteiro, mas criticou o ministro da Justiça, Flávio Dino, por seu envolvimento em questões da Polícia Federal e investigações envolvendo militares.

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