Na sua delação a Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, jogou a primeira sujeira do ex-chefe no ventilador. Isso porque segundo um trecho da colaboração obtida pela revista Veja, Cid confirmou aos investigadores que entregou nas mãos de Bolsonaro o dinheiro da venda das joias roubadas.
Como se sabe, Bolsonaro tenta fugir da responsabilidade e nega que recebeu algum dinheiro proveniente de um negócio ilegal. Porém, a delação destrói esse narrativa e deixa a situação do ex-presidente cada vez mais destrutiva.
Na tentativa de justificar as decisões criminosas do seu chefe, Mauro Cid afirmou que Bolsonaro estava preocupado com sua vida financeira e que por isso surrupiou o patrimônio público para vendê-lo. “O presidente estava preocupado com a vida financeira. Ele já havia sido condenado a pagar várias multas”, contou.
Na sequência, o ex-ajudante de ordens alega que não tinha conhecimento da ilegalidade da venda. É bom lembrar que falta de conhecimento da lei não exime o investigado da responsabilidade civil e criminal. “A venda pode ter sido imoral? Pode. Mas a gente achava que não era ilegal”, disparou o ex-ajudante de ordens.
Vamos lembrar que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, concedeu liberdade provisória a Mauro Cid e homologou a delação premiada. O militar estava preso desde o início de maio por suspeitas de fraude do cartão de vacina de Bolsonaro da própria família.
Mas essa liberdade parcial de Cid lhe custou caro, porque os investigadores exigiram que sua colaboração fosse além do caso das joias, o militar também vai ter que entregar o envolvimento direto de Bolsonaro no plano de um golpe de estado que tinha como objetivo central a anulação das eleições e a prisão de ministros do STF e do TSE.
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