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A nova bobagem do Merval Pereira

Raramente faço críticas a colegas de imprensa que escrevem sobre política, mas até no jornalismo vale a máxima de que para tudo existe limite. E essa parece ser uma palavra que alguns colunistas, apesar dos cabelos brancos, ainda não aprenderam a usá-la. Claro que neste sentido falo do colunista do Grupo Globo, Merval Pereira. Mesmo […]

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REPRODUÇÃO

Raramente faço críticas a colegas de imprensa que escrevem sobre política, mas até no jornalismo vale a máxima de que para tudo existe limite. E essa parece ser uma palavra que alguns colunistas, apesar dos cabelos brancos, ainda não aprenderam a usá-la.

Claro que neste sentido falo do colunista do Grupo Globo, Merval Pereira. Mesmo diante de tantas provas de que a Operação Lava Jato foi um conluio de alguns procuradores e juízes para perseguir a classe política e, consequentemente, destruir toda a indústria e engenharia nacional, o colunista segue firme e forte, como um lobo solitário, na defesa da extinta força-tarefa.

Primeiramente, Merval fez a defesa insana, na sua coluna de hoje no O Globo, da prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de tabela criticou a decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que determinou como imprestáveis todas as “provas” do acordo de leniência da Odebrecht. Como sabemos, o principal alvo da sanha persecutória era Lula.

LEIA: O último prego no caixão da Lava Jato

“O Supremo Tribunal Federal (STF) está abusando do direito de errar por último. Alguém tem de avisar às excelências que a frase de Rui Barbosa tem o sentido de que o STF tem a palavra final. Mas e se a palavra final de um mesmo juiz muda como biruta ao vento? Muda o Zeitgeist (espírito do tempo, em alemão), muda o voto?”, pergunta Merval.

Ora, sabemos que no sistema democrático, por mais falhas que possa ter, a Justiça têm o direito e a prerrogativa de voltar atrás quando sobram elementos (ou a falta deles) de que uma decisão foi errônea, e isso claramente se aplica ao caso de Lula. Não é preciso ser um especialista em Direito para saber que, no caso do presidente, a condenação foi baseada apenas em elementos inconclusivos e delações falsas. Tanto é que na sentença do intragável juiz Moro, há mais autorreferência do que provas contra Lula.

Ainda desconhecendo a palavra limite, Merval continua com suas palavras virulentas:

“O então ex-presidente Lula foi para a cadeia por uma decisão do Supremo de permitir a prisão depois de condenação em segunda instância. Ficou preso 1 ano, 7 meses e 1 dia, período em que vários habeas corpus em seu favor foram recusados pela maioria do Supremo”, dispara.

“Um belo dia, ministros mudaram de ideia e de voto, permitindo que se formasse a maioria para liberar Lula: Rosa Weber, que sempre fora contra, mas seguira a maioria na votação anterior, Gilmar Mendes e Dias Toffoli, alegando que havia abuso na prisão em segunda instância”, acrescentou. “O ministro Dias Toffoli, ao tomar a decisão drástica de anular todos os processos da Lava-Jato, mostrou quão volúvel é”, prosseguiu.

Merval desconhece o limite, mas conhece bastante a desonestidade intelectual. Quem não estava em Marte ou no mundo paralelo do colunista, sabe que os caminhos para que Lula fosse “liberado” foram as chamadas Ações Declaratórias de Constitucionalidade – 43,44 e 45 – que foram protocoladas no Supremo naquele período turbulento da nossa democracia.

Ou seja, não foi uma obra do acaso como insinuou de forma desonesta o colunista do Globo. O pior de tudo isso é que o colunista em questão é bem informado, só que não adianta ter informação de sobra se a isonomia e honestidade ficaram pra escanteio.

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Gabriel Barbosa

Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb

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Comentários

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Fábio

13/09/2023 - 21h11

É um desrespeito à memória do genial Machado de Assis ter um canalha commo esses na presidência da ABL. Ainda mais com essa cara de Ned Flanders.

Alexandre Neres

13/09/2023 - 17h22

(Sem assunto)
[Rascunho]
A mensagem não foi enviada.
Salvo em: qua 13/09/2023 11:18

Preliminarmente, deve-se ficar claro que em Brasília todo mundo sabia como a banda sempre tocou, com as empreiteiras financiando campanhas políticas e quejandos, como partidos políticos mamando nas tetas das estatais. Como nos governos do PT empresas como a Petrobras cresceram bastante, inclusive jornalistas poderosos diziam que o pré-sal não daria em nada, é natural que esse dinheiro circulasse em maior quantidade.

O que é inadmissível é o conúbio entre força-tarefa e imprensa dita profissional, em que esta última passou a fazer press release da Lava Jato e abdicou do mister da investigação jornalística. Óbvio para qualquer leigo qual o objetivo número 1 da República de Curitiba, que não admitiria que após Dilma ser impichada, sem cometer crime de responsabilidade, Lula voltasse a subir a rampa. Lula recebeu um tratamento jamais recebido por qualquer presidente, teve a vida escarafunchada como ninguém, os ritos eram adredemente escolhidos para atingir fim previamente determinado. Enquanto o devido processo legal era atropelado por um juiz parcial até a medula, além de incompetente para julgar matérias afetas a Petrobras, a grande mídia fingia que não via o que estava acontecendo porque estava imbricada com a Lava Jato, blindando quem estava corrompendo o sistema judicial.

Em razão disso, não se pode esperar de lugares-tenentes dos donos de empresas jornalísticas que assumam o que fizeram no verão passado, tampouco que façam uma autocrítica por terem participado ativamente do maior escândalo judiciário contemporâneo. Defendem até hoje, apesar dos pesares, um combate à corrupção que desrespeitou sistematicamente os direitos fundamentais de qualquer cidadão, no qual um juiz de piso provinciano grampeava indevidamente escritórios de advocacia e até a presidenta da República.

O pior disso tudo é que foi exatamente nos governos do PT que foram reforçadas as instituições de controle e de combate à corrupção. Tudo isso foi por água abaixo por causa da atuação seletiva e vexatória dessa gangue incrustada dentro do MPF e da PF. Ninguém vai ser ingênuo para fortalecer tais instituições que atuam politicamente para perseguir adversários políticos, que só pensam nos seus interesses particulares e nos das suas corporações.

Essa semana estava vendo o ex-senador em atividade serjumorto no Pânico da Jovem Klan. Ele não consegue nem disfarçar até hoje o ódio que nutre pelo Presidente Lula.


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