Um novo estudo intitulado “A Cara da Democracia” traz insights significativos sobre a percepção pública dos presidentes Lula e Bolsonaro. De acordo com a pesquisa, quase 60% dos entrevistados (ou 59%, para ser exato) sentem “esperança” quando pensam em Lula, enquanto 55% associam Bolsonaro à “decepção”.
O levantamento foi realizado entre os dias 22 e 29 de agosto de 2023, entrevistando 2.558 eleitores em 167 cidades brasileiras. O estudo foi financiado pelo CNPq e pela Fapemig e executado pelo Instituto da Democracia, que colabora com pesquisadores de universidades como UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o índice de confiança é de 95%.
No que diz respeito à avaliação do governo, 35% da população considera a administração de Lula como “ótima” ou “boa”. Este número é ligeiramente superior ao índice de aprovação de 30% que o ex-presidente Jair Bolsonaro detinha no levantamento anterior, realizado em setembro de 2022. Por outro lado, a desaprovação de Lula é de 28%, um número significativamente menor em comparação com os 41% de insatisfeitos com a gestão de Bolsonaro há um ano. Além disso, 34% dos entrevistados classificam o governo de Lula como “regular”, um índice que era de 27% para Bolsonaro.
A pesquisa também abordou a percepção econômica dos brasileiros. Segundo o estudo, 44% acreditam que a economia melhorou “muito” ou “um pouco” sob a gestão atual, enquanto 23% sentem que houve uma piora. Esses números contrastam com as opiniões dos apoiadores de Bolsonaro, dos quais apenas 15% reconhecem melhorias econômicas sob o governo de Lula.
Em entrevista ao Globo, Lucio Rennó, professor de ciência política da Universidade de Brasília, afirmou que a maior aprovação de Lula pode estar ligada a uma percepção de melhora na economia e a um ambiente político mais tranquilo, em comparação com o clima de tensão durante o governo Bolsonaro. Rennó também observa que os 28% de desaprovação a Lula provavelmente não diminuirão, já que esse grupo é majoritariamente composto por apoiadores ideológicos de Bolsonaro.
O estudo ainda revela mudanças nas preocupações da população. Enquanto o medo de uma crise econômica era a principal preocupação para 21% dos brasileiros até agosto do ano passado, agora apenas 9% ainda consideram esse o maior problema. Atualmente, o desemprego e a corrupção são as principais preocupações, citadas por 17% e 16% dos entrevistados, respectivamente.
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