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PF ouve Cid nesta segunda

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do último presidente Jair Bolsonaro, foi intimado a depor novamente à Polícia Federal nesta segunda-feira (28). Na última sexta (25), o tenente-coronel foi ouvido por mais de seis horas sobre o inquérito que apura o envolvimento do hacker Walter Delgatti para a invasão das urnas eletrônicas durante a corrida presidencial […]

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Imagem: Alan Santos/PR

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do último presidente Jair Bolsonaro, foi intimado a depor novamente à Polícia Federal nesta segunda-feira (28). Na última sexta (25), o tenente-coronel foi ouvido por mais de seis horas sobre o inquérito que apura o envolvimento do hacker Walter Delgatti para a invasão das urnas eletrônicas durante a corrida presidencial do ano passado.

O hacker está preso preventivamente por invadir os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e incluir um falso mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por “ordem parlamentar”, como suposto.

Em depoimento à PF no âmbito da CPMI que investiga os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, Delgatti confessou ter se encontrado com Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli no Palácio da Alvorada em agosto de 2022 para discutirem a possibilidade invasão às urnas eletrônicas.

Neste sentido, os integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito entendem que, como braço-direito do então presidente da República, Cid acompanhava as atividades e agendas presidenciais. Desta forma ele tem sido questionado sobre o encontro citado.

A apuração suspeita que o militar tenha acompanhado o suposto encontro entre Bolsonaro e Delgatti, além de organizar outras conversas entre o hacker e representantes do Ministério da Defesa.

O que diz o hacker

De acordo com o jornalista César Tralli, da TV Globo, Delgatti também declarou que teve “vários encontros com Mauro Cid que não estavam na agenda oficial do ex-ajudante de ordens”. No entanto, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, informou que a parlamentar “não se lembra” da presença de Cid durante as conversas.

Segundo o hacker, Cid já estava com Bolsonaro no primeiro encontro na Alvorada e ainda dá detalhes: ele conta que o ex-ajudante de ordens tomava café com leite e comia pão com manteiga quando Delgatti chegou para conhecer Bolsonaro.

Delgatti também afirmou em seu depoimento à PF que Cid tinha conhecimento de todo o teor da conversa que ele ouviu. Em seguida, Delgatti foi para o Ministério da Defesa e se encontrou com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e outros militares da cúpula da pasta.

De acordo com a Polícia Federal, essa foi a primeira das cinco visitas do hacker à Defesa, com intuito de criar fatos que forjassem o sistema eleitoral brasileiro e colocassem em dúvida a segurança das urnas eleitorais.

Os depoimentos de Cid

Na última oitiva do tenente-coronel, Cid falou por duas horas, mas não respondeu todas as perguntas dos investigadores. A defesa argumentou que não houve acesso às informações sigilosas do processo, por isso ele não afirmou nada. Os dados foram passados ao advogado de Cid, Cezar Bitencourt.

A única questão que o ex-ajudante respondeu foi sobre sua idade: “Tenho 44 anos”, disse ele, ao ser questionado pelo deputado Daniel de Castro (PP). Nas outras perguntas, Cid permaneceu em silêncio.

No início da sessão, ele fez um discurso no qual afirmava que suas funções eram protocolares e envolviam “receber presentes”. “Na prática, a função do ajudante de ordem consistia, basicamente, em um serviço de secretariado executivo do ex-presidente”, disse. Segundo Cid, ainda que fosse próximo ao ex-presidente, ele apenas recepcionava os convidados de Bolsonaro e os direcionava ao local desejado, além de ficar do lado de fora das salas de reunião.

A PF encontrou no celular de Cid mensagens com outros militares que reforçam a tese de que o grupo tramava um golpe de Estado, indicam os integrantes da CPMI.

O relatório da investigação aponta que Cid reuniu documentos para dar suporte jurídico à execução de um golpe. Nelas, o militar compartilhou um documento com instruções para a declaração de Estado de Sítio diante de “decisões inconstitucionais do STF”.

Mauro Cid, além de ser investigado por envolvimento no caso das vendas das joias sauditas do governo brasileiro, está preso desde maio. A sua prisão se deu em 3 de maio pela suspeita de fraudar os cartões de vacinação de familiares do ex-presidente Bolsonaro.

Sobre o esquema das vendas dos presentes sauditas no exterior, Cid voltará a depor na quinta-feira (31).

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