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Insatisfação com Zanin gera pressão por perfil mais progressista na próxima indicação

Segundo o blog da Malu Gaspar, do GLOBO, a insatisfação dentro dos grupos dos movimentos sociais e apoiadores de Lula em relação às recentes decisões de Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeado em junho pelo chefe de Estado, provocou uma reação de mobilização por parte da ala progressista, visando exercer pressão no âmbito […]

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Segundo o blog da Malu Gaspar, do GLOBO, a insatisfação dentro dos grupos dos movimentos sociais e apoiadores de Lula em relação às recentes decisões de Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), nomeado em junho pelo chefe de Estado, provocou uma reação de mobilização por parte da ala progressista, visando exercer pressão no âmbito político a fim de influenciar a nomeação do próximo membro do tribunal e evitar a seleção de um novo perfil considerado “conservador”.

Lula deverá indicar um novo membro para o STF com o objetivo de suceder a ministra Rosa Weber, que se aposentará no final de setembro.

Segundo informações obtidas por assessores próximos a Lula, o foco principal dessas iniciativas é a primeira-dama, Janja, uma ativista feminista que mantém laços com círculos de mulheres e influenciadores.

Existe uma significativa pressão sobre Janja para persuadir Lula a evitar a repetição de erros passados.

Há meses, a primeira-dama tem se empenhado em promover a indicação de uma mulher para a posição, porém até o momento não conseguiu persuadir o presidente a escolher nenhuma das juristas que se candidataram.

Ainda de acordo com aliados, esses indivíduos afirmavam na sexta-feira passada que, apesar das manifestações de descontentamento na ala política progressista, o presidente não tem a intenção de ceder.

Nos últimos dias, algumas das posturas adotadas por Zanin têm gerado consternação no espectro político de esquerda. Dentre essas atitudes, destaca-se o seu voto contrário à equiparação das agressões direcionadas à comunidade LGBTQIA+ com a categoria de injúria racial. Além disso, também chamou a atenção o seu posicionamento contrário à despenalização do uso pessoal da maconha.

Dentro de círculos compostos por juristas, advogados e parlamentares vinculados ao PT, Zanin tem recebido a alcunha de “carinha conservador” e é abordado como um “branco da elite paulista”, sendo descrito como desprovido de empatia e sensibilidade social.


Lula tem insinuado a intenção de nomear a advogada Daniela Teixeira para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerando que ela foi incluída na lista de três candidatos formada pelo próprio tribunal, a partir da qual o presidente selecionará um ministro na cota destinada à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Essa decisão tem o propósito de demonstrar que ele não possui objeções em relação à presença de mulheres nos níveis mais elevados do sistema judiciário.

Contudo, essa dinâmica difere quando se trata do STF. Um dos motivos citados por seus apoiadores para justificar a não escolha de uma mulher é que o presidente não possui vínculos pessoais com nenhuma das candidatas em disputa para essa posição.

As postulantes mais proeminentes incluem a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Simone Schreiber, a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa, a promotora do Pará Ana Claudia Pinho, bem como as advogadas Dora Cavalcanti e Flávia Rahal.

No entanto, nenhuma dessas candidatas mantém vínculo pessoal ou a confiança direta de Lula, o que tem sido interpretado como um fator decisivo pelos assessores próximos a ele no Palácio do Planalto.

“Nenhuma delas conseguiu construir essa proximidade nos últimos tempos, e Lula não vai escolher alguém com quem tenha cerimônia”, informa um amigo ao jornal.

No caso de Zanin, a proximidade desempenhou um papel crucial. A circunstância de ser o advogado pessoal de Lula foi o critério primordial de seleção, uma vez que o presidente reiterou aos seus colaboradores desde o início que não tinha a intenção de reiterar no atual mandato o que ele percebia como falhas de administrações anteriores.

Um dos equívocos apontados seria precisamente a seleção de candidatos que simbolizassem movimentos ou questões, mas que não compartilhassem um compromisso direto com Lula.

Apesar de ocasionalmente ressurgir em discussões internas do governo a noção de que Lula poderia estar mais receptivo e inclinado a indicar uma mulher, na verdade, o que de fato prevalece é a determinação do presidente de ter um ministro que esteja unicamente alinhado a ele e a mais ninguém. E, de acordo com esse critério, nenhuma mulher se encaixa.

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Rhyan de Meira

Rhyan de Meira é estudante de jornalismo na Universidade Federal Fluminense. Ele está participando de uma pesquisa sobre a ditadura militar, escreve sobre política, economia, é apaixonado por samba e faz a cobertura do carnaval carioca. Instagram: @rhyandemeira

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Rudá

26/08/2023 - 18h25

Depois dessa de Zanin, discordo de elevar advogados e pessoas jovens para o STF.


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