A Folha de S.Paulo deste domingo destaca que o “FGTS levou calote de R$ 2 bilhões em programa da Caixa criado sob Bolsonaro”. Segundo a reportagem, o rombo no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, que deve preocupar milhões de brasileiros, decorreu de um programa de microcrédito da Caixa Econômica Federal criado pelo “capetão” em plena campanha eleitoral no ano passado. Foi um típico crime de estelionato!
“O programa de empréstimos que usou dinheiro dos trabalhadores tem uma inadimplência superior a 80% e gerou prejuízos também para a Caixa. O banco emprestou R$ 3 bilhões e o valor não pago corresponde a R$ 2,3 bilhões (um quinto desse número é prejuízo da Caixa, o que representa R$ 460 milhões). A instituição oferecia, por meio do aplicativo Caixa Tem, empréstimos de até R$ 1.000 para pessoas físicas, inclusive a quem estava com o nome sujo, e até R$ 3.000 para microempreendedores individuais”.
Estelionato eleitoral
Diante do calote, a nova direção do banco informou que “em junho deste ano, as operações [do SIM Digital, programa de microcrédito] foram suspensas, evitando novos prejuízos aos trabalhadores… Em relação aos contratos inadimplentes, a Caixa continua atuando na recuperação destes recursos, com o propósito de minimizar os prejuízos ao FGTS. Além disso, a presidência da Caixa determinou a abertura de auditoria interna para apurar os fatos relacionados à operação de microcrédito com garantia do FGTS”.
Como relata a Folha, “o SIM Digital foi criado e implementado pelo governo de Bolsonaro meses antes do início da campanha eleitoral. Na época, o banco público era comandado por Pedro Guimarães, auxiliar próximo de Bolsonaro.
Para desenvolver o programa que oferecia empréstimos, Guimarães fez diversas viagens com o objetivo de conhecer a experiência de microcrédito. Ele viajou para países como Bangladesh, Colômbia, Quênia, México e Peru. Três meses depois da Caixa anunciar oficialmente a adesão ao programa, Guimarães deixou a presidência do banco por denúncias de assédio sexual”.
O programa eleitoreiro bancado pelo derrotado Jair Bolsonaro é investigado agora por uma auditoria interna da Caixa, assim como o também sinistro crédito consignado do Auxílio Brasil.
Em maio passado, a presidenta do banco, Rita Serrano, tuitou que os dois programas foram implementados “às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável. Ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios decorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior”, que causaram rombos financeiros.
Rudá
20/08/2023 - 20h58
Como as pessoas dizem combater a ‘corrupção’ e transferem o governo para o ‘mercado’? Se não vai governar é melhor nem se candidatar.
Paulo
20/08/2023 - 19h50
O que Bolsonaro praticou de abusos – e foram muitos – deveria servir de guia para os futuros governos, e , sobretudo, para o Congresso – que legisla – e para a instituição/aperfeiçoamento de mecanismos de controle da própria Administração que impeçam repasses em larga escala de recursos públicos em vésperas de eleição, ou mesmo durante todo o ano eleitoral. Isso em parte já existia, mas foram mecanismos ineficazes, como se viu. De um ponto de vista reflexivo mais amplo, deveria contemplar também, a própria restrição/diminuição ou evitar a ampliação excessiva de programas sociais de repasse de numerário à população. É isso ou em breve viraremos uma Argentina…Graças a sucessivos governos populistas, vimos o buraco em que se meteram…