Nesta segunda-feira (14/8), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) anunciou sua previsão inicial para o resultado primário das contas do governo federal de julho. Estima-se um déficit primário de R$ 35,4 bilhões. A receita líquida alcançou R$ 159,7 bilhões, mostrando uma queda de 5,7% em comparação com julho de 2022, enquanto as despesas somaram R$ 195 bilhões, um aumento de 30,4% na mesma comparação. De janeiro a julho de 2023, espera-se um déficit primário de R$ 76,7 bilhões, em contraste com o superávit de R$ 78,8 bilhões no mesmo intervalo do ano anterior.
Em relação a julho de 2022, a receita total deve ter uma redução real de 7%. Essa projeção é influenciada pelas receitas não gerenciadas pela Receita Federal do Brasil (RFB), que diminuíram 27,1%, e pela queda de 5,5% nas receitas gerenciadas pela RFB. No entanto, houve um aumento de 6,6% na arrecadação do Regime Geral de Previdência Social (RGPS).
De janeiro a julho, a receita total teve uma queda real de 5,4%, equivalente a R$ 77,2 bilhões. As receitas não gerenciadas pela RFB diminuíram 30,6%, e as gerenciadas pela RFB caíram 1,9%. Em contrapartida, a receita líquida do RGPS teve um aumento de 6,3%, totalizando R$ 19,4 bilhões.
Em julho, as receitas gerenciadas pela RFB tiveram uma queda real de R$ 6,8 bilhões (-5,5%) em comparação com o mesmo mês do ano anterior. A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e o PIS/Pasep tiveram crescimentos de 7,1% e 9%, respectivamente. No entanto, outras categorias tiveram reduções.
O Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) tiveram as maiores quedas, de 8,3% e 16,4%, respectivamente. A diminuição de 27,1% nas receitas não gerenciadas pela RFB foi influenciada pela queda nas receitas de dividendos e de exploração de recursos naturais.
Em julho, as despesas totais aumentaram 30,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Até julho de 2023, as despesas totais aumentaram R$ 93 bilhões (8,6%) em comparação com o mesmo período do ano anterior. Os principais aumentos foram em benefícios previdenciários, abono e seguro-desemprego, e despesas do Poder Executivo.
O estudo do Ipea é baseado nos dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do governo federal e fornece uma visão aproximada dos números oficiais que serão divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional.
Clique aqui para ler o relatório completo do Ipea.
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