A assessoria de Michelle Bolsonaro (PL) esclareceu que uma caixa de papelão contendo joias, que fora encontrada sob a cama na embaixada do Brasil em Londres, não pertencia à então primeira-dama. Segundo a assessoria, o objeto havia sido trazido ao Brasil por engano. Conforme as informações fornecidas, as joias, na verdade, eram um presente de um doador anônimo destinado ao então príncipe Charles. Essas joias foram posteriormente devolvidas à embaixada.
Os detalhes sobre a caixa de joias constavam em e-mails de ex-assistentes de ordem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os quais foram entregues à CPI dos atos golpistas no Congresso Nacional e posteriormente obtidos pelo Metrópoles.
De acordo com o relatório, a equipe de apoio a Bolsonaro relatou que, em setembro do ano passado, uma caixa de papelão contendo joias da então primeira-dama foi esquecida sob a cama do quarto utilizado pelo casal presidencial na embaixada do Brasil. Isso ocorreu quando Michelle e Bolsonaro estavam em Londres para participar do funeral da Rainha Elizabeth II.
O e-mail revela que a caixa foi trazida de volta ao Brasil por um sargento em um voo do escalão avançado (Scav), que é responsável por preparar a chegada do presidente ao destino. Posteriormente, a caixa foi colocada no cofre dos ajudantes de ordem. Após receber a autorização do tenente-coronel Mauro Cid, chefe da equipe e braço-direito de Bolsonaro, a caixa foi entregue no Palácio da Alvorada a uma assessora de Michelle no dia 21 de setembro.
A assessoria da ex-primeira-dama afirmou ao Metrópoles que o relatório elaborado pelos funcionários do ex-presidente continha equívocos e que, na realidade, nenhum objeto havia sido deixado na embaixada. De acordo com a assessoria, as joias em questão eram um “adereço de pescoço, aparentemente de fabricação artesanal”, entregue a uma assessora de Michelle em Londres por uma pessoa que estava presente entre a multidão por onde o ex-casal presidencial passaria.
Posteriormente, os assessores da então primeira-dama teriam percebido que o papel que estava junto com o embrulho informava que o presente deveria ser entregue ao rei Charles. “A dinâmica de movimentação das comitivas é muito acelerada e, portanto, a assessora, num gesto de gentileza e consideração, apenas recebeu o embrulho e o levou para Embaixada do Brasil para que, posteriormente, fossem adotadas as medidas cabíveis pelos servidores responsáveis”, alegou. Contudo, devido ao rigoroso esquema de segurança em vigor, a entrega do presente à realeza não pôde ser efetivada.
De acordo com a equipe de Michelle Bolsonaro, “ao que tudo indica”, um membro da comitiva encarregado de inspecionar os aposentos “teria pegado o embrulho e trazido para o país supondo pertencer à primeira-dama ou a algum outro membro da comitiva que a acompanhava”.
No Brasil, conforme declarado em comunicado, quando as assessoras de Michelle receberam o pacote e perceberam que ele foi trazido por engano, entregaram-no a um diplomata que servia à presidência, e solicitaram que o objeto fosse devolvido à embaixada do Brasil em Londres por meio da mala diplomática. “A partir desse momento, nem as assessoras, nem dona Michelle receberam mais informações sobre o caso”, afirmou.
Em contraste com a explicação apresentada pela equipe de Michelle, os e-mails dos assistentes de ordem detalham que uma caixa de papelão, contendo joias pertencentes à primeira-dama, teria sido inadvertidamente deixada embaixo da cama do quarto onde Bolsonaro estava hospedado. Isso ocorreu na residência do embaixador do Brasil em Londres na época, Fred Arruda.
Veja a nota na íntegra:
Em relação às indagações feitas pelo Metrópoles, primeiramente, salientamos que não houve joias
pertencentes à sra Michelle Bolsonaro “esquecidas” na Embaixada do Brasil em Londres, até porque,
devido ao esquema de segurança do evento, houve restrição de uso de alguns tipos de joias e adereços.
Portanto, a forma como foi redigido o relatório de passagem de serviço foi equivocada.
A partir das informações que foram fornecidas pelo veículo Metrópoles, por ocasião do
questionamento, informamos que, ao que tudo indica, trata-se de um embrulho (junto com um papel
escrito) que teria sido entregue em Londres a uma das assessoras da Primeira-Dama, durante a rápida
dinâmica de deslocamento e comparecimento da comitiva aos eventos, por uma pessoa que, salvo
engano, se encontrava na multidão próxima ao local por onde passaria o casal presidencial.
Posteriormente, verificou-se no escrito a solicitação para que o presente fosse entregue ao, então,
Príncipe Charles. Tratava-se de um adereço de pescoço, aparentemente, de fabricação artesanal. A
dinâmica de movimentação das comitivas é muito acelerada e, portanto, a assessora, num gesto de
gentileza e consideração, apenas recebeu o embrulho e o levou para Embaixada do Brasil para que,
posteriormente, fossem adotadas as medidas cabíveis pelos servidores responsáveis.
Cabe reforçar que devido ao rigoroso esquema de segurança e das prescrições ditadas pelo cerimonial
dos eventos fúnebres da Rainha Elizabeth II, havia muitas restrições quanto a circulação e utilização
de objetos por parte dos convidados durante as cerimônias, inclusive quanto ao uso de joias e ferragens
em bolsas ou outros acessórios. Nessas condições, restou inviabilizado o atendimento do pedido por
parte de qualquer membro da comitiva.
Ao que tudo indica, durante os preparativos para o retorno ao Brasil, algum membro da comitiva
responsável pela checagem dos aposentos, teria pegado o embrulho e trazido para o país supondo
pertencer à Primeira-Dama ou a algum outro membro da comitiva que a acompanhava. Chegando ao
Brasil, quando as assessoras receberam o referido pacote e perceberam que fôra trazido por engano,
entregaram-no a um dos diplomatas que servia à Presidência solicitando que fosse enviado à
Embaixada do Brasil em Londres, via malote (mala diplomática). A partir desse momento, nem as
assessoras, nem dona Michelle receberam mais informações sobre o caso.
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