Durante um evento ocorrido nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu passos de grande importância rumo ao lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), demonstrando uma abordagem conciliatória com governadores e deputados presentes. O petista fez questão de dar protagonismo à ex-presidente Dilma Roussef, compartilhando igualmente os méritos políticos do anúncio das obras com os membros de seu gabinete.
Na estreia do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a ex-coordenadora da primeira edição do programa e atual presidente do banco dos Brics, Dilma Rousseff, compartilhou a primeira fila do Theatro Municipal com Lula (enquanto o vice-presidente Geraldo Alckmin ocupava o assento adjacente). Dilma foi a figura mais ovacionada pela plateia e recebeu menções em quase todos os discursos proferidos pelos ministros.
No transcurso de seu pronunciamento, Lula não conferiu destaque singular a nenhum dos ministros do programa. Em vez disso, ele distribuiu a responsabilidade entre todos os membros do primeiro escalão, limitando-se a parabenizar o ministro Rui Costa (Casa Civil), o coordenador do programa, pela conclusão da lista de obras.
“Meus ministros atuais, Dilma, vou te falar. Tem uma penca de ex-ministros, ex-governadores. Eles vieram muito mais afiados do que no primeiro mandato nosso. Todos eles tem muita experiência. As coisas só podem dar certo”, declarou Lula.
A abordagem política difere daquela empregada em seu segundo mandato, quando, no lançamento do projeto de urbanização do Complexo do Alemão, referiu-se a Dilma como a “mãe do PAC”, com o intuito de iniciar a promoção de seu nome quase três anos antes das eleições de 2010, quando ela concorreu e triunfou na disputa pela Presidência.
“Queria agradecer à nossa companheira Dilma Rousseff. A Dilma é uma espécie de ‘mãe do PAC’. É ela que cuida, acompanha, que vai cobrar junto com o Márcio Fortes [ex-ministro das Cidades] se as obras estão andando ou não estão. O Pezão [Luiz Fernando Pezão, vice-governador e secretário de Obras do Rio] é grandão, mas ele vai saber o que é ser cobrado pela Dilma por que a obra atrasou, por que não andou, por que a empresa atrasou. Porque, se não for assim, muitas vezes a coisa não acontece”, disse o petista no Alemão, em fevereiro de 2008.
A ausência de um ministro em posição de destaque no evento de lançamento reflete a incerteza em relação à escolha do candidato pelo PT para a próxima eleição presidencial. Rui Costa e Fernando Haddad (Fazenda) são considerados os principais nomes, mas a possibilidade de Lula concorrer à reeleição não está descartada.
Desprovida de aspirações para uma nova candidatura presidencial, Dilma foi a única personalidade a ser notada com relevância nas redes sociais do presidente, na postagem referente ao lançamento do novo programa. “No lançamento do novo PAC com a mãe do meu primogênito”, assim se expressou o presidente.
Os ministros também fizeram menções a Dilma, sobretudo Rui Costa. “Para falar do PAC, nós temos que olhar o cenário. E aqui quero abraçar de forma carinhosa a nossa ex-presidente Dilma Rousseff. É fundamental olharmos de forma panorâmica o cenário pós-golpe de 2016, com a retirada de Dilma”, afirmou Rui Costa.
Em 2016, Dilma teve seu mandato revogado em um processo de impeachment que transcorreu tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado. Ambas as Casas legislativas consideraram que a então presidente havia cometido crime de responsabilidade por meio das conhecidas “pedaladas fiscais” e pela realização de aberturas de crédito orçamentário sem a devida autorização do Congresso Nacional. A sentença, proferida tanto no âmbito processual quanto no mérito, foi acatada sem contestações pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Outra voz a enaltecer Dilma no cenário do Theatro Municipal foi a do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD). Ao dar início ao seu pronunciamento, Silveira destacou o período em que a ex-presidente ocupou o cargo de Ministra de Minas e Energia.
“É uma responsabilidade muito grande subir nesse palanque como conterrâneo e como ministro de Minas e Energia, pasta que a senhora conduziu com tanta maestria e responsabilidade. Alegria muito grande tê-la como amiga e companheira”, declarou o ministro.
Após a cerimônia de lançamento, uma entrevista coletiva foi realizada, reunindo 23 ministros. Rui Costa compartilhou as respostas com Fernando Haddad (Fazenda). As ministras Simone Tebet (Planejamento) e Marina Silva (Meio Ambiente) também contribuíram com seus comentários.
Novo PAC é marco do mandato de Lula, diz petista
Durante o evento, Lula ressaltou que o projeto marca o “o começo” de seu terceiro mandato, já que seu foco até o presente momento tem sido a retomada de projetos que foram interrompidos ou descartados durante a gestão anterior. Com essa nova etapa, o presidente almeja não apenas revitalizar a economia, mas também reforçar seu empenho na construção de um futuro mais prospero e inclusivo para a nação.
“Hoje começa meu governo. Até agora só tinha feito reparar o que tinha desandado. Reparamos 42 políticas sociais e o PAC é o começo do nosso terceiro mandato”, afirmou o presidente.
Nas redes sociais, Lula enfatizou que o programa investirá em obras prioritárias dos estados e prometeu gerar mais de 4 milhões de empregos no país. “O Novo PAC foi lançado. O programa de infraestrutura do governo federal vai investir em obras prioritárias dos estados, em parceria com empresas estatais, bancos públicos e o setor privado. Queremos gerar mais de 4 milhões de empregos em todo o Brasil, levar água e energia limpa para todas as casas e garantir mobilidade urbana sustentável. Estamos no rumo certo”, declarou o presidente.
De acordo com informações divulgadas pelo governo federal, a implementação do programa tem como objetivo multiplicar consideravelmente os investimentos públicos em infraestrutura nos próximos anos. Exclusivamente em termos de aportes provenientes do governo central, está prevista uma quantia expressiva de 371 bilhões de reais destinada à retomada ou início de projetos em todo o território nacional. O delineamento das prioridades emergiu de diálogos com líderes estaduais, muitos dos quais estiveram presentes no evento. Além disso, os ministérios desempenharam um papel na seleção dos projetos. A partir de setembro, municípios terão a capacidade de solicitar a inclusão de novas empreitadas.
Ugo
12/08/2023 - 15h59
Dilma…kkkkkkk