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Vice-presidente do PT assina nota para barrar filiação de jovem que protestou contra operários

Com possibilidade de filiação ao PT, Jean integrou ato para impedir a entrada de funcionários da construção civil que estavam alojados no Residencial Virgínia, em Campo Grande Ex-prefeito de Mundo Novo entre 2001 e 2009, candidato ao governo estadual em 2018 e atualmente vice-presidente estadual do PT, Humberto Amaducci é um dos petistas que assinam […]

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Ex-Prefeito de Mundo Novo por três mandatos, Amaducci foi o candidato a governador pelo PT (Foto: Arquivo)

Com possibilidade de filiação ao PT, Jean integrou ato para impedir a entrada de funcionários da construção civil que estavam alojados no Residencial Virgínia, em Campo Grande

Ex-prefeito de Mundo Novo entre 2001 e 2009, candidato ao governo estadual em 2018 e atualmente vice-presidente estadual do PT, Humberto Amaducci é um dos petistas que assinam um documento para tentar impedir a filiação de Jean Ferreira, jovem que participou de protesto para expulsar funcionários de uma empresa de construção do Residencial Virgínia, em Campo Grande.

Cerca de 40 filiados e coletivos assinam a nota, que circula entre a militância petista. A preocupação dos militantes mais fiéis à ideologia original do partido, os chamados “petistas raiz”, é a participação de Jean nos atos que resultaram na desistência da construtora Hannah em alojar 366 trabalhadores no condomínio em que reside, em julho.

Humberto Amaducci integra a corrente Articulação de Esquerda (AE), cuja juventude assina coletivamente o manifesto. A AE é uma das tendências internas mais à esquerda dentro do PT. Ligado a movimentos de luta pela terra, o ex-prefeito de Mundo Novo também integrou o mandato da prefeita Dorcelina Folador, conhecida por sua militância no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e assassinada em 1999.

O ex-prefeito havia publicado nas redes sociais que um dos encaminhamentos do Congresso Intermunicipal da AE, realizado no dia 26 de julho na sede do Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Sintsep) em Campo Grande, foi o de “lutar contra as políticas equivocadas que existem no interior do chamado campo democrático-popular, com destaque para os setores social-liberais infiltrados na esquerda”. 

Entenda o caso

Jean Ferreira, que foi candidato a deputado estadual pelo PDT em 2022, anunciou oficialmente sua desfiliação daquele partido na última quarta-feira (9). No entanto, o debate sobre sua possível ida para o PT se iniciou meses antes e já encontrava resistência dentro da militância petista. 

O motivo é a participação de Jean nos protestos de moradores do Residencial Virgínia, no bairro Nossa Senhora das Graças, contra a presença de 366 trabalhadores da construtora Hannah, que atuavam na construção da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Os vizinhos alegavam que o acolhimento aos funcionários representaria “risco à segurança local”.

Militantes descontentes organizaram um abaixo-assinado para manifestar à direção do partido sua oposição à possível filiação. A nota afirma que o PT foi “forjado na luta sindical do chão das fábricas” e que por isso não pode aceitar “pessoas que não só coadunam, como lideram políticas higienistas, de viés elitista, racista, xenófobo e bacharelista”. 

A nota argumenta que, se a preocupação dos moradores fosse com a condição em que a construtora alojava os trabalhadores, a movimentação não seria para barrá-los, já que, segundo o documento, os funcionários foram “impedidos por horas de entrar no condomínio após turno de trabalho, tiveram de enfrentar o constrangimento, o cansaço, a sede, a fome e a angústia do atraso para tomar banho e fazer necessidades básicas, além de dormirem na delegacia”.

O documento e as assinaturas podem ser conferidos aqui.

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