O presidente do Equador, Guillermo Lasso, fez um pronunciamento oficial na madrugada de quinta-feira (10), decretando estado de exceção e garantindo que as eleições presidenciais estão mantidas para o dia 20 de agosto. A declaração foi feita horas depois do assassinato a tiros de um dos candidatos à presidência, Fernando Villavicencio, ao deixar um comício em Quito. Nove pessoas ficaram feridas no atentado, e seis foram presas. Um dos suspeitos foi morto em uma troca de tiros com a polícia.
O grupo criminoso “Los Lobos”, um dos maiores do país, assumiu a autoria do ataque. Los Lobos é a segunda maior gangue do Equador, com pelo menos 8.000 membros, e está presente em várias províncias. Originários de uma gangue chamada Los Choneros, eles se dedicam ao narcotráfico e estão ligados ao cartel de Jalisco Nueva Generación. O grupo opera principalmente nas cidades andinas de Latacunga e Cuenca, e na Costa, em Machala.
Em um vídeo propagado pelo grupo, eles afirmaram que o ex-candidato teria recebido milhões de dólares deles para financiar sua campanha, e advertiram que “é isso que acontece com políticos corruptos que não cumprem suas promessas”. O governo equatoriano decretou luto oficial de três dias para homenagear Fernando Villavicencio, e o Itamaraty publicou uma nota transmitindo suas condolências aos familiares, ao governo e à população equatoriana.
Lasso afirmou que, com o estado de exceção, as Forças Armadas foram mobilizadas para garantir as eleições e a segurança nacional. “Diante da perda de um democrata e um lutador, as eleições não estão suspensas. Ao contrário. Estas serão realizadas, e a democracia precisa se fortalecer. Essa é a melhor razão para ir votar e defender a democracia”, disse o presidente. Ele também enfatizou que o Equador não vai retroceder diante daqueles que buscam amedrontar o país e que as instituições democráticas não vão entregar o poder ao crime organizado.
O atentado ocorreu quando Fernando Villavicencio deixava o comício em Quito. Imagens que circulam pelas redes sociais mostram o candidato sendo colocado em um carro por agentes de segurança, seguido por uma série de disparos de arma de fogo. Segundo o governo do Equador, os criminosos também usaram uma granada durante o atentado, mas o artefato não explodiu. O partido Movimiento Construye, ao qual Villavicencio pertencia, informou que também teve a sede atacada por homens armados. Policiais fizeram buscas por bairros de Quito e conseguiram prender seis pessoas, encontrando armas e granadas em um dos imóveis.
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