A 9ª Marcha das Mulheres Negras ocupou a orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, neste domingo (30). O tema do movimento neste ano foi “Unidas contra o racismo, toda forma de opressão, violência e pelo bem viver”.
O Fórum Estadual de Mulheres Negras do RJ foi o responsável por organizar a manifestação, que contou com a participação de coletivos ligados ao combate à desigualdade racial e autoridades ligadas ao assunto.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) foram duas das lideranças presentes na marcha.
O evento marcou o encerramento da semana de mobilização pelo Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, no dia 25 de julho. A renomada escritora Conceição Evaristo foi quem leu o manifesto de abertura da marca. “Vamos ocupar uma das orlas brasileiras de maior visibilidade”, afirmou.
“Marchamos pelo bem viver. O bem viver convoca a uma política de participação coletiva da população negra, de construção de poder horizontal e de distribuição dos lugares de decisão para mulheres negras”, completou a artista.
Anielle Franco, irmã de Marielle, acredita que o movimento é uma importante ressignificação para as mulheres negras. A ministra apontou para o fato de tantas mulheres retintas estarem reunidas em prol dos direitos e em comemoração do dia em um local onde costumam ir para apenas trabalhar.
“A gente está em marcha, a gente não está dispersa, pelo contrário. Que bom que a gente tem o governo federal à frente de políticas públicas eficazes, de saúde a educação, segurança, que é o mais importante. É a nona marcha. A gente sempre marchou e vai continuar marchando. Estar ao lado dessas mulheres, para mim, está dando um sentimento de acalanto e fortalecimento nesse lugar”, declarou.
A ministra relembrou a presença da irmã nas marchas e reforçou que ela sempre fazia questão de participar destes movimentos.
“Mari, se estivesse aqui, com certeza estaria abrilhantando muito essa marcha, estaria aqui à frente. A Mari não estar aqui significa que toda e qualquer mulher para ter que estar aqui também corre perigo, então, enquanto a gente não conseguir descobrir quem mandou matar e por quê, significa que as mulheres negras, a democracia, quem está aqui à frente, corajosamente, colocando o seu corpo nesse lugar, onde historicamente não é para a gente, também corre perigo”, disse.
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