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PT enfrenta desafios nas capitais para eleições de 2024

Em meio ao ressurgimento político de Lula e a expectativa de aproveitar o chamado “efeito Lula” nas eleições de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta dificuldades para se fortalecer nas capitais brasileiras. Com a ausência de governança nas principais metrópoles nas últimas legislaturas, o partido parte em desvantagem nas articulações políticas diante de adversários […]

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Imagem: Paulo Pinto/Agência PT

Em meio ao ressurgimento político de Lula e a expectativa de aproveitar o chamado “efeito Lula” nas eleições de 2024, o Partido dos Trabalhadores (PT) enfrenta dificuldades para se fortalecer nas capitais brasileiras. Com a ausência de governança nas principais metrópoles nas últimas legislaturas, o partido parte em desvantagem nas articulações políticas diante de adversários regionais. Além disso, há o desafio de combater a alta rejeição à legenda em partes do país, especialmente no Sul e no Centro-Oeste.

Diante desse cenário, o PT discute táticas para as eleições de 2024, que envolvem o estreitamento de alianças locais com partidos da base de Lula, o desejo de lançar candidaturas próprias e a necessidade de renovar o partido, dando oportunidade a novos nomes para enfrentar uma disputa majoritária.

Entre as 26 capitais brasileiras, os petistas vislumbram a possibilidade de lançar candidatos próprios mais competitivos em pelo menos seis delas: Fortaleza, Natal, Teresina, Aracaju, Porto Alegre e Vitória. No entanto, acordos firmados durante as eleições de 2022, que resultaram na vitória de Lula sobre o então presidente Jair Bolsonaro, provavelmente deixarão o PT de fora da disputa nos dois maiores colégios eleitorais do país: São Paulo e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, onde o partido concorreu em todas as eleições municipais desde 1982, o PT abrirá mão da candidatura pela primeira vez para apoiar o deputado federal Guilherme Boulos, do PSOL. No Rio de Janeiro, a tendência é subir no palanque de reeleição do prefeito Eduardo Paes, do PSD.

Situações semelhantes ocorrem em Belo Horizonte e no Recife. Em Belo Horizonte, o PT ainda não definiu um nome natural e está dividido entre lançar uma candidatura própria, apoiar o prefeito Fuad Norman, do PSD, ou a deputada federal Duda Salabert, do PDT. Já no Recife, está encaminhada uma aliança com João Campos, do PSB.

Nesses casos, o PT buscará indicar o candidato a vice-prefeito, mas enfrentará dificuldades no Rio de Janeiro e no Recife, onde os atuais prefeitos são vistos como potenciais candidatos ao governo de seus estados em 2026 e podem renunciar no meio do mandato caso sejam reeleitos.

Enquanto articula apoio a aliados, o PT também se mobiliza para construir candidaturas próprias. Nesta segunda-feira (10), o Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do partido realizou sua primeira reunião, traçando estratégias com foco inicial nas cidades com mais de 200 mil eleitores.

Humberto Costa, presidente do grupo de trabalho, afirma: “Vamos estabelecer uma meta ousada, mas realista, até porque os recursos do fundo eleitoral são limitados. Mas acho que vamos conseguir crescer e conquistar um número significativo de prefeitos”.

Em algumas capitais, o PT terá que resolver impasses internos para definir suas candidaturas. Em Fortaleza, terceiro maior colégio eleitoral em disputa em 2024, a candidatura dependerá da resolução do rompimento entre PT e PDT, parceiros históricos no estado. Enquanto o prefeito José Sarto, do PDT, busca a reeleição enfrentando desgastes, o PT cogita lançar uma candidatura orgânica com nomes como a deputada federal Luizianne Lins ou a deputada estadual Larissa Gaspar, ou filiar um quadro de outro partido alinhado ao governador Elmano de Freitas (PT), como o presidente da Assembleia do Ceará, Evandro Leitão, do PDT.

Em Vitória, única capital do Sudeste onde o PT deve ter candidato, o partido repetirá a estratégia de 2020 e lançará o ex-prefeito João Coser, que alcançou o segundo turno na última eleição. O objetivo é construir uma candidatura ampla, buscando apoio inclusive de partidos de centro e centro-direita.

Outras capitais como Porto Alegre, Natal, Teresina e Aracaju também são alvos de esforços do PT para consolidar candidaturas próprias ou estabelecer alianças com partidos aliados. O partido conta com nomes como o ex-deputado Edegar Pretto em Porto Alegre, a deputada federal Natália Bonavides em Natal, os deputados estaduais Franzé Silva e Fábio Novo em Teresina, e Eliane Aquino e o ministro Márcio Macêdo em Aracaju.

Em cidades onde o antipetismo tem sido marcante nas últimas eleições, a tendência é compor alianças com partidos de centro e centro-direita, até mesmo apoiando ex-petistas. Ainda há indefinições em capitais como Salvador, Curitiba e Manaus, onde o PT decidirá entre apresentar pré-candidatos próprios e apoiar nomes de partidos aliados.

O PT enfrenta um desafio significativo para superar as dificuldades e fortalecer-se nas capitais brasileiras para as eleições de 2024. O partido buscará capitalizar o “efeito Lula” e traçará estratégias para estreitar alianças, lançar candidaturas próprias e renovar-se como um partido político relevante nessas localidades.

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