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O maior derrotado na Reforma Tributária

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez aquilo que é o temor de qualquer liderança política em Brasília: deixou sangue n’água. O que isso significa? Na política não vácuo de poder, espaços vazios sempre são e serão ocupados, a história está aí para provar isso. Quando Bolsonaro decidiu entrar na discussão da reforma tributária sem a menor […]

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Imagem: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez aquilo que é o temor de qualquer liderança política em Brasília: deixou sangue n’água.

O que isso significa? Na política não vácuo de poder, espaços vazios sempre são e serão ocupados, a história está aí para provar isso. Quando Bolsonaro decidiu entrar na discussão da reforma tributária sem a menor necessidade (vale lembrar que o ex-presidente sempre se autodeclarava ignorante em economia) e sem fazer qualquer avaliação de cenário, achou que seria uma boa brigar com Arthur Lira (PP-AL) e com o Palácio do Planalto sem ter qualquer mandato em Brasília e soterrado em inquéritos, investigações e com uma gritante inelegibilidade nas costas.

E o pior, São Paulo, que sempre foi um obstáculo para a aprovação da reforma nos últimos 30 anos, sob a gestão de Tarcísio de Freitas (REP-SP) , mudou de claro no balcão, é claro que isso não iria acabar bem para os extremistas.

A “poderosa” oposição conclamada pelo ex-presidente ficou com um pouco menos de 150 votos, 118, mais precisamente. Nem mesmo o seu partido, o PL, votou de maneira unânime, 20 deputados do partido defenderam a reforma e pior: o partido orientou o voto pelo “não” mas afirmou que não puniria que fosse contra a orientação, na pratica a bancada foi liberada, à contra gosto de Jair Bolsonaro.

O Republicanos, que até ontem era linha auxiliar do bolsonarismo, viu o seu presidente, o deputado Marcos Pereira, despachando o Bolsonaro de forma bem objetiva. “Bolsonaro está isolado e é de extrema direita”, foi o que disse o presidente da legenda.

E ainda tivemos um dos seus principais aliados, Tarcísio, tirando fotos ao lado do ministro da fazenda, Fernando Haddad.

Bolsonaro que nunca foi um bom articulador político (em seu governo delegou a função para os militares) e que já estava fragilizado, agora ficará roendo as unhas até as eleições de 2024 e, ao que tudo indica, não terá um bom resultado.

Se em 2020, com a máquina federal em mãos, Bolsonaro já não teve um desempenho eleitoral expressivo, imagine agora acossado por processos em todas as esferas da justiça e depois dessa retumbante demonstração de fraqueza?

Bolsonaro deve estar perdendo o sono com o amanhã.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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