O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará da 62ª Cúpula de Presidentes do Mercosul, que ocorrerá na terça-feira, em Puerto Iguazú, na Argentina. Lula terá como objetivo fortalecer o discurso em favor da integração regional e impulsionar as discussões sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. O Brasil assumirá a presidência do bloco até o final de 2023.
No entanto, as negociações sobre o acordo com a União Europeia não devem avançar durante esta cúpula. Isso ocorre porque o Brasil ainda não apresentou uma proposta para o acesso das empresas europeias às compras públicas no país, e o governo brasileiro tem objeções em relação às cláusulas sobre normas ambientais. Lula argumenta que os europeus também não cumpriram integralmente o Acordo de Paris e pede mais sensibilidade e humildade nas discussões.
As questões mencionadas são os principais obstáculos para o fechamento do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. O Brasil planeja apresentar sua proposta aos países do Mercosul antes de apresentá-la à União Europeia.
Embora essas questões não devam ser discutidas durante a cúpula, Lula abordará os temas em seus discursos, reafirmando o interesse brasileiro em avançar nas negociações e alcançar um resultado equilibrado e adequado a todas as partes.
Além das discussões sobre o acordo com a União Europeia, o Brasil pretende priorizar a integração regional em diversos aspectos durante sua presidência do Mercosul. O governo brasileiro buscará discutir temas como a tarifa externa comum, o regime automotivo comum, o setor farmacêutico, a integração energética e a infraestrutura.
A relação comercial do Mercosul com o restante do mundo alcançou US$ 727 bilhões em 2022, e as exportações brasileiras para o bloco representaram 6,5% de todas as exportações do país. Durante a presidência brasileira, também será buscada a realização da cúpula social presencial, com o intuito de fortalecer os laços políticos e sociais entre os países membros do bloco.
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