Governo e Banco Central se reúnem para discutir a meta da herança com possíveis mudanças no sistema de metas de inflação. O Conselho Monetário Nacional (CMN), composto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela titular do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem como missão definir as diretrizes da política monetária do país. O resultado da reunião será divulgado ao final do dia.
Haddad tem defendido publicamente uma alteração nos parâmetros adotados atualmente, propondo um sistema em que a meta seja continuamente tolerada. Atualmente, a meta é definida seguindo o ano-calendário, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2023, a meta é manter a margem de tolerância em 3,25%. Já para 2024, a meta é de 3% e deve ser mantida.
Essa mudança no sistema de metas pode ter um impacto significativo na taxa de juros do país. A reunião do CMN será a primeira após o Banco Central manter os juros básicos em 13,75% ao ano e não sinalizar claramente uma redução da Taxa Selic em agosto, o que gerou insatisfação por parte do governo. As projeções do mercado indicam uma redução da inflação, e a definição da taxa Selic está diretamente ligada à meta de inflação estabelecida pelo CMN.
A proposta de aumentar a meta de inflação, sugerida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é contestada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que acredita que essa estratégia pode ter efeitos negativos. O CMN geralmente trata de assuntos técnicos relacionados à moeda e políticas de crédito no país, mas nessa reunião há a expectativa de uma mudança no prazo de cumprimento da meta, tornando-a contínua ao invés de ser estabelecida apenas para o ano-calendário.
Essa mudança pode reduzir a volatilidade da Taxa Selic e desencorajar medidas pontuais do governo para evitar o estouro da meta. O governo acredita que a redução dos juros básicos é fundamental para impulsionar o crescimento econômico, mas há preocupação de que a demora em reduzir esses juros possa afetar a eficácia da política fiscal em um momento em que o governo busca aprovar novas medidas no Congresso.
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