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Filhos de Lira e aliado investigado intermediaram campanhas publicitárias da Saúde

Em uma recente investigação, foi descoberto que os filhos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e de seu aliado Luciano Cavalcante tiveram participação na intermediação de campanhas publicitárias do Ministério da Saúde. Arthur Lira Filho, de 23 anos, e Maria Cavalcante, de 25 anos, são sócios da empresa Omnia 360, responsável por negociar […]

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Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em uma recente investigação, foi descoberto que os filhos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e de seu aliado Luciano Cavalcante tiveram participação na intermediação de campanhas publicitárias do Ministério da Saúde. Arthur Lira Filho, de 23 anos, e Maria Cavalcante, de 25 anos, são sócios da empresa Omnia 360, responsável por negociar com agências de publicidade contratadas pelo governo a distribuição dessas campanhas para veículos de mídia, como outdoors e internet.

A Omnia 360 recebe uma parcela dos pagamentos feitos pelas agências contratadas pela pasta da Saúde para veicular as campanhas publicitárias. O valor a ser repassado é negociado entre a Omnia e o veículo de mídia representado. Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde após solicitação via Lei de Acesso à Informação feita pela Folha, as campanhas publicitárias veiculadas pelos clientes da Omnia receberam cerca de R$ 6,5 milhões em 2021 e 2022.

A abertura da empresa Omnia 360 ocorreu em 2021, com a participação de Arthur Lira Filho, Maria Cavalcante e da publicitária Ana Magalhães como sócios. Em nota, a empresa afirmou ser uma representação de veículos de mídia, como várias outras que atuam no mercado publicitário em Brasília, e negou qualquer interferência de Lira ou Luciano Cavalcante nos negócios.

A revelação dessas informações ocorre em um momento em que o centrão, grupo liderado por Arthur Lira, busca influenciar o presidente Lula a trocar a cúpula do Ministério da Saúde para acomodar integrantes de partidos como PP e União Brasil. Embora o presidente tenha planos de manter a ministra Nísia Trindade no cargo, há a expectativa de que secretarias da pasta sejam negociadas com o centrão, que almeja controlar a liberação de emendas e o orçamento da Saúde.

Arthur Lira tem buscado se desvincular de suspeitas relacionadas aos contratos de kit robótica e de interferências no governo. Em declarações anteriores, ele afirmou que cada pessoa é responsável por suas ações. Entretanto, as informações reveladas mostram a participação de seu filho e de sua sócia em reuniões no Ministério da Saúde, apresentando clientes ao setor de comunicação da pasta.

Os pagamentos referentes às campanhas publicitárias foram feitos a duas empresas representadas pela Omnia 360: a OPL Digital, que recebeu cerca de R$ 3,8 milhões, e a RZK Digital, que obteve R$ 2,74 milhões. Representantes dessas empresas também participaram de algumas reuniões na sede do Ministério da Saúde. A OPL Digital veicula campanhas em celulares, enquanto a RZK Digital exibe propagandas em painéis de LED.

Tanto a OPL Digital quanto a RZK Digital afirmaram que atuam por meio de representantes comerciais, seguindo práticas comuns do mercado. A OPL Digital ressaltou que a escolha da Omnia 360 ocorreu por critérios técnicos, sem nenhuma motivação adicional. Já a RZK Digital explicou que participou de encontros com representantes do Ministério da Saúde para apresentar seus produtos.

Em resposta, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que não há nada de errado no desenvolvimento funcional da empresa de seu filho e que ele não interferiu em sua atividade empresarial. Além disso, Lira negou ter solicitado ao presidente Lula a troca no comando de ministérios.

Essa revelação levanta questões sobre possíveis conflitos de interesse e influências indevidas no processo de contratação de campanhas publicitárias do Ministério da Saúde. A transparência e a lisura no uso dos recursos públicos são fundamentais para garantir a credibilidade das instituições e a confiança da população.

É essencial que as investigações em curso aprofundem essas conexões e esclareçam se houve irregularidades na condução dessas campanhas publicitárias. A sociedade espera que os responsáveis sejam devidamente responsabilizados, caso sejam comprovados desvios de conduta. A transparência e a ética devem nortear todas as ações do poder público, especialmente quando se trata da gestão de recursos destinados à saúde da população.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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Fábio

20/06/2023 - 13h06

Toda vez que proponho um serviço ao governo passo por um processo licitatório, nestes casos acima bastam intermediários que enchem os bolsos ou por ser filho ou por ser parça.


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