Empresários do varejo se reuniram com o presidente Lula no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira(14), para discutir demandas do setor. Entre as pautas, tiveram destaque o alto nível da taxa de juros no Brasil, a reforma tributária, lealdade concorrencial e a concessão de crédito.
As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Ele também fez críticas à atual taxa de juros.
Para Alckmin, não há motivos para a taxa básica de juros, a Selic, estar em 13,75% ao ano. Ele apontou que a inflação está caindo e o juros real não.
“Isso prejudica muito a atividade econômica, ou seja, prejudica o emprego. E, na realidade, o juro não está parado, o juro real está subindo há vários meses, porque à medida em que fica parada em 13,75% a Selic e a inflação está caindo, o juro real está subindo no Brasil sem nenhuma razão para isso. Não há demanda crescente, pelo contrário, acabamos de verificar agora nos últimos números do varejo um não crescimento. Ela (a taxa de juros) é extremamente preocupante”, disse Alckmin.
O presidente do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, afirmou que a reunião com o chefe de Estado foi produtiva.
“Tratamos de temas muito importantes para o varejo. Podemos falar sobre a questão da ilegalidade no varejo, as iniciativas que o governo já tomou na questão da cross border [comércio transfronteiriço] do varejo digital, das grandes possibilidades que têm de fomentar o varejo através do crédito, da colaboração no Programa Desenrola (de renegociação de dívidas), da questão da empregabilidade do varejo, como ele pode multiplicar a questão do primeiro emprego, já que o varejo é o maior empregador do país”, contou o presidente do IDV.
Segundo Jorge Gonçalves, o setor varejista, assim como o governo federal, também espera uma redução dos juros no curto prazo. “Sabemos que o Banco Central tem o rito para que isso ocorra. Nós notamos que vários programas que serão bons para o varejo, para o mercado, dependem disso também, não só a questão da Selic, do Banco Central, mas o juro praticado no cartão de crédito, que é muito elevado, e que é o próprio mercado que determina”, afirmou.
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