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Queiroz tem caso de homicídio prescrito apesar de provas indicarem crime

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) revisou uma morte ocorrida em 2003 durante uma operação policial conduzida pelo então tenente Adriano da Nóbrega e pelo sargento Fabrício Queiroz, considerando-a como possível homicídio. Após mais de 17 anos, a polícia passou a investigar essa linha de apuração, uma vez que não foi possível determinar […]

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Fabrício Queiroz no dia de sua prisão em Atibaia. Foto: reprodução.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) revisou uma morte ocorrida em 2003 durante uma operação policial conduzida pelo então tenente Adriano da Nóbrega e pelo sargento Fabrício Queiroz, considerando-a como possível homicídio. Após mais de 17 anos, a polícia passou a investigar essa linha de apuração, uma vez que não foi possível determinar a autoria dos tiros e o prazo de prescrição de 20 anos foi atingido em maio deste ano. O MP-RJ solicitou o arquivamento do caso.

De acordo com as informações do MP-RJ, há fortes indícios de que tenha ocorrido um crime de homicídio qualificado. Além disso, há suspeitas do uso de uma arma ilegal durante o crime.

Adriano da Nóbrega faleceu em fevereiro de 2020 durante uma operação policial na Bahia. Ele era considerado foragido da Justiça e apontado como líder do Escritório do Crime, uma milícia atuante na região de Rio das Pedras. Fabrício Queiroz, por sua vez, foi denunciado em outubro de 2020 junto com o senador Flávio Bolsonaro por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no caso da “rachadinha” na Alerj. As provas foram anuladas por uma decisão do STJ, e agora o MP-RJ está reinvestigando o caso.

O incidente ocorreu em maio de 2003, quando Nóbrega e Queiroz, que serviam no 18º Batalhão da PM, conduziram uma operação policial na Cidade de Deus. Eles registraram a morte do estudante Anderson Rosa como um “homicídio proveniente de auto de resistência”, alegando que revidaram a um ataque a tiros. A operação ocorreu antes de Queiroz se tornar assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj.

A investigação inicial apresentou falhas ao longo dos 17 anos e dificultou o sucesso das apurações. O MP-RJ ressaltou que a polícia demorou quase um ano para instaurar o inquérito policial e adotou precipitadamente a tese de legítima defesa, descartando a possibilidade de homicídio.

A viúva de Anderson Rosa prestou depoimento à polícia em março de 2021, afirmando que Nóbrega e Queiroz eram conhecidos por sua violência excessiva e pelo terror que impunham aos moradores. Ela relatou que, no dia da morte de seu marido, foi abordada pelos policiais, que jogaram seus pertences no chão e a questionaram sobre seu destino. Ela ouviu de uma moradora que Anderson Rosa tentou fugir, mas foi capturado e, posteriormente, executado pelos policiais.

Apesar do arquivamento do caso, as circunstâncias levantadas pelo MP-RJ lançam luz sobre a condução da operação policial e a possível prática de um crime de homicídio.

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Ruann Lima

Paraibano e Estudante de Jornalismo na UFF

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