Na tarde desta quarta-feira, 26, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG),leu o requerimento para a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar os atos terroristas do dia 8 de janeiro.
Naquela data, apoiadores extremistas de Jair Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. A criação da comissão será oficializada na próxima edição do Diário Oficial da União (DOU).
A CPMI vai ser formada por 16 deputados e 16 senadores titulares e terá duração mínima de 90 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período. Os integrantes da comissão serão indicados pelos líderes partidários.
Bolsonaro diz a PF que postagem golpista foi “sem querer”
Durante seu depoimento a Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, 26, Jair Bolsonaro (PL) recuou ao dizer que o vídeo golpista sobre o sistema eleitoral, postado três dias após os atos terroristas do 8 de janeiro, foi um “equívoco”.
O advogado Paulo Cunha Bueno, que estava com Bolsonaro no depoimento, falou sobre esse suposto equívoco do ex-inquilino do Planalto. “Este vídeo foi postado na página do presidente no Facebook quando ele tentava transmitir para o seu arquivo de WhatsApp para assistir posteriormente”, alegou durante entrevista coletiva na porta da PF.
“Por acaso, justamente nesse período, ele estava internado em um hospital em Orlando. [A postagem] foi feita de forma equivocada. Tanto que pouco depois, duas ou três horas depois, ele foi advertido e imediatamente retirou a postagem”, emenda.
A PF interrogou Bolsonaro por cerca de duas horas no inquérito dos atos terroristas de 8 de janeiro. Ele deixou a sede do órgão, em Brasília, por volta de 11h20.
Vale lembrar que ele foi incluído no inquérito após compartilhar um vídeo que acusa, sem provas, que a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi manipulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-inquilino do Planalto é suspeito de insuflar os atos terroristas e por isso também prestou depoimento sobre sua possível participação na elaboração da “minuta do golpe” e de sua influência em relação aos acampamentos golpistas. Bolsonaro também teve que se explicar sobre sua fuga para os Estados Unidos, dias antes dos ataques.
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