Entidades citam “manobras de grupos políticos” na tentativa de “criminalizar” manifestações do movimento
Publicado em 19/04/2023 – 17h04
Por Redação – Brasil de Fato – Rio de Janeiro (RJ)
Brasil de Fato — Uma nota conjunta assinada por algumas das principais centrais sindicais do país e publicada nesta quarta-feira (19) manifestou repúdio aos últimos episódios de ataques e perseguição ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que incluem até mesmo exaltação de violência contra os trabalhadores do campo.
A publicação acontece na semana do Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. A data, 17 de de abril, faz referência ao massacre de Eldorado dos Carajás, que aconteceu nesse dia do ano em 1996. Na ocasião, 21 pessoas foram assassinadas pela Polícia Militar do Pará.
A nota destaca que o MST “construiu sua organização e seus métodos de luta, formas de pressão e realizou neste mês (Abril) diversas manifestações e atos, com a disposição e o intuito político de abrir um processo negociação, depois de um governo federal sombrio, que se pautou por formas antidemocráticas e autoritárias”.
O texto é assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
“É importante lembrar que o Brasil tem uma dívida histórica com os trabalhadores(as) rurais, do campo, que lutaram durante toda a nossa história e continuam a luta por terra, direito de morar, trabalho, cidadania e dignidade”, prossegue o texto.
Confira abaixo a íntegra da nota publicada pelas centrais sindicais:
As Centrais Sindicais brasileiras reconhecem o Dia 17 de abril como um marco da luta pela reforma agrária pela memória do Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996.
É importante lembrar que o Brasil tem uma dívida histórica com os trabalhadores(as) rurais, do campo, que lutaram durante toda a nossa história e continuam a luta por terra, direito de morar, trabalho, cidadania e dignidade.
O presidente Fernando Henrique Cardoso promulgou a Lei 10.469, em 25 de junho de 2002, que instituiu o 17 de abril como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária. Assim, os movimentos populares do campo transformaram o mês de abril em um período de legítimas lutas, por terras e mais direitos.
O MST (Movimento dos Sem Terra) construiu sua organização e seus métodos de luta, formas de pressão e realizou neste mês (Abril) diversas manifestações e atos, com a disposição e o intuito político de abrir um processo negociação, depois de um governo federal sombrio, que se pautou por formas antidemocráticas e autoritárias. De forma alguma, o governo Bolsonaro se preocupou ou buscou dialogar com as questões as agrárias dos trabalhadores brasileiros.
Diante disso, manifestamos nossa solidariedade ao companheiro João Pedro Stédile, que tem sido alvo de perversa perseguição política, inclusive com estranhos pedidos de prisão, sem qualquer fundamento jurídico.
Repudiamos as manobras de grupos políticos, alheios ao viés considerados fundamentais no Estado Democrático de Direito, para criminalizar as manifestações do movimento dos sem-terra, inclusive com a absurda proposta de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Câmara dos Deputados.
Repudiamos também exaltação da violência contra os trabalhadores rurais. Esse modelo de ataque raivoso não cabe mais em formas democráticas, que pressupõem o diálogo como pilar.
São Paulo, 19 de abril de 2023
Sérgio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Auersvald, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antonio Neto, Presidente da CSB, (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Edição: Nicolau Soares
EdsonLuíz.
20/04/2023 - 09h34
Manifestações de qualquer lado político são legítimas e importantes. As do MST também!
▪Mas é necessário coibir as manifestações do MST de inspiração bolsonarista (Ou na verdade são manifestações de inspiração petista mesmo, que o bolsonarismo assimilou, já que são abusos que o PT e o MST praticavam antes de existir o bolsonarismo?)
-A última do MST é uma antiga e conhecida:: invadiu uma instituição de pesquisa agrícola. Não pode e tem que haver punição para isto! Este tipo de “manifestação” precisa ser criminalizado mesmo; e invasão de terras produtivas também tem que ser criminalizadas.
Mas os movimentos sociais, o MST com eles, não pode ser criminalizado. Pelo contrário:: movimentos sociais devem ser democratizados, fortalecidos e reconhecidos por todos.
Jair Bolsonaro criminalizava (criminaliza) o movimento social;
Lula captura e instrumentaliza o movimento social.
▪Coisas de populistas!
Tony
20/04/2023 - 07h56
Associação crominosa cristalina protegida pela associação criminosa que os brasileiros elegeram.
A classica aberração terceimundista….o lixo do lixo.
Paulo
19/04/2023 - 23h44
Engraçado como todos sempre se acham, no Brasil, credores de uma “dívida histórica”. É trabalhador do campo e da cidade, é negro, é mulher, é indígena, é transexual, é homossexual, é povo das “comunidades”, são ppd’s, autistas, vítimas de “bullying”, e, no Governo Bolsonaro, motoristas de aplicativo, caminhoneiros, militares, etc. A dívida com os rurícolas foi paga na CF de 1988. O MST, por outro lado, é uma instituição criminosa e que como tal deveria ser tratada. Mas…Quem paga essa “conta histórica”? Eu e meus filhos?