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Governo recua da taxação mas não avança comunicação

Depois de uma semana de linchamento na opinião pública, o governo decidiu recuar e manteve isenção para compras internacionais entre pessoas físicas até US$ 50. Segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o recuo veio de um pedido do presidente Lula que pediu apenas que a pasta buscasse uma solução administrativa realizando um reforço na […]

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José Cruz/Agência Brasil

Depois de uma semana de linchamento na opinião pública, o governo decidiu recuar e manteve isenção para compras internacionais entre pessoas físicas até US$ 50.

Segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o recuo veio de um pedido do presidente Lula que pediu apenas que a pasta buscasse uma solução administrativa realizando um reforço na fiscalização para coibir irregularidades. Medida tinha sido anunciada pela pasta e pela Receita Federal na última terça-feira (11). E segundo fontes, a decisão que levou ao recuo veio da primeira-dama, Janja, que anteriormente havia defendido a medida em comentário do perfil de fofoca Choquei e no perfil do Jornalista Willian De Lucca.

Antes de tudo, o que significa esse “reforço” na fiscalização? Por enquanto, nada! Semana passa eu já havia levantado que será necessário o governo se organizar para realizar essa fiscalização, não se sabe quantos envios são contrabando, o quanto isso representa no total de envios ao Brasil e tampouco se sabe sobre a estrutura operacional necessária para tal.

O episódio marca uma série de desencontros do governo com ele próprio.

Ainda na ultima sexta-feira (14) Rui Costa, Ministro da Casa Civil, afirmou e entrevista para a rádio CBN que o governo seguiria com o plano traçado pelo Ministério da Fazenda. Já no dia seguinte, no sábado (15), durante sábado uma viagem para Salvador (BA) onde o Ministro fiscalizava algumas obras do programa “Minha Casa, Minha Vida”, Rui Costa afirmou para jornalistas que o governo não pretendia taxar importadoras que vendem seus produtos para o Brasil, como Shoppe, Shein e AliExpress.

Sem falar que primeiro foi noticiado o fim a isenção de encomendas entre pessoas fisícas de até US$ 50, depois a conversa seria de que apenas iriam coibir o contrabando aplicando um famigerado imposto com base uma legislação que existe desde 1999.

Por fim, o governo reconheceu o show de trapalhadas e recuou. E mesmo recuando de uma medida impopular, cometeu outro erro ao dar a entender que o executivo federal está perdido correndo de um lado para o outro (o que não é verdade). Além de é claro, gerar um desgaste extremamente profundo e desnecessário às vésperas de votações importantes como o novo arcabouço fiscal e a vindoura reforma tributária.

Mais uma vez tivemos membros do governo falando mais do que deveriam e uma dificuldade do governo de lidar com essa situação e mais uma vez, um governo cheio de resultados a serem exibidos acabam se perdendo e a pauta acaba virando o cancelamento do cancelamento de uma taxação que sequer ocorreria nos próximos três meses.

Se a taxação ou a fiscalização não iriam ocorrer ao menos neste semestre, qual a necessidade de sair anunciando medidas impopulares às vésperas de duas viagens que juntas trouxeram mais de R$ 60 bilhões em investimento ao Brasil? Taxação que se fosse executada, geraria uma receita de R$ 8 bilhões aos cofres públicos segundo técnicos da fazenda.

Mais uma vez o governo fica sozinho em campo e tropeça na própria bola. Quando a comunicação do governo irá avançar?

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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Galinze

18/04/2023 - 15h50

50 $ é um valor ridículo e 60% de imposto é uma extorsão, um estupro legalizado.

São as coisas que fazem do Brasil o que…se assim não fosse não seria um país de terceiro mundo.

Dudu

18/04/2023 - 15h39

E as passagens por 200 R$… ? Já temos ? Kkkkkkkkk

Zulu

18/04/2023 - 15h38

Como assim ? Contrataram até o garoto propaganda da esquerda um certo Felipe Neto disse que isso era bom ??

E agora, a quem devo acreditar ? Kkkkkkkkkkkkk

EdsonLuíz.

18/04/2023 - 14h23

Ficar contra governo e fazer carga contra só porque não gosta e para causar desgaste é o cúmulo da mesquinharia e morbidez.

Há um problema no mundo inteiro com a circulação entre países dessas quinquillharias, que o comércio pela internet viabilizou. Como situação tributária absolutamente nova, há uma dificuldade grande para dar tratamento legal correto que mantenha esse tipo de comércio ao mesmo tempo que não prejudique atividades de comércio com origem aqui no Brasil.

Se houve erros de comunicação ao anunciar medidas, melhor para mim é saber que medidas estão sendo tomadas e até gosto de saber que identificaram atropelos para resolver e estão repensando.

Deixar como estava é que não pode, com concorrência desleal desse varejo gigante pela internet com as lojas locais, que têm custos mais altos.

Kleiton

18/04/2023 - 14h12

Disseram até ontem que não era nenhuma taxação a mais mas só blá blá blá e hoje dizem que não havera taxação…

Então mentiram e tentaram enganar alguém…


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