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EUA apuram vazamento de documentos sigilosos sobre a guerra

Documentos secretos do Pentágono sobre ajuda militar à Ucrânia foram publicados em redes sociais. Autoridades americanas dizem que ofícios teriam sido alterados. Kiev acusa “operação de desinformação russa”. Publicado em 08/04/2023 DW — O Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação para apurar o vazamento de documentos sigilosos do Pentágono em redes sociais. […]

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Andy Dunaway/US Air Force/dpa/picture alliance/Direitos Reservados

Documentos secretos do Pentágono sobre ajuda militar à Ucrânia foram publicados em redes sociais. Autoridades americanas dizem que ofícios teriam sido alterados. Kiev acusa “operação de desinformação russa”.

Publicado em 08/04/2023

DW — O Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação para apurar o vazamento de documentos sigilosos do Pentágono em redes sociais. Os documentos trariam detalhes da ajuda militar dos EUA e da Otan à Ucrânia em guerra.

Segundo autoridades americanas, os documentos teriam sido alterados ou usados como parte de uma campanha de desinformação.

“Estamos em comunicação com o Departamento de Defesa em relação a esse assunto e iniciamos uma investigação”, afirmou um porta-voz do Departamento de Justiça na sexta-feira (07/04).

A porta-voz do Pentágono Sabrina Singh afirmou também que uma análise interna está sendo realizada.

Sob condição de anonimato, três autoridades americanas afirmaram à agência de notícias Reuters que, por trás do vazamento, provavelmente estaria a Rússia ou elementos pró-Rússia.

O que se sabe sobre os documentos vazados

Os documentos estão rotulados como sigilosos e têm datas que variam de 23 de fevereiro de 2023 a 1º de março de 2023. Eles parecem detalhar entregas de armas e outros equipamentos à Ucrânia com cronogramas mais precisos do que aqueles que os EUA costumam divulgar publicamente.

Contudo, autoridades americanas ouvidas pela Reuters disseram que os documentos parecem ter sido alterados para reduzir o número de mortos entre os russos, de acordo com uma avaliação informal dessas fontes, independente da investigação oficial sobre o vazamento. Tal alteração reforçaria a possível participação de russos no vazamento.

Um dos documentos publicado em rede social diz que entre 16.000 e 17.500 russos morreram desde a invasão da Ucrânia por Moscou em 24 de fevereiro de 2022. Os EUA, por sua vez, já informaram anteriormente um número de cerca de 200.000 russos mortos e feridos.

A reação da Ucrânia

Autoridades ucranianas minimizaram a ideia de que inteligência militar tenha sido comprometida com o vazamento.

“É muito importante lembrar que, nas últimas décadas, as operações mais bem-sucedidas dos serviços especiais da Rússia ocorreram no Photoshop”, afirmou Andriy Yusov, porta-voz do diretório de inteligência militar da Ucrânia, em entrevista na televisão ucraniana.

“A partir de uma análise preliminar desses materiais, vemos números falsos e distorcidos sobre perdas de ambos os lados, com parte das informações coletada de fontes abertas.”

O assessor presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak disse que os documentos contêm “uma grande quantidade de informações fictícias” e se assemelham a “uma operação de desinformação russa para semear dúvidas sobre a contraofensiva planejada da Ucrânia”.

Ao mesmo tempo, o gabinete do presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, divulgou um comunicado na sexta-feira sobre uma reunião que ele teve com seu alto escalão militar, observando que “os participantes do encontro se concentraram em medidas para evitar o vazamento de informações sobre os planos das forças de defesa da Ucrânia”.

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