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O BC declarou independência do Brasil

O Conselho de Política Econômica (COPOM) finalmente publicou a ata da sua ultima reunião no dia 22, a ata, assim como a nota publicada na semana passada, são verdadeiras declarações de independência do Banco Central, mas que independência? A do Brasil! Oras! Lendo a ata, só é possível chegar em duas conclusões: o Banco Central […]

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Brasília, 01/10/2020. Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O Conselho de Política Econômica (COPOM) finalmente publicou a ata da sua ultima reunião no dia 22, a ata, assim como a nota publicada na semana passada, são verdadeiras declarações de independência do Banco Central, mas que independência? A do Brasil! Oras!

Lendo a ata, só é possível chegar em duas conclusões: o Banco Central não sabe em que país está ou realmente quer detonar o Brasil. Com montadoras dando férias coletivas e a crise de crédito crescendo e assombrando o varejo, o COPOM determinou que a inflação no país é causada pelo excesso de demanda. Pergunto: como é que a inflação no Brasil é de demanda?! Não há mercadoria de menos para dinheiro demais e por isso é preciso aumentar ainda mais a taxa de juros, para esfriar o consumo.

A nota da semana passada já era definitivamente lastimável. Ali o Banco Central se colocou como algo acima do governo (para não dizer desconectado) ao fazer mais uma ata cheia de recadinhos e broncas e por fim, confirmou ser um mero homologador do errôneo boletim Focus, aquele que não acerta coisa alguma. Um desastre.

E vejam não é só eu que acho isso! Em entrevista para o site Money Times, o sócio-fundador da Versa Asset, Luiz Fernando Alves, declarou que “o maior inimigo do Brasil hoje é o Banco Central”. Alves é gestor de um fundo de investimento, uma voz do mercado.

Se fosse para resumir os recados da ata do COPOM, o caminho é um só: impedir o crescimento do Brasil, exagero? A própria ata coloca o desemprego como algo positivo para colocar o país na meta da inflação reforçando seguidas vezes que é necessário desacelera a economia e a geração de emprego, acontece que não é o caso do Brasil.

E ata é ainda mais insidiosa afirmando que se bobear, vai aumentar ainda mais a taxa de juros!

E ainda por cima ataca o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e seus empréstimos que significam apenas 1% do PIB, aliás, a ata ficou por um fio de pedir a extinção deste que é um banco de fomento, afinal de contas, se um banco de fomento não puder fomentar o crescimento, fará o que?

O Brasil NÃO está com uma economia pujante e aquecida, o poder de compra dos brasileiros foi extremamente corroído em 2022. Segundo uma pesquisa do Ipea, o salário médio de um trabalhador reduziu 8,7% no 1º trimestre de 2022.

A depender da localidade, hoje você não consegue comprar sequer dois litros de leite com uma nota de R$10! E no ano passado você não conseguiria comprar nem mesmo com R$ 15!

E isso não é de hoje!

Muitos criticam o presidente Lula mas quem iniciou a “briga” entre Planalto e Banco Central foi o próprio Banco e também com uma nota do COPOM mais precisamente a que foi publicada no começo de fevereiro e agora aumentam ainda mais o tom.

Hoje o Banco Central deu de ombros para a sociedade brasileira e consequentemente para o o Estado, ata publicada certamente é para outro país, só não sei qual.

Que o dia 28 de março de 2023 fique marcado como o dia que o Banco Central do Brasil declarou independência do Brasil.

Se Dom Pedro declarou a independência do Brasil nas margens do Ipiranga, o Banco Central fez isso nas margens do Rio Pinheiro, ali perto da Faria Lima.

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Cleber Lourenço

Defensor intransigente da política, do Estado Democrático de Direito e Constituição. | Colunista n'O Cafézinho com passagens pelo Congresso em Foco, Brasil de Fato e Revista Fórum | Nas redes: @ocolunista_

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carlos

29/03/2023 - 13h32

Um evento que pode ser alcançado pelo braço, da justiça porque é funcionário público, o povo em nome de Jesus pode contribuir para que ele só coisas erradas possa ser julgado pelo povo.

EdsonLuíz.

29/03/2023 - 11h24

Uma fala repetida sobre o ponto atual da taxa de juros básica é de que o objetivo dela estar alta é prejudicar Lula.

Mas a taxa estava em 2% em março/2021e foi sendo aumentada até chegar a 13,75% em agosto de 2022.
▪O governo, entre março/2021 e agosto/2022, era o de Jair Bolsonaro; e o que aconteceu neste período foi Bolsonaro fazer gastança fora do Orçamento com interesse eleitoral e o Banco Central e seu presidente, o Roberto Campos Neto, subirem os juros para esterilizarem os gastos de Bolsonaro.

Roberto Campos fez isso, de exterilizar os gastos de Bolsonaro com juros altos, mesmo tendo sido indicado por Bolsonaro e dele ganhado autonomia no BACEN.

Agora, desde setembro/2022 até março/2023, a taxa não subiu mais e os juros estão mantidos nos mesmos 13,75% desde agosto do ano passado.

■Pergunto a todos (inclusive ao “galã feio” Cleber Lorenço)::
▪O Roberto Campos, considerando os dados e os fatos e não as narrativas, fez e faz boicote ao governo de quem, ao de Lula ou ao de Bolsonaro?
▪Ou Roberto Campos, se considerarmos os dados e os fatos, não esteve nem está fazendo boicote ao governo de ninguém e está apenas sendo profissional como economista no Banco Central, de buscar o cumprimento da meta de inflação, e espera um executivo com uma política fiscal responsável e sem gastança para, após medidos os efeitos dessa nova política fiscal na sociedade, com o uso dos modelos ultra-complexos que os Bancos Centrais aplicam para decidir a taxa de juros, ver se os juros no Brasil podem ser mais baixos sem prejudicar os mais pobres e a atividade econômica em geral?

EdsonLuiz.

EdsonLuíz.

28/03/2023 - 23h44

Uma fala repetida sobre o ponto atual da taxa de juros básica é de que o objetivo dela estar alta é prejudicar Lula.

A taxa de juros básica da economia estava em 2% em março/2021e foi sendo aumentada até chegar a 13,75% em agosto de 2022.

Só que depois de agosto/2022 a SELIC (a taxa básica de juros) não aumentou mais e desde lá está parada em 13,75%.

▪O governo, entre março/2021e agosto/2022 era o de Jair Bolsonaro e o que aconteceu neste período foi Bolsonaro fazer gastança fora do Orçamento com interesse eleitoral e o Banco Central ter que subir os juros para esterilizar os gastos de Bolsonaro.

Roberto Campos, presidente do BC, fez isso, de subir os juros e exterilizar os gastos de Bolsonaro, mesmo tendo sido indicado por Bolsonaro e dele ganhado autonomia no BACEN.

Agora, desde setembro/2022 até março/2023, a taxa não subiu mais, está parada e os juros estão mantidos nos mesmos 13,75%.

Depois de esterilizar por um ano e meio os aumentos de gastos de Bolsonaro para impedir que a inflação saísse de controle e prejudicasse o pobre e a atividade econômica, o Banco Central manteve a taxa de juros parada em 13,75% em setembro, outubro e novembro de 2022 e continuou com a taxa parada no mesmo ponto em janeiro, fevereiro e março de 2023.

Eu pergunto (inclusive ao “galã feio” Cleber Lourenço)::
▪O Roberto Campos, considerando os dados e os fatos e não as narrativas, fez e/ou faz boicote ao governo de quem, ao de Lula ou ao de Bolsonaro?
▪Ou Roberto Campos não esteve nem está fazendo boicote ao governo de ninguém e está apenas cumprindo profissionalmente o compromisso de seu mandato no Banco Central, de buscar o cumprimento da meta de inflação enquanto espera um governo que seja responsável com a política fiscal para não provocar desequilíbrios e instabilidade econômica, que corrói o poder aquisitivo de todos, com mais consequência sobre os mais pobres e a atividade econômica em geral?

EdsonLuiz.


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