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Lucro da Caixa em queda é resultado de fatiamento do banco, alerta presidente da Fenae

Conforme análise do Dieese, o lucro do banco em 2021 foi inflado pela venda de ativos, o que não aconteceu no ano passado O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, avaliou que o lucro da Caixa de 2022 é resultado do fatiamento do banco público. Com […]

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Agência Brasil

Conforme análise do Dieese, o lucro do banco em 2021 foi inflado pela venda de ativos, o que não aconteceu no ano passado

O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, avaliou que o lucro da Caixa de 2022 é resultado do fatiamento do banco público. Com uma queda expressiva, a Caixa Econômica Federal divulgou nesta quinta (23), os resultados do quarto trimestre de 2022 (4T22). O banco teve lucro líquido no ano passado de R$ 9,8 bilhões, uma redução de 43,4% comparado ao ano anterior.

“Os resultados do ano passado reforçam o que as entidades representativas dos empregados denunciaram durante todo o governo Bolsonaro: o encolhimento e fatiamento da Caixa, com a venda de áreas estratégicas e redução das operações de programas sociais. Soma-se isso os ataques aos trabalhadores e a precarização das condições de trabalho”, ressaltou Takemoto.

De acordo com a análise do Departamento o Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) o lucro de 2021 foi incrementado por uma sequência de eventos não recorrentes, dentre eles a venda de ativos relevantes (abertura de capital da Caixa Seguridade; alienação de ações do Banco Pan, ganho com conclusão de parcerias da Caixa Seguridade e Caixa Cartões, lucro na venda de imóveis e reversão de despesas relacionadas a programas de incentivo ao desligamento de empregados), o que não aconteceu em 2022.

Foi registrada elevação de 41,5% nas despesas de provisão para devedores duvidosos e de 7,1% nas despesas administrativas, o que também contribuiu para a redução do resultado anual.

Números do 4º trimestre de 2022

No 4º trimestre do ano passado, a gestão do banco ainda estava sob o comando de Daniella Marques, indicada do ex-presidente Jair Bolsonaro para substituir Pedro Guimarães, que deixou a presidência do banco após acusações de assédio sexual e moral. Marques foi substituída por Rita Serrano, nomeada pelo presidente Lula em janeiro deste ano.

A Caixa encerrou o ano de 2022 com 86.959 empregados, o que representa aumento de 955 postos de trabalho em doze meses, mas redução de 262 no trimestre. Ao longo do ano, a Caixa passou a ter 4,9 milhões de novos clientes, perfazendo um total de 151,1 milhões. O número de agências se manteve estável em 3.372, enquanto foram fechados 6 postos de atendimento, 47 lotéricos e abertas 38 unidades de correspondentes Caixa Aqui.

Conforme o balanço do 4º trimestre de 2022, a Carteira de Crédito Ampliada da Caixa teve alta de 16,7% em relação a 2021, totalizando R$ 1,0 trilhão. As operações de crédito comercial com pessoas físicas cresceram 23,3% em comparação ao ano anterior, somando R$ 142,1 bilhões. No segmento comercial de pessoas jurídicas, o crescimento foi de 10,3%, representando montante de R$ 89,0 bilhões.

Com saldo de R$ 637,9 bilhões e participação de 63,0% na composição do crédito total, o crédito imobiliário cresceu 13,6% em 2022. As operações de saneamento e infraestrutura cresceram 5,7% em doze meses, totalizando R$ 99,3 bilhões.

O crédito rural foi ampliado em 167,5% e encerrou o ano com saldo de R$ 44,1 bilhões. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,09%, com incremento de 0,14 p.p. na comparação com o ano anterior.

As receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias aumentaram 5,0% em doze meses, o que significou um montante de R$ 25,1 bilhões. O crescimento é explicado, principalmente, pelos incrementos de 11,4% em serviços de governo, de 11,0% com fundos de investimento e de 64,7% em seguros.

Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, cresceram 9,9% em doze meses, somando R$ 27,6 bilhões. Assim, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 91,08% no ano.

O banco público informou que fez o pagamento de 402,2 milhões de parcelas de programas sociais, benefícios ao trabalhador e benefícios do INSS no ano passado, totalizando R$ 308,9 bilhões em benefícios pagos.

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