Tebet diz que rombo no governo pode chegar a R$120 bi e sinaliza corte de gastos

Nesta qunta-feira, 23, a ministra do Planejamento Simone Tebet afirmou que o rombo nas contas do Governo Federal, em 2023, pode chegar a R$ 120 bilhões.

Vale lembrar que o déficit primário mostra que as despesas serão maiores que as receitas, antes do pagamento de juros da dívida pública.

A estimativa de Tebet está muito acima do valor divulgado na última terça, 21, pelos Ministérios do Planejamento e da Fazenda. As pastas estimaram um rombo de R$107 bi.

Por sua vez, Tebet alega que o relatório divulgado ontem pela área econômica ignorou o reajuste do salário mínimo, de R$ 1.302 para R$ 1.320, que deve começar a ser pago em maio. É bom destacar que o Orçamento de 2023 previa um déficit de R$230 bi.

“É uma projeção, mas ela está caminhando no sentido que nós queremos de que o déficit fiscal no Brasil não se encerrará com R$ 230 bilhões, mas algo em torno, agora, com essa projeção, de R$ 107 bilhões. Podemos ter uma pequena alteração quando vier o reajuste do salário mínimo em torno de mais alguns gastos, em R$ 120 bilhões”, disse Tebet.

Com isso, a ministra sinalizou que o Governo Federal pode montar um plano de corte de gastos. O Planalto trabalha com essa perspectiva para tentar baixar, de forma mais rápida, a taxa básica de juros de 13,75% ao ano, mantida pelo Banco Central.

“Mas isso, nós vamos fazer”, afirmou a ministra em entrevista coletiva. “Está dentro do prazo para que os ministérios revejam todos os restos a pagar, todos programas e ações que estavam sendo realizados, e contratos do ano passado, para ver não só a legalidade deles, como também agora a necessidade ou não desses mesmos gastos”, completa.