O presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um convite formal para o senador eleito pelo Ceará, Camilo Santana (PT), para ser o novo ministro da Educação. Apesar de ter aceitado a empreitada, Camilo o fez com uma pitada de contragosto.
Isso porque o senador cearense defendia abertamente que a atual governadora do Ceará, Izolda Cela, assumisse a pasta. De fato, o nome de Izolda seria o ideal, pois seu trabalho na educação pública no Ceará, que começou a ser desenvolvido ainda na gestão Cid Gomes na Prefeitura de Sobral em 1996, dispensa comentários.
Mas na real política, o ideal nem sempre prospera. O fato é que Lula tinha um problema a resolver dentro do próprio partido, que não aceita nomes de outras siglas no comando do MEC. Além de Camilo, o nome bastante especulado para chefiar a pasta era do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG).
Fontes ligadas ao PT confirmam que o nome de Lopes era reivindicação de um grupo que exerce forte influência no partido. Tanto é que a possível indicação do parlamentar mineiro não se tornou consenso entre aliados de Lula, seja do próprio PT e de outros partidos. A resistência era bastante forte e a avaliação que se iniciou a partir disso era que a saída para Lula seria a indicação de um petista com “portfólio” na área.
A conversa de Camilo com Cid Gomes
Antes mesmo de conversar com o futuro presidente, Camilo Santana estava convencido que o PT não abriria mão do MEC e pediu conselhos ao seu maior aliado no Ceará, o senador Cid Gomes (PDT-CE), que assumiu a pasta no governo Dilma II. O pedetista disse que Camilo deveria aceitar o convite de Lula, mas que seria necessário cuidado com o que fala, para não ser gravado pelos próprios aliados durante as audiências no ministério.
Com isso, no encontro que teve com Lula, o senador eleito afirmou que se o cargo fosse somente para um petista do Ceará, que fosse para ele. Camilo também esclareceu a Lula que apesar de aceitar o convite, não deixaria Izolda de lado e comunicou que a indicaria para assumir a Secretaria de Educação Básica do MEC. Lula concordou e nos próximos dias, fará o anúncio.
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