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Benedita da Silva: O povo negro e o futuro governo Lula

Dia da Consciência Negra este ano traz esperança de retomada das políticas contra o racismo Por Benedita da Silva Hoje, os negros de nosso país celebrarão o Dia da Consciência Negra, homenagem à luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão. Desta vez, depois de sete anos, podemos ter esperança real na retomada das políticas […]

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Imagem: Agência Câmara

Dia da Consciência Negra este ano traz esperança de retomada das políticas contra o racismo

Por Benedita da Silva

Hoje, os negros de nosso país celebrarão o Dia da Consciência Negra, homenagem à luta de Zumbi dos Palmares contra a escravidão. Desta vez, depois de sete anos, podemos ter esperança real na retomada das políticas contra o racismo e de promoção da igualdade racial.

A última vez em que celebramos essa data num governo que, de fato, combatia o racismo foi em 2015, com a presidente Dilma. A partir do golpe de Estado parlamentar de 2016, todas as nossas conquistas sofreram retrocessos, sobretudo durante o governo assumidamente racista de Bolsonaro.

Noa governos do PT, de Lula e Dilma, os negros obtiveram grandes conquistas, entre as quais destaco as mais emblemáticas, como a política de cotas nas universidades públicas, a criação da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e o Estatuto da Igualdade Racial.

Além disso, todas as políticas de inclusão, como a valorização real do salário mínimo, o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida beneficiavam diretamente a maioria preta e parda da população brasileira. Mais do que o respeito e a garantia dos direitos constitucionais de cidadania da população pobre e preta das favelas e periferias, foi o compromisso dos governos do PT um dos principais motivos do impeachment de Dilma Rousseff.

Constituindo-se num dos fatores decisivos para a épica eleição de Lula, o voto dos negros, ao lado do voto das mulheres, da juventude e do Nordeste, representa a inegável força da consciência negra e dá todo o sentido às celebrações otimistas do Dia 20 de Novembro.

Na eleição mais espúria de nossa história, a esmagadora maioria do povo negro não se deixou enganar e votou consciente contra quem era seu verdadeiro inimigo e a favor daquele que poderia reabrir seus caminhos para avançarmos novamente na nossa luta contra o racismo e a exclusão social – as duas faces da moeda que configuram a dívida social e racial do Brasil.

A chamada Abolição apenas trocou a escravidão pela discriminação racial e a exclusão social. Ao racismo estrutural, se somaram o racismo institucional e o preconceito racial realimentado na educação familiar e nas escolas para se revelar com a força brutal da discriminação e da violência que mata a população negra, sobretudo seus jovens.

Segundo os últimos dados do Atlas da Violência e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 77% das vítimas de homicídio no Brasil são negras. Entre 2017 e 2018, 61% das mulheres vítimas de feminicídio eram negras. E a taxa de negros e negras desempregadas era de 16%, acima da média nacional de 12%. Estudo do IBGE mostra que em 2021 o rendimento médio dos brancos (R$ 3.099) era 75,7% maior do que o registrado entre os pretos (R$ 1.764)

Depois de a fome ser praticamente extinta pelos governos do PT, a necropolítica de Bolsonaro fez o Brasil voltar ao Mapa da Fome, com 33 milhões de pessoas sem ter o que comer e mais de 105 milhões vivendo em insegurança alimentar.

Os desafios do povo negro consciente são imensos, e sua permanente mobilização será fundamental para fazer um presidente assumidamente antirracista, como é Lula, conseguir retomar nossas conquistas e avançar ainda mais nas políticas públicas de promoção da igualdade racial.

As mais disputadas eleições de nossa história mostraram que os negros avançam à medida que avança a sua consciência racial, como foi o caso do voto maciço dos afrodescendentes em Lula. Esse talvez seja o principal significado do Dia 20 de Novembro, o Dia da Consciência Negra.

Benedita da Silva é deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro

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Comentários

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Alexandre Neres

21/11/2022 - 13h20

Não precisamos de palavrório, precisamos de atitude.

Como fomos forjados em um país escravocrata, acostumamo-nos com o racismo multidimensional que nos rodeia por todos os lados e tendemos a não enxergá-lo, tal qual o ar que respiramos.

Por isso, não basta não sermos racistas, temos de ser antirracistas!

Viva Zumbi! Viva o Dia da Consciência Negra!

https://www.cartacapital.com.br/opiniao/silvio-almeida-a-gente-nunca-tinha-visto-um-presidente-fazer-aceno-para-grupo-neonazista/

EdsonLuíz.

21/11/2022 - 00h41

Salve, Paulo, meu bom homem!

Toda mudança difícil precisa mesmo de tempo, eu concordo, mas precisa também e muito mais ainda de atitude.

●A questão estrutural que envolve a exclusão de negros precisa de quanto tempo para uma solução?
▪De 100 anos? Já passaram!
▪De 200 anos? Já passaram também?
▪De 300?

E se eu fosse o excluído, de quantos anos precisava?

Todos precisamos refletir sobre isso! Refletir sobre os erros das lideranças negras; refletir sobre os acertos das lideranças negras; refletir sobre a interlocussão de pretos com outros tipos étnicos, brancos em vitrine; refletir sobre equívocos de cooptação das lideraças dos negros para interesses de poder político de grupo, interditando com isso interlocussão…

Mas a vida não é intenção, a vida é atitude. Toda mudança precisa de atitude, algumas vezes, atitude radical.

EdsonLuíz.

20/11/2022 - 23h50

Eu sou branco, meus olhos são azuis. Eu fui um menino muito pobre, mais que os meninos negros em meu entorno. Um dia a minha própria mãe, uma filha de português, disse a mim, em um misto de crueza e crueldade, que o meu cabelo era…

Aquela fala de minha mãe, uma mulher que lidava com vississitudes extressantes devido à sua história de vida, como sempre é, instalou em mim um conflito : ▪Eu era filho de um italiano que não conheci e neto de um português —um português da aldeia de Pregoinho, no Viseu; a mesma aldeia em que o ditador Salazar menino passava muitos dos seus dias de folga, e ele e meu avô Manuel foram contemporâneos, com uma diferença de 5 anos na idade. Mas adesões ideológicas não são genéticas nem geográficas. O meu avô português também não conheci: ele morreu muito cedo, quando eu tinha 4 meses de nascido, e assim, já faz tempo que eu sou mais velho do que meu avô. Mamãe perdeu o seu pai talvez no momento próximo em que mais dele precisaria, e eu perdi o avô que teria e que me faria muita falta.

Conflito racial estabelecido pela fala da minha mãe, me vi sempre fazendo reflexões sobre o que seria diferente comigo se eu, um branco, vivesse em uma sociedade comandada por pretos.

Eu, sendo branco, com maior ou com menor dificuldade sempre vivi como maioria em uma população etnicamente plural mas comandada por brancos.

▪Dentro desta reflexão que sempre me fiz e me faço, de como seria comigo se eu, um branco, vivesse em uma sociedade comandada por pretos, eu problematizava mais e me perguntava e me pergunto como seria comigo se, em uma sociedade comandada por pretos, fosse eu um branco miserável.

?Como é para uma pessoa miserável, menino ou já adulto, viver como minoria em uma sociedade cujo grupo econômico mais favorecido o rejeita?

▪Como essa realidade econômica e racial pode ser modificada?
▪Como do menino excluído pode surgir o homem que ocupa a vaga social e econômica, se nada lhe dão e ainda lhe tiram?
▪E do menino, filho daquele menino, o que pode ser dele em uma sociedade desta?

Edson Luiz Pianca
edsonmaverick@yahoo.com.br

    Paulo

    21/11/2022 - 00h08

    Essa realidade econômica e racial só pode ser modificada pelo tempo, Édson Luiz. Não tenha ilusões quanto a isso. Nesse ínterim, querer abreviar o tempo é um crime contra a brasilidade. Darcy Ribeiro sabia disso, mas seus prognósticos são ignorados…

Ugo

20/11/2022 - 21h19

Mulher puramente racista por interesses e nada mais.

Edu

20/11/2022 - 20h28

Hahahahahaha Perseu babaca. Vai procurar um serrote pra coçar o rabo, seu merda !!!!

Paulo

20/11/2022 - 18h24

E agora querem decretar feriado nacional no dia 20 de novembro. Estátua do Borba Gato não pode. Feriado no dia da negritude pode e deve. É por essas e outras que o energúmeno Bolsonaro foi eleito e seus sequazes ameaçam incendiar este país. Precisamos de quem soma, não de quem divide…Jamais seremos um povo único, ainda que diverso, etnicamente, mas com tendência à unificação racial, enquanto não aceitarmos a regra universal da meritocracia. Chega de pedir pra entrar pela porta dos fundos. Meus filhos só entram pela porta da frente…

carlos

20/11/2022 - 14h05

Esse Edu é um vagabundo, miliciano chora que dói menos seu energumeno, sujeira vc é um balde de merd…

Edu

20/11/2022 - 12h43

Baixo, rasteiro, imbecil, desonesto, desqualificado, canalha, enganoso, safado, CORNO, sem vergonha na cara, mediocre, covarde e verme, o antipetista acredita em toda MERDA que fala.
Os motivos ? Hahahahahahaha todo mundo sabe que todo mundo sabe !!!!!

William

20/11/2022 - 12h08

Pura retórica terceiromundista, não existe nenhum povo negro, branco ou verde.

Existem pessoas inteligentes e idiotas…essa mulher faz parte da segunda categoria.

Fanta

20/11/2022 - 12h05

Uma mulher puramente racista exploradora da cor da pele das pessoas para se eleger e ganhar
um bom dinheiroo fácil falando asneiras.

OBS: durante os governos desse petralhume imundo quem mais morreu foram pessoas negras, pobres, do NE e homossexuais.

Essa gente é pura desgraça, pura imundícia.

Sergio Furtado Cabreira

20/11/2022 - 11h30

E, eu, particularmente, não dou “opinião”! Falo em nome da Ciência!
Somos todos originados a partir de nossos Ancestrais e Patriarcas Africanos Negros!
Depois, perdemos a melanina, a força e alguns outros, até a vergonha na cara e o humanismo!
Enfim, a Humanidade é única.
Detalhe: Israel nunca foi o berço da HUMANIDADE!
Sergio Furtado Cabreira.
Mestre e Doutor em Ciências e Evolução – UFRGS.

carlos

20/11/2022 - 11h12

Eu sempre gosto de repetir uma frase que é de um ator, nós somos todos humanos, até Jesus Cristo que não é aquele pintado nas telas do Vaticano, é um sabra e todos que nasceram em israel são todos sabras.


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