Por Gilberto Maringoni
Ao contrário do que um senso comum interessado alardeia, a situação fiscal da economia brasileira é hoje muito melhor que a de 2002, quando Lula venceu pela primeira vez.
NAQUELA ÉPOCA, a maior parte de nossa dívida pública era em dólares, o que obrigava o país a internalizar freneticamente moeda forte para fazer frente aos pagamentos de juros e dos títulos.
O grande feito do segundo governo Lula foi mudar esse perfil e hoje a maior parte da dívida é nominada em reais. País endividado em moeda que emite não quebra. Além disso, as reservas internacionais, que eram de US$ 16 bilhões em dezembro de 2002, são de US$ 326 bilhões hoje (alcançaram US$ 373 bi em 2011). Isso gera um colchão de segurança consistemte para a economia.
O ALARDE DE QUE BOLSONARO deixou um rombo fiscal e quebrou o Brasil parece radical, mas é irresponsável. O boçal e seus asseclar cometeram crimes em penca e devem ir para a cadeia por isso. Mas a difusão da ideia de Brasil quebrado serve para dar força aos setores da Faria Lima e das finanças que pressionam Lula a fazer um duro ajuste fiscal logo de saída.
O Brasil não está quebrado porque tem amplo espaço para emitir moeda e dívida, sem surto inflacionário algum. e pode investir imediatamente em áreas sensíveis, como infraestrutura, para gerar emprego e alavancar a economia. Para isso é urgente eliminar o teto de gastos. É assim que o país pode começar a sair de mais de dez anos de aperto fiscal e baixo crescimento.
Lula sabe que não pode enveredar pelo caminho de Dilma: vitoriosa em 2014, ela cedeu às pressões dos financistas, cortou investimentos e gastos correntes e provocou um estelionato eleitoral e uma espetacular recessão. Mas os ganhos da turma da grana foram cuidadosamente preservados.
Vale repetir três coisas: 1. Não há rombo fiscal; 2. O Brasil não está quebrado; 3. Bolsonaro e sua gangue têm de ir em cana.
William
06/11/2022 - 20h05
Investir dinheiro público além do normal num país ridiculo que cria somente miséria ha décadas é um suicidio.