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Cinegrafista da Jovem Pan revela que filmou segurança de Tarcísio atirando em Paraisópolis

O repórter-cinematográfico da Jovem Pan, Marcos Andrade, revelou em entrevista a Folha de São Paulo que registrou o momento em que um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe de segurança do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), atirando em Paraisópolis, numa ação que matou Felipe Silva de Lima, de 28 anos. Andrade também […]

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Imagem: Reprodução

O repórter-cinematográfico da Jovem Pan, Marcos Andrade, revelou em entrevista a Folha de São Paulo que registrou o momento em que um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe de segurança do candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), atirando em Paraisópolis, numa ação que matou Felipe Silva de Lima, de 28 anos.

Andrade também declarou que a campanha do candidato bolsonarista entrou em contato com a Jovem Pan para pedir sua demissão e relatou pressões da própria emissora, que pediu para que ele próprio gravasse um vídeo em apoio a Tarcísio. O cinegrafista diz que sente medo: “você não sabe com quem está lidando”.

“Eu começo a escutar uns disparos de arma de fogo, a impressão que eu tinha era umas rajadas de metralhadora. Eu fui para a janela, e olhando para o lado direito eu vi umas motos passando. Coisa de dez minutos depois as motos deram a volta pelo quarteirão, foram para a rua de cima, e começa o novo tiroteio”, disse.

“Aí eu pego a câmera e vou para janela. Inclusive, todo mundo falava ‘se abaixa’, e houve um pânico generalizado. E eu fui para a janela. Só que aí eu vejo umas pessoas à paisana na parte de baixo, na porta da escola, disparando arma de fogo no sentido da rua de cima. Eu vejo o Tarcísio com o pessoal saindo do prédio e indo para o estacionamento”, detalha.

“Eu fiz essas imagens, tanto essas como das pessoas embaixo atirando. Desci. Chego na calçada e vejo lá na esquina, na parte de cima no meio da rua, uma pessoa caída e uma moto no chão. Eu me abrigo até uma coluna. Quando eu chego para gravar esse corpo e a moto que está no chão, chega uma pessoa falando para eu não gravar”, revela.

“Na hora que eu vou para a parte de cima, onde o corpo e a moto está caída, eu vejo o rapaz que eu tinha conversado a respeito de pedir reforço. Eu vejo ele armado e com distintivo da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. E outro rapaz que tenta me impedir também está com distintivo, mas eu não consigo ver bem o que era o distintivo dele”, acrescenta.

Na sequência, o repórter cinematográfico detalha as pressões que sofreu para apagar as provas. “Chega alguém e fala assim: ‘vamos lá em cima [que querem falar com você]’. Eu achei esquisito. Ficou uma dúvida, e na dúvida grava. Eu não estou com a câmera na mão. Peguei meu celular e fui gravando áudio com celular na mão”.

“O cara se apresenta [o homem foi identificado pelo site Intercept Brasil como Fabrício Cardoso de Paiva, um agente licenciado da Abin que foi reconhecido também por Andrade por meio de fotografias]. Aí tem a gravação [em que a voz pergunta sobre o tiroteio e sobre o que havia sido filmado, e manda Andrade apagar as imagens]”.

“Eu achei muito estranho, eu não faria em momento algum por questão da profissão mesmo. Eu não apaguei isso [as imagens já haviam sido enviadas à emissora]. Minha opinião [sobre o motivo da ordem] é que alguém que estava lá que não devia estar. É isso”, afirmou Andrade.

“Tem muita polícia. Só que você não consegue distinguir quem é quem. Quando você olha para o lado e fala assim: tem um federal aqui, um cara da Abin, um militar. Isso é normal? Você está acompanhando um candidato à Presidência da República, você vê policiais federais. Agora, um candidato ao governo com esse estafe eu nunca vi. Foge da normalidade”.

Ainda segundo Andrade, foi a partir daí que surgiram às pressões para que a Jovem Pan o demitisse. “Ontem [terça, quando o áudio foi divulgado pela Folha] foi um dia muito difícil, né? Porque houve comunicação da equipe [do Tarcísio] com a empresa [Jovem Pan] cobrando uma postura da empresa de desligamento”.

“Até ontem, a hora que eu saí de lá, eles bateram o pé e desligamento zero. Não falaram o que iam fazer, entendeu? Mas me pediram para eu gravar um vídeo para o Tarcísio. Não sei se para usar para campanha, mas é de um jeito para eles ficarem bem com esse pessoal”.

Por fim, o cinegrafista diz que se sente temeroso pelas retaliações. “Eu também estou assustado, porque você não sabe com quem está lidando. Medo não por mim, mas pela minha família, entendeu? Eu estou com minha esposa para ganhar nenê neste próximo mês. A minha preocupação é só essa, da minha família, entendeu, da integridade física de todos. Eu espero que acabe tudo bem, é a minha esperança, para a minha pessoa, para a minha família. Claro que eu tenho medo”.

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Comentários

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carlos

28/10/2022 - 08h31

O cara sai do Rio de Janeiro, pra se candidatar em São Paulo, sem que o povo não tivesse a menor consulta ele não fez nenhuma consulta se o povo aceitaria, resultado pisou na bola várias vezes resultado vai perder .


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