Por Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP)
“Temos mais uma demonstração incontestável do equívoco e da gravidade da política do governo Bolsonaro de privatização de refinarias da Petrobrás. A mentira de que a venda de ativos da maior empresa do país aumentaria a competitividade e, consequentemente, levaria a reduções de preços de derivados, é, mais uma vez, denunciada pela realidade.
A Acelen, do fundo árabe Mubadala, que administra a Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (Ralam), na Bahia, aumentou a gasolina em 8,7% e o diesel em até 11,5% no estado. O reajuste passou a valer a partir do último sábado (8).
Ao vender a Rlam, a primeira refinaria do Brasil, a direção bolsonarista da Petrobrás estimulou a criação de monopólio privado regional, que só beneficia o proprietário da empresa. Junto com a Rlam e sua logística de dutos e terminais, o fundo árabe Mubadala comprou o mercado consumidor cativo do Nordeste, ficando livre para executar política mais conveniente para elevar lucros da empresa.
Com o reajuste de preço, a Bahia tem o combustível mais caro do Brasil, repetindo a posição que conquistou três meses após a privatização da refinaria, no final de 2021.
Por trás dos reajustes abusivos está a equivocada política de preço de paridade de importação (PPI), mantida por Bolsonaro, que segue a cotação internacional do petróleo, a variação cambial e custos de importação, mesmo o Brasil sendo autossuficiente em petróleo. A política do PPI só contribui para lucros e ganhos recordes em dividendos a acionistas da Petrobrás – sobretudo acionistas privados estrangeiros – , e para deixar os brasileiros reféns da carestia.
Ou seja, o país produz internamente, em reais, o petróleo que consome, mas, com o PPI, o brasileiro paga preços dolarizados ao adquirir os combustíveis”.
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