Os leitores estão pedindo provas mais substanciais de que Joaquim Barbosa recebe salários da UERJ sem trabalhar. Os documentos comprovam que ele está ativo, “exercendo “atividades administrativas por autorização expressa do Reitor da UERJ”. Para mim, isso é uma prova que ele recebe salário e benefícios da instituição. Minha fonte fez uma estimativa do que ele deve ter recebido de 2008 até hoje e chegou ao valor de R$ 700 mil. Agora estamos atrás do contracheque do ministro na UERJ, para identificar o valor exato de seu salário. Trata-se de um emprego público, ou melhor, de uma sinecura pública, de um homem público, e bota público nisso, que o diga o Luciano Huck.
O Cafezinho pode errar evidentemente. A gente faz o possível, mas a nossa equipe é muito pequena: um só. Então vamos esperar aparecer o contracheque do senhor Joaquim na UERJ, ou receber mais informações antes de continuar batendo o bumbo nessa história.
Observem que não estou apontando nenhum crime do Joaquim. Apenas mostrando que ele é mais um marajá do serviço público, como tantos outros. Como disse um amigo do Twitter, era a última virgem da zona. Não é mais.
Agora quero falar do mensalão de Joaquim Barbosa. Refiro-me ao emprego dele no IESB, uma universidade que andou envolvida no escândalo da “multiplicação” de cursos, denunciado pela Istoé em fevereiro de 2000. Os outros ministros do STF dão aula na escolinha do Gilmar Mendes. Barbosa dá aula na escolinha da Eda, uma reacionária de coturno que defende o fim do direito ao voto para “analfabetos funcionais”.
Segundo minha fonte, Barbosa ganhava R$ 6 mil/mês em 2004 e hoje deve ganhar de R$ 10 a 20 mil por mês para dar uma aula por ano. E que aula! Na aula que deu este ano, a quantidade de asneiras por segundo proferida por Joaquim Barbosa está concorrendo ao Guiness.
Até aí tudo bem. São os regabofes de sempre que a república de bananas oferece aos poderosos, não importando o grau de estultice dos mesmos. O negócio é que o IESB, como já disse, é o mesmo curso denunciado numa reportagem da Istoé, como um dos que registraram crescimento “espantoso” na gestão de Paulo Renato, ministro da Educação no governo Fernando Henrique. Com um detalhe curioso: a dona do curso, a reitora Eda Machado é mulher do então homem forte do Ministério da Educação, Edson Machado de Sousa.
Confira o trecho da reportagem da Istoé (íntegra aqui).
Aberto há dois anos, o Instituto de Educação Superior de Brasília (Iesb) cresce a uma velocidade espantosa: já tem 12 cursos funcionando, soma três mil alunos e cobra uma mensalidade que, no caso do Direito, chega a R$ 570. O Iesb pertence a Eda Coutinho Barbosa Machado de Sousa, mulher do chefe de Gabinete do ministro Paulo Renato Souza, Edson Machado de Sousa. A mulher de Edson, uma professora aposentada que já trabalhou no MEC, juntou-se a dois empreendedores mato-grossenses e virou uma empresária do ensino. “Depois do Paulo Renato, houve um liberou geral no ensino superior. Mas isso gerou mais competição e o aluno passou a ter mais opções”, acredita ela.
Assim é a vida. Mensalão da UERJ, mensalão do IESB, emprego pro filho na Globo. E quem paga o pato é o Pizzolato. Rimou.
Rogério C.
18/07/2013 - 14h56
quanto ao terrível JB Torquemada, segundo o sistema interno de RH da UERJ consta que ele estaria atualmente prestando “serviços administrativos de natureza interna”. Pela Constituição Federal ele jamais poderia estar acumulando o cargo de ministro do STF com este cargo de natureza administrativa, somente poderia atuar como docente, Professor-adjunto como consta na ficha dele. Onde está o Ministério Público Estadual que não vê nada, não faz nada e nem pretende fazer caso não seja provocado? Sugiro que a blogosfera ela mesma encaminhe de maneira formal uma denuncia para apurar este fato.
Rogério C.
18/07/2013 - 14h50
Miguel,
aproveitando o assunto, que tal investigarmos se o famigerado Fux também estaria recebendo este mensalão da UERJ mesmo sem trabalhar, e se o novo ministro Barroso já deu entrada no pedido de licença sem vencimentos da UERJ. Esta universidade deve ser muito rica, pois se dá ao luxo de pagar salários polpudos a quem não trabalha. Podemos também investigar os gastos deste Reitor, que deve ter muito coisa a esconder.
Carlos
17/07/2013 - 16h22
pela lei de acesso a informação, a Universidade é obrigada a fornecer informações sobre o quanto foi recebido pelo glorioso JB.
Guilherme Bollmann
17/07/2013 - 16h21
Até que não demorou para que o JB ficasse com o rabo preso.Mais
uma vez parabéns Miguel.