Pesquisa do Paraná Pesquisas/Veja, feita no último dia 29 de abril, ou seja, após a saída de Moro do ministério, mostra um quadro similar ao que vimos em 2018, revelando que a mesma dinâmica que levou à vitória de Bolsonaro ainda continua funcionando.
A primeira semelhança é que Bolsonaro lidera a pesquisa. O presidente pontua de 27% a 29% nos três cenários apresentados.
O fator de maior destaque no desempenho de Bolsonaro, e isso também estava muito presente na campanha de 2018, é sua força entre eleitores do sexo masculino, entre os quais ele pontua de 31% a 34%.
Naturalmente, um outro ângulo para se analisar a mesma questão é a alta rejeição a Bolsonaro entre as mulheres.
A segunda semelhança com as eleições de 2018 é a vigorosa presença de Lula no cenário político. No cenário em que aparece, o petista atinge 23,1% das intenções de voto para 2022, empatado tecnicamente com Bolsonaro.
O desempenho de Lula entre os menos instruídos e no nordeste ainda chama a atenção. Lula lidera a pesquisa entre eleitores com escolaridade até o ensino fundamental, com 32,8%, contra 23% de Bolsonaro, 15% de Moro e 6,5% de Ciro. No Nordeste, o petista também fica muito à frente de todos os outros candidatos, com 38,4%, contra 16% de Bolsonaro, 12% de Moro e 14% de Ciro..
A pesquisa não traz, infelizmente, estratificação por renda, então temos que inferir esse dado pelos números referentes à escolaridade.
O ponto mais vulnerável do petista, o que é mais um fator a nos lembrar 2018, é sua rejeição entre eleitores mais instruídos e de renda média. Esta rejeição contaminou, como um vírus, todas as faixas de renda, e criou uma avassaladora onda antipetista, sobretudo porque se associou aos anseios profundos por mudança.
O levantamento aqui analisado oferece um pouco de informação sobre uma questão essencial: essa rejeição vista em 2018, tanto nas pesquisas como nas urnas, ainda persiste?
As tabelas que levantam o potencial de voto de cada candidato perguntam ao entrevistado em quem ele “não votaria de jeito nenhum”. As respostas sugerem que o antipetismo resiste.
A rejeição é alta para todos os candidatos, mas chama atenção a rejeição de Fernando Haddad, de 63%, superior a todos os outros, especialmente quando a analisamos por segmento. Haddad registra rejeição superior a 70% entre eleitores com ensino superior e no Sul, e acima de 65% entre eleitores homens, do Sudeste e do Norte/Centro Oeste. A rejeição a Haddad coincide com a força eleitoral de Bolsonaro. Onde o PT é mais rejeitado, Bolsonaro obteve suas melhores performances.
A terceira semelhança que a pesquisa aqui analisada tem com as eleições de 2018 é a presença de Ciro Gomes como alternativa à esquerda. Presente em todos os cenários, Ciro pontua de 8% a 11%. No cenário 1, é o candidato com mais votos no Nordeste, com 21%, contra 19% de Haddad, 17% de Bolsonaro e 14% de Moro.
Ciro preserva hoje outras vantagens comparativas que já se apontavam na campanha de 2018. Uma delas é bom desempenho entre eleitores de renda média e mais instruídos.
Entre eleitores com ensino superior, o pedista aparece em segundo lugar, com 13,2%, depois de Bolsonaro, que ainda lidera isolado neste segmento, com 31%, e ligeiramente à frente de Haddad, que tem 12,1%. Importante lembrar aqui, todavia, que a rejeição a Bolsonaro entre eleitores mais instruídos tem crescido exponencialmente, de maneira que este eleitor, que tem muita presença nas redes sociais, está se desgarrando de Bolsonaro. Para onde ele vai, ainda é um mistério.
A outra vantagem comparativa de Ciro é o seu “potencial de votos”, o qual aparece na pergunta sobre quem o entrevistado “pode votar”. É neste quesito que se pode avaliar as segundas e terceiras opções do eleitor e, com isso, identificar quais são os candidatos mais competitivos num eventual segundo turno.
Nessa tabela, Ciro aparece com quase 40% de votos, contra 55% de rejeição. Para efeito de comparação, Haddad, seu principal concorrente à esquerda, tem 33,6% de potencial de voto e 63% de rejeição.
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A sondagem feita pelo Paraná Pesquisas, a pedido da Veja, sugere que apoiadores de Moro e Bolsonaro já formaram grupos diferentes, visto que o percentual de votos do presidente oscila apenas 2 pontos para baixo quando o ex-ministro da Justiça entra no cenário.
A íntegra da pesquisa pode ser baixada aqui.
Fiz uma tabela com os três cenários e segmentos selecionados.
O cenário 3 traz Flavio Dino. É a primeira pesquisa, que eu me lembre, com cenários com Flavio Dino. Houve uma pesquisa que trouxe Dino, mas não mostrou nenhum outro candidato de oposição, o que evidentemente provoca uma distorção.
O comunista, todavia, ainda é pouco conhecido pelo eleitorado, e pontuou apenas 1,4% no total. Mesmo no Nordeste, registrou apenas 2,9%.
Guilherme Boulos, do PSOL, pontuou 1,2% em seu melhor cenário; o segmento onde obteve sua melhor performance foi entre eleitores com ensino superior, entre os quais registrou 2,4%.
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A pesquisa traz ainda uma avaliação da administração do presidente Jair Bolsonaro, que mostram uma aprovação de 44%, contra desaprovação de 51,7%.
Claudiney Andrade
04/05/2020 - 21h23
A Paraná Pesquisas está de parabéns pela pesquisa correta sem influência como tem feito as concorrentes.
Basílio
03/05/2020 - 12h08
Fora de Pauta
MORO DIZ QUE NÃO SABIA QUE BOLSONARO ERA BOLSONARO
https://youtu.be/9VYwmApL6ws
Mas você, eleitor de Bolsonaro, sabia em quem estava votando. Não me venha com esse papo de que foi enganado. Bolsonaro disse tudo que ia fazer contra o Brasil, inclusive que ia matar 30 mil comunistas, começando por Fernando Henrique Cardoso, que era a favor da tortura, que odiava os pobres e que se fodesse o mundo. E você não acreditou nessa sinceridade assassina?
Antes da eleição, ninguém imaginava no coronavírus. E os eleitores do Bolsonaro aplaudiram a ideia dos 30 mil assassinatos.
Claro que ninguém sabia o que estava por vir nem tampouco que o coronavírus era daltônico: ele não consegue fazer distinção entre o vermelho (comunista), o verde e o amarelo, e vai matar muito mais do que os 30 mil prometidos por Bolsonaro, seu principal aliado.
E você que votou em Bolsonaro, como é que fica nisso tudo?
É O QUE TENTA LHE RESPONDER O CARA QUE PRODUZIU ESTE VÍDEO
https://youtu.be/9VYwmApL6ws
Tiago Silva
03/05/2020 - 11h25
Inclusive o PSDB consegue se coordenar com estratégia para ter candidatos em cada segmento de renda (Dória para ricos, Caiado latifundiários, Generais Militares Entreguistas para militares, Sérgio Moro para classe média e Huck para as classes baixas – isso sem falar do Partido Novo para adolescentes e mercado financeiro). Mesmo que toda essa coordenação esteja sob pressão para se fazer uma narrativa com o intuito de a Grande Mídia e Grandes Proprietários continuem mandando.
Enquanto isso na esquerda a estratégia aparenta ser o rebaixamento mútuo (principalmente quando evocam o anti-petismo, em aparente estratégia de destruir as bases eleitorais da esquerda e ainda ampliar o preconceito – sem comparabilidade – em relação a qualquer coisa que se coloque como esquerda). Ao invés de estratégia para conquistar estratos onde não se encontra, buscam minar os estratos que já se encontravam (estratégia do anti-petismo que muitos embarcaram – sem entender que estavam na mesma barca para os antipetistas que odeiam PDT, que odeiam PSOL, que odeiam Rede, odeiam PSB, etc e só começam a gostar quando fazem incorrer na “esquerda que a direita gosta”).
É para reflexão.
Tiago Silva
03/05/2020 - 10h42
Ou seja, caso Ciro pretenda ir para o segundo turno…. Precisa do voto dos Lulistas do Nordeste (principalmente), pois sem esse eleitor, Ciro não passa para o segundo turno. E o pior é que a estratégia equivocada de Ciro ao tentar cair nas graças do Sul, Centro-Oeste e Sudeste que surfa no Plim Plim anti-petista pode fazer Ciro (quando cai no anti-petismo) perder a condição de opção ao eleitor Lulista/Petista e o fazer diminuir eleitoralmente (sem perceber que dificilmente um anti-petista quer um esquerdista, daí aprofundando ainda mais a pecha de não confiável tanto para a esquerda como para a direita).
O que impressiona é a rejeição de Haddad e Ciro, que segundo as contas do próprio Ciro inviabilizaria a candidatura de ambos e que deveriam abandonar a corrida eleitoral para outro, mesmo que sem estrutura para a competição eleitoral.
Já Moro, Dória e Huck representam o mesmo partido PSDB e que podem estar camuflados em filiais como PSD, Podemos ou Partido Novo (PSDB jovem ou PSDB Personalité). Aliás representam parte do Bozismo, mas urbano e de classe média alta.
Uma pena que tantas pesquisas não levem à reflexão dos candidatos, partidos e sites que se dizem de esquerda… Onde a falta de coordenação faz efetivar uma Geringonça às avessas. No Brasil a máxima ainda se mostra evidente: “A esquerda que a direita gosta”.
Alan C
03/05/2020 - 10h34
Paraná Pequisas é disparado o pior instituto de pesquisa. Quem não se lembra da “vitória” do Aécio em 2014??
Sobre esta pesquisa, já vi pesquisas polêmicas, mas esta aqui caprichou, os gráficos são contraditórios entre si, tem um que a soma só dá 68%, enfim, este instituto não é sério.
CBO
06/05/2020 - 13h00
Sim, sério é o Ibope e o DataFolha que elegeram Andrade em 2018 em todos os cenários. Eu até tenho duvida. Eu acho que o presidente hoje é o Andrade! Haaa os especialistas da USP também são bons. Deram 94% de chances de Andrade ganhar. kkkkkkkkkkk
AS
03/05/2020 - 07h55
F
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Henrique Cesconeto
03/05/2020 - 01h26
Parabéns pela Análise Miguel!
Continuo acreditando que o Ciro é a única opção viavel do campo progressista. Acredito nele e terá meu voto em 2022.
PAULO SÉRGIO MENDES QUARESMA
03/05/2020 - 00h13
Depois ninguém explica porque o NE não tira o pé da merda.
Madalena
02/05/2020 - 22h02
Quer dizer que até o NE também tá quase com Bolsonaro ? A margem com o primeiro e segundo é bem pequena…
Sandro Martins
02/05/2020 - 22h00
O embate entre Moro e Bolsonaro vai dar em nada, boa parte dos boca aberta que acreditam cegamebyno Moro voltarão para Bolsonaro.
Como o Guedes disse, Bolsonaro tem 30% de base fixa os outros que precisam para ganhar eleição vem de reboque.
Moro não tem perfil para ser candidato a Presidência.
Ganassa
02/05/2020 - 21h57
Das eleições cá pouco ou nada mudou, acabando a pandemia Bolsonaro decola.
Yuri Pontes
02/05/2020 - 21h55
NE resiste a Bolsonaro para não dizer que não tem adversários nem depois do que aconteceu no último mês.
E quando essa pandemia passar volta tudo como era antes viu…
Valeria
02/05/2020 - 20h49
Vocês acertaram demais de colocar a cor azul pro CIRO, porque esse cara é um coronel do PSDB mesmoooooo! Então tem que manter as cores mesmo! Posso cuspir?