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IBGE: produção industrial cai 1% no acumulado de 12 meses

Os resultados da produção industrial brasileira para janeiro, divulgados hoje, permanecem profundamente medíocres. É natural que, de vez em quando, os índices mensais de produção industrial apareçam com sinal positivo. Em caso contrário, nossa indústria já teria sido extinta há anos. E não foi. O Brasil ainda tem indústria. Combalida, defasada, doente, mas ainda viva. […]

26 comentários
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Os resultados da produção industrial brasileira para janeiro, divulgados hoje, permanecem profundamente medíocres. É natural que, de vez em quando, os índices mensais de produção industrial apareçam com sinal positivo. Em caso contrário, nossa indústria já teria sido extinta há anos. E não foi. O Brasil ainda tem indústria. Combalida, defasada, doente, mas ainda viva.

Entretanto, qualquer tom otimista agora, diante da absoluta ausência de uma estratégia governamental, de um projeto de desenvolvimento, que possa modernizar, de fato, a nossa base produtiva, soa ridículo. Até porque se deve olhar para o período acumulado de 12 meses, e não apenas paras as oscilações mensais. E no acumulado de 12 meses, os números continuam negativos: queda de 1%.

O dólar alto, pelo jeito, não vai ajudar, porque a demanda externa deve cair, puxada pelo coronavírus e a queda nas bolsas. As previsões, portanto, estão se deteriorando, pois o dólar alto prejudica a importação de bens de capital (ou seja, máquinas, equipamentos e tecnologia, necessários para renovação da nossa indústria) e ao mesmo tempo não ajuda a nossa exportação, pois o mercado externo deve encolher.

A solução?

Inúmeros economistas estão dizendo: ampliar o investimento público e fazer uma política industrial moderna (não confundir com as feitas no passado, baseadas em lobby de indústrias tradicionais de São Paulo), focada em disseminação de tecnologia, melhora da infra-estrutura e preparação de mão-de-obra qualificada.

Vamos aos números divulgados hoje.

Tem um número muito bom, que é o aumento de 12,6% na produção de bens de capital; entretanto, o mesmo item registra alta insignificante de apenas 0,4% no acumulado 12 meses, de maneira que a alta em janeiro, por enquanto, é apenas um soluço. A produção brasileira de bens de capital permanece estagnada, e não há tendência ainda de recuperação.

O relatório do IBGE compilou dados oriundos de outras fontes, privadas e estatais, e os números mostram uma situação ainda bastante negativa para a indústria brasileira.

O faturamento real da indústria, segundo a CNI, caiu 0,9% em janeiro. A utilização da capacidade instalada permanece baixa, em 77,75. Como acreditar no crescimento do setor se ele não está usando plenamente sequer as instalações já em produção?

O “quantum” do comércio exterior também é bastante negativo para a indústria. Segundo um padrão internacional, quantum é um índice que mede a quantidade de mercadorias comercializadas, descontando variações no preço e na inflação. O quantum das nossas exportações de manufaturados registrou queda violentíssima de 23,4% em janeiro. Como ser otimista numa situação dessas?

A indústria de transformação, depois do abrupto declínio iniciada a partir do segundo trimestre de 2014, permanece num patamar muito abaixo daquele observado entre 2007 e 2013.

Olhando apenas para o setor de bens de capital, a situação também é de profunda estagnação.

Conclusão: a indústria brasileira continua em declínio. As variações mensais, positivas ou negativas, não tem mudado a tendência observada nos períodos acumulados, onde o que se vê é apenas queda, estagnação e ociosidade.

***

Indústria cresce 0,9% em janeiro, melhor resultado para o mês desde 2017

Editoria: Estatísticas Econômicas | Alexandre Barros
10/03/2020 09h00 | Última Atualização: 10/03/2020 09h05

Agência IBGE — A produção industrial brasileira cresceu 0,9% em janeiro, em relação a dezembro, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (10) pelo IBGE. O resultado interrompeu dois meses de taxas negativas e é o melhor janeiro desde 2017, quando ficou em 1,1%. Na comparação com janeiro do ano passado, o setor teve queda de 0,9%, com recuo também no acumulado dos últimos 12 meses, de -1%.

Na comparação com dezembro, 17 dos 26 ramos industriais pesquisados e três das quatro grandes categorias econômicas apresentaram taxas positivas em janeiro. “Isso não ocorria desde abril do ano passado. Os resultados positivos ficaram concentrados em poucas áreas da indústria por oito meses seguidos em 2019”, destaca o gerente da pesquisa, André Macedo.

As principais influências positivas vieram de máquinas e equipamentos (11,5%), veículos automotores, reboques e carrocerias (4,0%), metalurgia (6,1%) e produtos alimentícios (1,6%), depois dos recuos registrados em dezembro. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (2,3%) avançaram pelo terceiro mês seguido.

Entre os oito ramos que reduziram a produção em janeiro, os desempenhos de maior importância para a média global foram registrados por impressão e reprodução de gravações (-54,7%) e indústrias extrativas (-3,1%), que teve o quinto mês consecutivo de queda na produção e acumulou perda de 8,9% desde então.

Já entre as grandes categorias econômicas, André Macedo observa que bens de capital (12,6%) e bens de consumo duráveis (3,7%) cresceram acima da média em janeiro com a retomada da produção nas indústrias de veículos depois do período de férias coletivas.

“Com isso, bens de capital interrompeu os resultados negativos desde maio de 2019, período em que acumulou redução de 14,8%. O resultado de janeiro foi o avanço mais intenso desde junho de 2018 (23%). Já o avanço de bens de consumo duráveis devolveu parte da perda de 6,8% acumulada nos dois últimos meses de 2019”, acrescentou o gerente da pesquisa.

Ainda de acordo com a pesquisa, bens intermediários (0,8%) também registrou taxa positiva em janeiro. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis teve variação negativa de 0,1% e marcou o terceiro mês seguido de queda na produção, acumulando nesse período recuo de 2,2%.

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Comentários

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João Ferreira Bastos

10/03/2020 - 20h29

O Brasil não está em crise

Voltamos a ser o que eramos antes do PT

    Evandro Garcia

    11/03/2020 - 15h50

    Quem dera.

putin

10/03/2020 - 20h17

apesar das “opinioes” dos criminosos de direita (tenho que incluir os pdtistas?), os numeros falam que a produçao industrial cresceu monstruosamente entre 2003 e 2014, com pequenas pausas em 2009 e 2012.
tudo o que aconteceu á partir de 2014 deve-se debitar á RNC (republica nazista de curitiba) e aos otarios masoquistas (que gostam de empobrecer evidentemente) que a apoiam.
nunca se viu e nunca mais se verá um avanço do pais como entre 2003 e 2014.

    Cigano Cheiroso

    11/03/2020 - 15h56

    Crescimento fictício com cartões de crédito para quem ganha 1.000 R$ por mes da isso.

      Onofre Junqueira

      11/03/2020 - 18h22

      Ué, mas no governo do Petê, quem ganhava R$ 1.000,00 era classe média alta !

    11/03/2020 - 16h06

    Infelizmente concordo com cada palavra do seu comentário. Até quando o brasileiro negará a realidade? Que povinho sem vergonha, sem educação e sem lastro que temos neste país. Eric Hobsbawm escreveu a “Era dos Extremos”. A próxima edição, reescrita por outro escritor, será a era dos idiotas e estúpidos extremos. O brasil terá capítulo a parte.

Wellington

10/03/2020 - 19h34

Quase ninguem produz mais nada, Estados Unidos e poucos mais a parte; o resto do Mundo compra pronto da China.

    Essa é facil…

    10/03/2020 - 19h57

    Pela sua lógica o mundo depende dos COMUNISTAS, menininho do acento GRAVE.

      Evandro Garcia

      11/03/2020 - 15h52

      Me parece tudo menos que comunista a China, prezado Rodolpho.

      É um lixo, isso sim.

Alan C

10/03/2020 - 19h31

Diga-me algo que eu ainda não saiba, rs.

Renato

10/03/2020 - 15h15

Saudades de Dilma, a estúpida, e Mantega, o sonegador, quando , em 2012, a produção industrial caiu 2,5% !

    Essa é facil…

    10/03/2020 - 19h24

    Economia se analisa de forma ampla não se pode comparar dados isoladamente, faça uma analise comparativa com vários índices, por exemplo risco Brasil, taxa de desemprego, balança de pagamentos, valorização cambial etc etc, senão fica parecendo um garoto economista de facebook.

      Pony Express

      10/03/2020 - 19h36

      A A A…Atençào !!

      Temos um novo (é o de sempre) coach em economia e e industrializaçào….

        Essa é facil…

        10/03/2020 - 19h53

        Fraquinho, se for só essa sua argumentação, não vou nem me dar o trabalho de te zoar menininho do ACENTO GRAVE.

          Wellington

          11/03/2020 - 15h53

          Calma Gleisi….kkkkkkkk

Francisco

10/03/2020 - 14h20

No sexto ano do golpe ‘Fora PT’, rumo ao fundo do brejo, onde a classe dominante atolou o Brasil a partir de março de 2014 com a operação jurídico-midiática lavajateira, sob comando do estagiário eleito em 2018 para desgovernar, após, através de lawfare escancarado nas vísceras esparramando-se no magote de processos farsas montados, impedirem Lula de assumir com o voto do povo a presidência da república em um país menos desigual, desenvolvendo-se e soberano, o mesmo estrebucha, agoniza, apodrece e cheira mal, sob a incompetência de um bando de ineptos e de contumazes transgressores, da classe dominante, a afundarem o país, enquanto o gado por eles diligentemente adestrado, tangido, rumina e muge ainda o mais do mesmo, enquanto legam a todos nós brasileiros, o brejo, atolados e rumo ao fundo.

Que isso termina mal, todos sabemos, até mesmo adestrados ruminantes da mediocridade promovida, porém essa manada insiste ir em frente, até que os raios e trovões do caos social, faça com que os sem tempo, meios ou condições, à ‘saída aeroporto’, sintam o ‘bafo caliente’ da barbárie no cangote, sem Constituição, Leis, STF, Congresso, Civilização, Mídia, Democracia e Justiça, igualando tudo em terra arrasada para todos, enquanto sobreviverem, lembrando do ‘PT Fora’ dessa estúpida ‘vibe’ redundante da ignorância plana continuada.

    Abdel Romenia

    10/03/2020 - 14h35

    Calma Biba, 2026 tá ai.

      Francisco

      10/03/2020 - 15h08

      Romenia, tu é ‘um luxo’ falando com o espelho, um lixo ‘falando’ de política.

        Abdel Romenia

        10/03/2020 - 16h34

        Kkkkkkkkk,

        mal aprenderam a escrever Mortadela e já querem falar inglês. Kkkkkkkkkkkkk

    Renato

    10/03/2020 - 15h17

    Ainda esse mimimi de Lawfare, militonto Francisco ? kkkkkkkk

      Francisco

      10/03/2020 - 17h20

      É só aspergir no texto o aroma da medicago sativa e o ruminante comparece, obviamente para ruminar em superfície o mais de menos e, ao mesmo tempo e não mais estranhamente, kkkkkkakarejar em profundidade, sincronizadamente, sem morder a língua.

        Renato

        10/03/2020 - 18h47

        Muuuuuuuuuuuu, muuuuuuuuuuuuu, muuuuuuuuuuuuuuu. Francisco, sua esposa está chamando por você. É para pastarem ! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

          Essa é facil…

          10/03/2020 - 19h47

          Ainda bem que é para pastar, imaginei que fosse um chifrudo chamando o seu gado.

Abdel Romenia

10/03/2020 - 13h00

O Estado brasileiro foi completamente quebrado nos ultimos 20 anos, daquì pra frente nunca mais terà dinheiro para fechar as contas e obviamente nem 1 centavo para investimentos.

Se haverà um minimo di crescimento no futuro serà solido e verdadeiro, sem a camuflagem do estado (para os vermes se reeleger como de costume).

chichano goncalvez

10/03/2020 - 11h59

O mal que o povo analfabeto politico fez a este pais,, ao eleger uma quadrilha de facinoras, não terá precedentes em nossa historia, quantos anos levaremos para recuperar um pouco, o mal que essa quadrilha fará ainda ao pais ?

    Renato

    10/03/2020 - 18h49

    Chichano, este mesmo povo analfabeto político já fez mal a este país ao eleger Lula, um corrupto com mania de grandeza, e Dilma, uma estúpida que não sabe a dimensão da própria estupidez ! kkkkkkkkkkkkkkkkkkk


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