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TV Cafezinho, 1ª edição: Epidemia de análises

Para 2014, os exercícios analíticos hoje estão numa fase de liberdade impressionante. O Nassif ontem disse acreditar que aposta numa chapa de Campos, na cabeça, e Aécio, como vice.

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Abraço de afogados? De escorpiões? Ou estratégia?

Vídeo de hoje:

Texto da análise de hoje:

Nunca houve tantas análises políticas, eleitorais e de mídia. Isso é bom para o Brasil. A pluralidade que falta na grande mídia, explodiu na internet. E não adianta colunistas medalhões virem com mimimi. As pessoas lêem o que querem, decidem se é bom e de maneira geral fazem um mix de várias opiniões.

Para um país como o Brasil, em que há uma mistura de carências profundas a serem solucionadas, muitas delas urgentes, com oportunidades incríveis de desenvolvimento no futuro próximo, não há como evitar mais um processo eleitoral repleto de emoções.

Para 2014, os exercícios analíticos hoje estão numa fase de liberdade impressionante. O Nassif ontem disse acreditar que aposta numa chapa de Campos, na cabeça, e Aécio, como vice. Ele listou outras variáveis, mas essa é a que tem mais chance, para ele.

De fato, tudo é possível. Mas eu discordo totalmente do meu amigo Nassif. De todas as variáveis, apenas Aécio, para mim, é um candidato certo. Campos vai esticar a corda até onde puder, mas ainda há dúvidas sobre sua candidatura. Diria que as chances dele ser candidato estão em torno de 60%, mas com tendência de alta. Ele precisa antes construir sua candidatura.

As trocas de afagos entre Serra e Campos, por outro lado, são extremamente curiosas. Campos está fazendo um movimento arriscado de criar laços com a direita, mas concordo com o que disseram vários analistas, de que isso é natural. Nenhum candidato pode chegar ao poder no Brasil sem fazer acordos com setores da direita. Lula e Dilma fizeram, o PT fez, então não pode usar isso para atacar Campos.

Mas o PT tem condições de fazer alianças com o conservadorismo porque tem uma base política muito consolidada nos movimentos sociais, no sindicalismo, uma militância numerosa e combativa. O PSB, não. É um partido com base social fraca, sem militância organizada, portanto muito mais vulnerável ao canto de sereia das forças conservadoras do capital.

Uma aliança entre PSDB e PSB poderia, de fato, alavancar a candidatura de Aécio Neves, mas não a de Campos. Ao optar por este caminho, Campos estaria fazendo uma ruptura traumática com consigo mesmo e com seu passado. Seria um jogo de tudo ou nada, porque, perdendo, se juntará ao limbo onde vivem personagens como Roberto Freire e Jarbas Vasconcelos.

Mais que provável que isso, a meu ver, é que Campos se lance como candidato em 2014, mas se alie a Dilma no segundo turno, arrancando enormes nacos de poder do governo, inclusive um importante ministério para si mesmo, e se cacifando, aí sim, para se tornar candidato em 2018.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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