O transporte ferroviário da China registrou crescimento no primeiro trimestre de 2025, com destaque para o avanço das operações de frete internacional.
A China Railway informou neste domingo, 13, que o número de trens de carga entre a China e a Ásia Central aumentou 25,5% em comparação ao mesmo período de 2024, alcançando 3.582 viagens.
Já a Ferrovia China-Laos transportou 1,513 milhão de toneladas de mercadorias no período, alta de 10% na comparação anual.
A intensificação do tráfego ferroviário transfronteiriço reflete o fortalecimento das trocas comerciais internacionais e é apontada pelas autoridades chinesas como elemento estratégico para ampliar a integração econômica com países da Ásia Central, do Sudeste Asiático e da Europa.
Além do aumento nas cargas transportadas, o serviço de passageiros da Ferrovia China-Laos também foi ampliado. Neste domingo, a rota internacional de trens entre Xishuangbanna, na província chinesa de Yunnan, e Luang Prabang, no Laos, foi estendida até a Estação Puer, também em Yunnan.
A nova configuração da linha inclui uma parada adicional em Nateuy, no Laos, totalizando oito estações, segundo a agência Xinhua.
O serviço de passageiros entre Xishuangbanna e Luang Prabang foi inaugurado em abril de 2024 e oferece viagens de ida e volta no mesmo dia. No primeiro ano de operação, transportou cerca de 220 mil passageiros, incluindo 81 mil em viagens internacionais.
Especialistas apontam a Ferrovia China-Laos como uma infraestrutura que contribui tanto para o escoamento de mercadorias quanto para o turismo e a conectividade regional.
De acordo com Sun Zhang, pesquisador da Universidade Tongji, a ferrovia tem potencial para conectar mercados do Sudeste Asiático, da Ásia Central e da Europa.
Ele também destacou o papel do Expresso Ferroviário China-Europa, que utiliza rotas semelhantes e reforça a presença da China nas cadeias de suprimento globais.
O movimento de expansão ferroviária teve mais um marco neste sábado, com o lançamento do trem de carga X9011, partindo da cidade de Wuhan, na província de Hubei, em direção a Tashkent, capital do Uzbequistão.
Este é o primeiro serviço regular de cargas operando ao longo da rota da Ásia Central a partir de Wuhan. A composição inaugural transporta 1.640 toneladas de produtos industriais como bobinas de aço, telhas e aparelhos de ar-condicionado, com previsão de chegada em dez dias.
Segundo Zhang Peng, vice-gerente geral da Hubei Railway Group, os produtos fabricados em Hubei, incluindo veículos, peças automotivas, componentes optoeletrônicos e itens agrícolas, têm encontrado demanda consistente nos países da Ásia Central.
Outro destaque do período foi o desempenho do porto ferroviário de Horgos, localizado na Região Autônoma Uigur de Xinjiang. Entre janeiro e março, o terminal movimentou 2.375 trens de carga rumo à Europa e à Ásia Central, o que representa um crescimento de 28,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
O volume total de mercadorias transportadas atingiu 3,336 milhões de toneladas, 26% acima do registrado no mesmo período do ano anterior, estabelecendo novo recorde trimestral, conforme dados do China Media Group (CMG).
Desde o início de suas operações, até o fim de março deste ano, Horgos já havia movimentado mais de 44.500 trens, com 87 rotas atendendo a 18 países e 46 cidades ou regiões, segundo o relatório do CMG.
Internamente, a rede ferroviária da China também apresentou desempenho positivo. Foram transportadas 970 milhões de toneladas de carga no primeiro trimestre, o que representa aumento de 3,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
A China Railway atribui o desempenho ao fortalecimento da estratégia de “dupla circulação”, que busca combinar o crescimento do mercado doméstico com a expansão do comércio internacional. A estatal afirmou que a manutenção do crescimento nas operações ferroviárias é essencial para assegurar o fluxo contínuo de mercadorias dentro e fora do país.
Com as expansões de rotas, novos serviços e aumento no volume de cargas, o transporte ferroviário segue desempenhando papel relevante na logística integrada da China, em um cenário que combina interesses comerciais e políticas de desenvolvimento regional e internacional.
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