
O volume total de financiamento social da China atingiu 422,96 trilhões de yuans (equivalente a US$ 57,82 trilhões) ao final de março, representando um crescimento de 8,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Os dados foram divulgados neste domingo, 14, pelo Banco Popular da China (PBC) e indicam um aumento no suporte financeiro à economia real no primeiro trimestre de 2025.
Segundo estimativas preliminares do banco central, o financiamento social total aumentou 15,18 trilhões de yuans entre janeiro e março. O montante supera em 2,37 trilhões de yuans o volume registrado no mesmo período de 2024.
O financiamento social total inclui diversas formas de crédito concedidas à economia real, como empréstimos bancários, títulos corporativos, financiamentos de ações e outras modalidades. O indicador é acompanhado pelas autoridades chinesas como uma medida ampla de liquidez e suporte financeiro à atividade econômica.
Os empréstimos em yuans pendentes destinados à economia real totalizavam 262,18 trilhões de yuans ao final de março, registrando crescimento de 7,2% na comparação anual.
De acordo com o PBC, os bancos chineses emitiram 9,78 trilhões de yuans em novos empréstimos denominados em yuans no primeiro trimestre de 2025.
Ao fim de março, o volume total de empréstimos em yuans chegou a 265,41 trilhões, alta de 7,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
O desempenho dos indicadores reflete, segundo analistas locais, um aumento no apoio monetário à economia chinesa em resposta às políticas de estímulo implementadas pelo governo.
De acordo com Dong Shaopeng, pesquisador sênior do Instituto Chongyang de Estudos Financeiros da Universidade Renmin, o crescimento do volume de crédito indica uma recuperação da atividade econômica e um impulso nas condições de financiamento após a aplicação de medidas incrementais.
“Os dados de empréstimos refletem os fundamentos sólidos da economia doméstica no atual contexto de tensões comerciais”, afirmou Dong ao jornal Global Times.
A condução da política monetária continuará a ser ajustada conforme as condições econômicas internas e externas, segundo declarou em março o governador do Banco Popular da China, Pan Gongsheng.
Pan indicou que a instituição pretende reduzir as taxas de depósito compulsório e as taxas de juros “quando apropriado”, de acordo com o desempenho dos mercados e os desdobramentos macroeconômicos.
O dirigente afirmou que o banco central utilizará diversos instrumentos para manter a liquidez ampla no sistema financeiro. Entre eles estão operações de mercado aberto, linhas de crédito de médio prazo, programas de reempréstimo e redesconto, além do ajuste de taxas de juros.
A meta, segundo Pan, é reduzir os custos de passivos das instituições financeiras e, consequentemente, os custos totais de financiamento social.
A política monetária da China tem adotado um perfil de estímulo moderado, com o objetivo de reforçar a estabilidade do crescimento econômico em meio a incertezas globais.
A ampliação do crédito observado no início de 2025 está alinhada à estratégia de apoio ao setor produtivo, com foco no financiamento de projetos industriais, infraestrutura e inovação tecnológica.
Segundo Dong Shaopeng, a continuidade da resiliência econômica da China dependerá do fortalecimento do setor financeiro como suporte à atividade produtiva. “O setor financeiro fornecerá um apoio mais forte e eficaz ao desenvolvimento de alta qualidade da economia real”, afirmou.
A evolução do financiamento social é acompanhada de perto por analistas internacionais como termômetro da orientação da política econômica chinesa.
A expansão do crédito observada neste trimestre sugere que as autoridades seguem priorizando a manutenção da liquidez e o estímulo à demanda interna, em um cenário de desafios comerciais e de desaceleração global.
O governo chinês também tem enfatizado a necessidade de coordenação entre política fiscal e política monetária, com o objetivo de promover um crescimento sustentado sem gerar pressões inflacionárias ou instabilidades no mercado financeiro.
O comportamento do financiamento social ao longo dos próximos trimestres será determinante para avaliar a eficácia das medidas em curso e a trajetória da recuperação econômica do país em 2025.
Com informações do Global Times