O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisou para baixo sua estimativa de carga de energia no Brasil para o mês de abril.
Segundo a atualização divulgada nesta semana, a expectativa é de uma redução de 1,6% na comparação com o mesmo mês de 2024, o que equivale a uma demanda de 80.336 megawatts médios. Na semana anterior, a projeção indicava crescimento de 1,7%.
O documento com as novas previsões não detalha os motivos que levaram à revisão da carga esperada, e o órgão não forneceu esclarecimentos adicionais até o momento.
A projeção anterior, divulgada no início do mês, sinalizava um cenário de aumento no consumo nacional de eletricidade. A reversão do quadro aponta para uma tendência de retração na demanda por energia, mas ainda sem uma justificativa técnica oficial por parte do operador.
A carga representa o total de energia requisitada pelo sistema interligado nacional e é considerada um indicador importante da atividade econômica e do comportamento dos consumidores industriais, comerciais e residenciais.
Além da estimativa de carga, o ONS também atualizou os dados sobre os níveis de armazenamento dos reservatórios das principais hidrelétricas do país.
Para o subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que concentra cerca de 70% da capacidade de armazenamento do sistema, a nova previsão indica que os reservatórios devem alcançar 69,4% da capacidade ao final de abril. A projeção anterior apontava para 68,5%.
Esse leve aumento na expectativa de armazenamento ocorre apesar da manutenção das previsões de chuvas abaixo da média histórica nas principais bacias hidrográficas do país. No Sudeste/Centro-Oeste, as precipitações devem atingir 74% da média histórica em abril, ante 69% projetados anteriormente.
No Sul, a expectativa de chuvas caiu para 56% da média histórica, em comparação com 59% estimados na semana anterior. O Nordeste, por sua vez, deve registrar chuvas equivalentes a 27% da média histórica, contra 26% na estimativa anterior. Já no Norte, a previsão foi ajustada de 81% para 79% da média.
O volume de chuvas impacta diretamente a geração hidrelétrica, principal fonte de energia no país, e influencia o planejamento do sistema para garantir o equilíbrio entre oferta e demanda.
Mesmo com as chuvas previstas abaixo da média, a combinação de consumo mais baixo e armazenamento ligeiramente superior no Sudeste/Centro-Oeste pode indicar estabilidade no fornecimento, ao menos no curto prazo.
O boletim semanal do ONS é utilizado por agentes do setor elétrico, autoridades reguladoras e empresas de energia para orientar decisões operacionais e comerciais.
O acompanhamento dos níveis de carga e de armazenamento permite antecipar a necessidade de acionamento de outras fontes de geração, como termelétricas, além de orientar estratégias de importação ou exportação de energia.
A queda na carga projetada poderá ter reflexos nos contratos de fornecimento e no despacho de energia, influenciando o preço da energia no mercado de curto prazo.
A depender da persistência desse movimento de retração, empresas e consumidores também podem rever suas projeções de demanda e custos energéticos ao longo do segundo trimestre.
A próxima atualização oficial do ONS está prevista para a próxima semana, quando o órgão deve divulgar novos dados de carga, reservatórios e chuvas, além de informações detalhadas sobre a operação do sistema interligado nacional.
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