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Que sinais a visita do primeiro-ministro espanhol à China envia?

O presidente chinês Xi Jinping recebeu, nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim. Essa é a terceira visita de Sánchez à China em três anos, o que demonstra o esforço de Madri em aprofundar os laços bilaterais e representa a continuidade das políticas amistosas em relação à China adotadas por diversos países […]

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O presidente chinês Xi Jinping se encontra com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez na Casa de Hóspedes Estatal Diaoyutai, em Pequim, capital da China, em 11 de abril de 2025. (Xinhua/Rao Aimin)

O presidente chinês Xi Jinping recebeu, nesta sexta-feira, o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em Pequim. Essa é a terceira visita de Sánchez à China em três anos, o que demonstra o esforço de Madri em aprofundar os laços bilaterais e representa a continuidade das políticas amistosas em relação à China adotadas por diversos países europeus. Fontes do governo espanhol informaram que a visita teve o apoio da Comissão Europeia. Em um momento em que o unilateralismo e o protecionismo ameaçam o cenário global, a viagem adquire um peso ainda maior: ela envia uma mensagem positiva e clara de que China, Espanha e outros países europeus estão adotando uma postura pragmática de cooperação, preservando o consenso em torno da globalização econômica e contribuindo para a estabilidade da economia mundial.

Este ano marca o 20º aniversário da parceria estratégica abrangente entre China e Espanha, além dos 50 anos de relações diplomáticas entre a China e a União Europeia. Durante o encontro, Xi destacou que, diante da crescente complexidade do cenário internacional, torna-se cada vez mais importante que China e Espanha mantenham relações estáveis e saudáveis. O presidente chinês ressaltou que a China sempre enxergou a UE como um polo essencial num mundo multipolar. A China é um país que apoia de forma clara a unidade, o desenvolvimento e o fortalecimento da União Europeia.

Xi Jinping acrescentou que China e UE devem assumir suas responsabilidades internacionais, defender conjuntamente a globalização econômica e o ambiente de comércio internacional, além de se oporem a ações unilaterais e práticas coercitivas. Segundo ele, ambos os lados devem proteger seus direitos e interesses legítimos, bem como a justiça, as normas e a ordem internacional.

Sánchez respondeu de forma positiva, afirmando que a União Europeia está comprometida com o livre comércio, a abertura econômica, o multilateralismo e a rejeição a tarifas unilaterais.

O cenário político da União Europeia, historicamente complexo e diverso, convive com pressões contínuas em torno da ideia de “reduzir riscos” nas relações com a China. Nesse contexto, a cooperação entre China e Espanha se apresenta como exemplo de parceria ganha-ganha para todo o bloco europeu.

Nos últimos anos, produtos agrícolas espanhóis conquistaram espaço entre consumidores chineses, enquanto as tecnologias chinesas em energias renováveis e o setor industrial trouxeram novo fôlego à economia espanhola. A Mobile World Congress, em Barcelona, tornou-se uma vitrine do avanço tecnológico da China na Europa.

Chamou a atenção a resposta do governo espanhol à ameaça do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, que afirmou que uma aproximação com a China seria “como cortar a própria garganta”. Em resposta, o ministro da Agricultura e Pesca, Alimentação e Meio Ambiente da Espanha, Luis Planas, declarou que o país pretende não só manter, mas também expandir as excelentes relações comerciais com a China. Frente ao desafio de barreiras tarifárias injustas e à necessidade de manter o multilateralismo e a globalização econômica, China e Espanha reforçam uma aliança estratégica.

A visita de Sánchez acelerou o aprofundamento da cooperação China-UE. Em 8 de abril, o ministro do Comércio da China, Wang Wentao, e o comissário europeu Maros Sefcovic realizaram uma videoconferência e concordaram em iniciar imediatamente negociações. Segundo veículos internacionais, China e UE estudam estabelecer preços mínimos para veículos elétricos chineses, como alternativa às tarifas impostas pela União Europeia no ano passado.

O avanço representa o reconhecimento mútuo de que “não há vencedores em uma guerra comercial”.

Esse entendimento não apenas evita uma escalada nas tensões comerciais, preservando o espaço de mercado para montadoras e empresas nas cadeias produtivas, como também oferece um exemplo real de como negociações sinceras e baseadas no respeito mútuo podem resolver disputas comerciais.

A UE, como a China, é uma defensora da globalização econômica e do livre comércio. Juntas, as duas potências representam mais de um terço do PIB global e formam uma relação econômica simbiótica. Sinais recentes indicam que Bruxelas vem adotando uma postura mais construtiva em relação à China, motivada tanto por interesses econômicos quanto pela busca de autonomia estratégica.

No Fórum de Desenvolvimento da China de 2025, empresas europeias representaram cerca de 40% dos participantes. Executivos europeus “votaram com os pés” ao irem à China, sinalizando otimismo e aumentando seus investimentos no país. Isso esvazia tentativas de politização das relações comerciais. A vitalidade da relação China-UE reside justamente no fato de que ela não é um “jogo de soma zero”, mas sim um modelo de parceria aberta e vantajosa para ambas as partes, sem dependência ou submissão a terceiros.

China e UE estão amplamente alinhadas na rejeição ao protecionismo e no compromisso com o multilateralismo. A colaboração em comércio, governança global e mudanças climáticas mostra forte resiliência.

Os sinais positivos enviados pela visita de Sánchez convocam mais vozes a se unirem em apoio ao multilateralismo e à cooperação aberta.

Esperamos que a mensagem conjunta de China e Espanha encontre eco mais amplo na Europa e na comunidade internacional, em favor do diálogo em vez do confronto, da abertura em vez do isolamento, e das regras em vez da imposição pela força.



Data de publicação: 11 de abril de 2025
Fonte: Global Times

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