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Antológico discurso de Xi Jinping conclamando China e Europa a resistirem juntos ao bullying de Trump

Xi conclama China e União Europeia a resistirem juntas ao bullying unilateral dos EUA. China defende interesses comuns com responsabilidade e resiliência, dizem especialistas. Não há vencedores em uma guerra tarifária, e agir contra o mundo só leva ao isolamento. Foi o que afirmou o presidente chinês Xi Jinping ao receber o primeiro-ministro espanhol Pedro […]

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Xi deu as boas-vindas a Macron e a Sra. von der Leyen em Pequim

Xi conclama China e União Europeia a resistirem juntas ao bullying unilateral dos EUA.

China defende interesses comuns com responsabilidade e resiliência, dizem especialistas.

Não há vencedores em uma guerra tarifária, e agir contra o mundo só leva ao isolamento. Foi o que afirmou o presidente chinês Xi Jinping ao receber o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez nesta sexta-feira, em Pequim.

Segundo a agência Xinhua, Xi destacou que, ao longo dos últimos 70 anos, a China avançou com base em autossuficiência e esforço próprio, sem depender da benevolência alheia, muito menos temer qualquer tipo de repressão injustificável. Acrescentou que, independentemente das mudanças no cenário internacional, a China seguirá confiante e focada em administrar bem seus próprios assuntos.

Xi ressaltou que China e União Europeia são duas das maiores economias globais e defensoras firmes da globalização econômica e do livre comércio. Juntas, as duas potências respondem por mais de um terço do PIB mundial. O presidente chinês conclamou os dois lados a cumprirem suas responsabilidades internacionais, defenderem a globalização econômica, o comércio multilateral e resistirem de forma conjunta ao unilateralismo coercitivo.

Isso não só protege os direitos e interesses legítimos de China e UE, como também fortalece a justiça internacional e a ordem baseada em regras, afirmou Xi.

Sánchez, por sua vez, afirmou que a China é um parceiro importante da União Europeia, e que a Espanha sempre apoiou o desenvolvimento estável das relações entre Pequim e Bruxelas. Disse ainda que a UE é comprometida com o comércio aberto e livre, com o multilateralismo e se opõe ao aumento unilateral de tarifas. Diante de um cenário internacional complexo, o líder espanhol destacou que Europa e China precisam ampliar a comunicação e a coordenação para proteger o sistema comercial internacional, enfrentar desafios como mudanças climáticas e pobreza e resguardar os interesses comuns da comunidade global.

Durante o encontro, os dois países lançaram o Plano de Ação para o Fortalecimento da Parceria Estratégica Abrangente entre China e Espanha (2025-2028).

O encontro ocorreu em meio a uma nova escalada de tensões comerciais provocadas pelos EUA, que vêm impondo tarifas “recíprocas” a diversos parceiros, gerando preocupações globais. Segundo Jin Ling, vice-diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto Chinês de Estudos Internacionais, a visita de Sánchez tem significado estratégico importante por demonstrar o interesse comum de China e Europa na defesa do comércio livre diante das ações unilaterais dos EUA.

Extremismo econômico dos EUA

Na sexta-feira, autoridades chinesas reafirmaram a firme posição de Pequim e anunciaram contramedidas após o aumento das tarifas americanas a 125% sobre produtos chineses. A Comissão Tarifária do Conselho de Estado informou que a China também elevará suas tarifas sobre importações dos EUA para o mesmo nível.

A comissão classificou as tarifas impostas pelos EUA como violação das regras internacionais de comércio, contrárias à lógica econômica básica e expressão de bullying e coerção unilateral. “Mesmo que os EUA aumentem ainda mais suas tarifas, isso deixará de fazer sentido econômico e será lembrado como uma piada na história da economia mundial”, afirmou o comunicado.

O Ministério do Comércio da China (MOFCOM) anunciou ainda que o país abriu um processo contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) devido aos novos aumentos tarifários. A nota oficial ressalta que a China defenderá com firmeza seus direitos legítimos e protegerá o sistema multilateral de comércio e a ordem econômica internacional.

Para Bai Ming, pesquisador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Econômica, a obsessão dos EUA por tarifas demonstra seu extremismo econômico. Segundo ele, as bases do comércio China-EUA foram comprometidas pelas práticas protecionistas de Washington e, independentemente das manobras tarifárias, os EUA não conseguirão dobrar a China.

A postura firme e racional da China reflete seu respeito pelas normas internacionais, apoio à globalização econômica e a força de sua própria economia. Mesmo diante da possibilidade de novas sanções, as contramedidas de Pequim continuarão firmes e calculadas.

Dados da Administração Geral de Alfândegas mostram que, em 2024, o comércio exterior da China bateu recorde em valor total. O país movimentou 43,85 trilhões de yuans (cerca de 6,1 trilhões de dólares) em importações e exportações, alta de 5% em relação ao ano anterior. A China consolidou sua posição como maior nação comerciante de bens do mundo, com participação de 14,5% nas exportações e 10,5% nas importações globais nos três primeiros trimestres de 2024.

Para He Weiwen, pesquisador sênior do Centro para a China e a Globalização, ao não seguir os EUA na escalada tarifária, a China demonstra uma postura responsável e racional — em contraste com as ações provocativas e improdutivas de Washington.

Defensora de interesses comuns

Em reunião com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, criticou duramente os EUA por imporem tarifas de forma indiscriminada e colocarem seus próprios interesses acima dos da comunidade internacional, ignorando o sistema multilateral e as normas internacionais.

Wang afirmou que o mundo não pode assistir passivamente, e que os EUA não podem agir de forma desenfreada. “A roda da história não será girada para trás. A China é um país digno e um membro responsável da comunidade internacional. Enfrentar a política de poder não é apenas defender nossos direitos, mas também proteger os interesses comuns da humanidade e evitar o retorno à lei da selva.”

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou que as contramedidas chinesas visam tanto defender os interesses nacionais quanto preservar a justiça e as normas internacionais.

Para He Weiwen, o que os EUA estão fazendo não é apenas aumentar tarifas — trata-se de uma opressão unilateral sob o pretexto de correção de déficit, o que atinge diretamente o sistema multilateral. “A postura dos EUA representa um retrocesso à era pré-GATT, marcada por retração do comércio e prolongamento da Grande Depressão.”

Enquanto a disputa tarifária entre EUA e China se transforma em uma “batalha de números”, as tarifas americanas sobre outros países têm efeitos concretos. Segundo He, alguns governos podem ceder, incentivando os EUA a continuar com práticas abusivas. Mas a atitude racional da China pode ajudar outras nações a ganharem confiança para enfrentar o bullying econômico de Washington.

“Você pode se esconder em silêncio, mas não ridicularize aqueles que são mais corajosos que você, pois a luz que eles buscam pode um dia iluminar você”, escreveu um internauta chamado “Louis-h5x3z” nos comentários de um vídeo da BBC no YouTube.

“Sou europeu, mas apoio totalmente a China. Espero que prospere e inspire o mundo com boas práticas em governança, saúde, educação, tecnologia e meio ambiente”, escreveu o usuário @carlosvandervaeren8871.

“O número já não importa. Todos nós vemos quem começou essa guerra e quem é confiável para fazer comércio”, afirmou o perfil @maomaozen3889.


Autores: Wang Qi e Ma Tong
Data de publicação: 11 de abril de 2025
Fonte: Global Times

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