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“Volto à prefeitura com orçamento de 7 bilhões por ano”

No Jogo do Poder, Washington Quaquá detalha plano ousado para Maricá: foco em desenvolvimento econômico, turismo, infraestrutura e transição energética para o pós-petróleo. Washington Quaquá (PT) deixou claro que está retornando ao comando da Prefeitura de Maricá com uma nova ambição: transformar estruturalmente a cidade fluminense e prepará-la para um futuro sem petróleo. “Quando fui […]

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Quaquá, prefeito de Maricá, em 6 de abril de 2025, durante entrevista ao Jogo do Poder

No Jogo do Poder, Washington Quaquá detalha plano ousado para Maricá: foco em desenvolvimento econômico, turismo, infraestrutura e transição energética para o pós-petróleo.

Washington Quaquá (PT) deixou claro que está retornando ao comando da Prefeitura de Maricá com uma nova ambição: transformar estruturalmente a cidade fluminense e prepará-la para um futuro sem petróleo.

“Quando fui prefeito, o maior orçamento que tive foi de 680 milhões. Agora, volto com sete bilhões. Passei quase dois anos me preparando, organizando projetos. Tenho bem claro o que quero fazer”, afirmou.

Segundo Quaquá, a prioridade da nova gestão é cortar gastos com custeio e redirecionar recursos para investimentos estratégicos.

“Reduzi contratos, estou fiscalizando os programas sociais. Encontrei 34 mortos recebendo auxílio. Brinquei: esse dinheiro tá indo pra quê? Pra São Pedro?” O prefeito anunciou a contratação da Fundação Getúlio Vargas para auditar os programas sociais e garantir eficiência na gestão dos recursos.

As declarações foram dadas no programa Jogo do Poder, da CNT, exibido no domingo, 6 de abril de 2025. Na entrevista, Quaquá expôs um plano robusto de desenvolvimento com metas ousadas, como a criação de um fundo de participação para atrair grandes empresas, a instalação de empreendimentos turísticos de peso e a construção de obras de infraestrutura para conectar Maricá ao restante do estado. “Vamos atrair empresas de aviação, grandes parques temáticos, investir na economia criativa. É melhor do que deixar dinheiro parado rendendo para banqueiro”, disse.

Entre os projetos de maior destaque está a chegada do parque temático francês Puy du Fou, que contará a história do Brasil e deve atrair até 5 milhões de turistas por ano. O investimento prevê também a construção de uma roda gigante maior que a do Rio de Janeiro, um complexo cultural com samba, futebol e caipirinha, além de marinas em Itaipuaçu e Ponta Negra, interligadas por ferry boats à Praça XV, no Rio. “Não nasci pra fazer coisa pequena. Nasci pra fazer as maiores em Maricá”, resumiu.

Outra frente central é a criação do Porto de Maricá, com investimento de R$ 1,5 bilhão. A obra será integrada à cadeia energética do estado, incluindo a produção de biodiesel no Gaslub (antigo Comperj), com ligação ferroviária até Rio Bonito. “Esse porto vai ser a grande saída da energia brasileira para o mundo. Em 2030, o primeiro navio sai de Maricá, e eu começo a receber R$ 1,3 bilhão por ano em royalties. É um jogo de ganha-ganha”, concluiu.

***
Transcrição completa do trecho da entrevista:

Qual é o perfil da Maricá que você começa a construir a partir desse início de gestão?

Ricardo, primeiro eu estou animadíssimo para voltar à prefeitura de Maricá. Quando fui prefeito, o orçamento maior que eu tive foi de 680 milhões de reais.

E hoje?

Eu volto à prefeitura com 7 bilhões de reais. Então, eu passei um ano e meio, dois anos me preparando, organizando projetos. Então, eu tenho bem à vista o que eu quero, né?

Tenho um plano de metas, muito ousado. Talvez a gente faça uma coisa que o Brasil nunca viu. Um plano de desenvolvimento nunca visto na história do país, como dizia o presidente Lula. Mas realmente muito denso. Eu cortei, estou cortando muita coisa no município.

Está tirando custeio por investimento, é isso?

Reduzindo contratos, fiscalizando políticas sociais. Vou contratar agora a Getúlio Vargas para fazer um pente fino nos programas sociais. Ontem eu peguei, de um dos programas, 34 mortos, recebendo pelo auxílio Cuidar.

Eu até brinquei, porra, esse dinheiro tá indo pra quê? Pra São Pedro? Porque tá cuidando de morto? Entendeu? Então, eu tô fazendo um pente fino nas políticas sociais para focar no desenvolvimento.

Você cortou uma ajuda social que tinha também por conta da pandemia, que se estendeu durante muitos anos, né?

Pois é, dinheiro pra pandemia que foi ficando, 140 milhões. É uma obra do Niemeyer por ano. Então, nós vamos fazer um projeto focado em quê? Focado no desenvolvimento econômico, trazer grandes empresas para a cidade, gerando empregos qualificados, entrar com fundo de participação para atrair empresas para o município, empresas de aviação, grandes parques temáticos na área do turismo, enfim, fazer a economia pujante da cidade para que daqui a 15, 20 anos, quando não tiver mais petróleo, a gente possa ter uma economia forte investindo muito no povo, nas pessoas.

Eu levei o curso de medicina para Maricá, quando era deputado, trouxe o curso de medicina de Vassouras. Nós já temos 100 jovens de Maricá fazendo medicina, pagos pela prefeitura. Isso é uma revolução nesse estrato social da cidade.

30% negros e 70% estudantes de escola pública. Ou seja, todos pobres, com renda familiar baixa. São 15 mil jovens sendo qualificados para que eles possam exercer suas profissões em Maricá, na economia nova que nós estamos criando em Maricá.

Voltei para mudar a história de Maricá. Então, eu estou liberando dois bilhões para isso. Dois bilhões para investimento. Aí as pessoas falam, investindo em futebol, eu vou investir em economia criativa. Primeiro, eu tenho que colocar a imagem de Maricá no mundo.

Quando você fala Cannes, Viena, Paris, você tem que… Rio de Janeiro, Maricá. Eu preciso pegar a imagem de Maricá e colocar a imagem de Maricá na boca do povo do mundo. Por isso, estou criando o Hotel Samba, Futebol e Caipirinha, que é o que o mundo conhece do Brasil.

Eu quero falar um pouco sobre os investimentos em turismo, esse e outros, o Parque Puy du Fou.

Quando eu faço investimento no Vasco, estou dizendo, hipoteticamente, eu vou mandar a Fundação Getúlio Vargas fazer um estudo sério. É investimento em economia criativa. É investimento que retorna ao investimento. É melhor do que deixar parado no banco pra render lucro pra banqueiro.

Quaquá, vamos falar um pouco de turismo. Turismo parece que vai ser peça-chave desse projeto seu de preparação de Maricá para o pós-petróleo.

Você falou ainda há pouco no bloco anterior de um centro turístico, um resort, caipirinha, futebol, alguma coisa do tipo. Mas tem também o Parque Puy du Fou, que é da Espanha, que você já fez tratativas para trazê-lo para Maricá.

Explica como anda esse projeto para o turismo de Maricá.

Olha, o Parque Puy du Fou ganhou ano passado, ele é um parque originalmente francês, que tem lá no centro da França, e ele foi feito agora, dois anos atrás, três anos, porque pegou a pandemia, em Toledo, ali do lado de Madri.

Toledo hoje já tem um milhão e meio de turistas por conta do Puy du Fou. A expectativa do parque em Maricá são 5 milhões de turistas, são 5 mil empregos diretos dentro do parque, empregando pessoas de Maricá, e é um parque de espetáculos. Ele ganhou em Las Vegas, nos Estados Unidos, como o melhor espetáculo do mundo ano passado.

É um parque extraordinário e ele vai contar a história do Brasil. Ele é um parque que serve para criança até idoso. Vai contar a partir de Darcy Ribeiro, do povo brasileiro, a história do Brasil. Isso é um parque extraordinário.

Então, eu tô esperando agora o Cláudio Castro, o governador ia comigo agora em abril, mas o governador vai para a China, não pôde ir.

Então, julho, antes lá do Gilmarpallosa, lá daquele evento do Gilmar Mendes em Portugal, ele vai com a gente lá na França e nós estamos já com tudo acertado para trazer o Puy du Fou para o Brasil. Vai ser o único do Hemisfério Sul. Tem França, Espanha e agora Brasil, em Maricá.

Esse vai ser, digamos, o investimento âncora do turismo em Maricá, é isso? Que mais que você agrega a isso?

Olha, ontem o Grassi me ligou e falou, estou aqui reunido com o pessoal da roda gigante. Quantos metros tem a roda gigante do Rio de Janeiro?

85, eu quero de 90. Eu não nasci para fazer coisa pequena. Nasci para fazer as maiores em Maricá. Então, nós vamos ter roda gigante, nós vamos ter o Complexo Samba, Futebol e Caipirinha que eu falei, que vai ter a quadra da União de Maricá, da escola de samba, que é uma âncora importante para o projeto turístico.

Nós vamos ter as obras do Oscar Niemeyer. Eu estou fazendo obras no mar. Aliás, o desembargador agora deu uma decisão favorável. A gente, às vezes, fala da Justiça, mas a Justiça, quando a gente vai lá dialogar, a gente tem um super espaço na Justiça para conversar.

Que decisão é essa?

Tinha sido paralisado, por pedido do Ministério Público, a obra do enrocamento no mar ali na saída de Itaipuaçu. E o nosso projeto é fazer uma marina ali em Itaipuaçu, fazer quatro quilômetros de piscina natural e fazer em Ponta Negra uma outra marina, colocando ferry boat saindo aqui da Praça XV.

Você vai parar com o seu carro, entrar como em Tenerife, como na Grécia. Você vai entrar no seu carro aqui na Praça XV, você vai sair, em 20 minutos você tem que estar em Itaipuaçu, em 50 minutos você está em Ponta Negra. Ligando definitivamente o Rio de Janeiro a Maricá. Até para dar suporte a esses investimentos todos, a quem vai ao parque, a quem vai, enfim, a essa região toda.

A esses investimentos que você já está organizando.

Eu estive na Petrobras, nós vamos fazer o porto de Ponta Negra, a obra vai começar agora.

O impedimento legal que havia para esse porto…

Não há mais. Não há mais. Maricá vai botar um bi e meio no porto. Um bi e meio para ser sócio do porto.

Esse porto, de que maneira ele vai se imbricar com a questão do petróleo, com a questão do centro de petróleo que tem em Itaboraí, até que ponto isso pode ser elemento para catapultar o movimento do porto?

Olha, o imbecil do ex-presidente da República, do Bolsonaro, estava vendendo a Petrobras, fatiando a Petrobras, e ia fazer… a gente estava vendendo petróleo cru para os Estados Unidos para recomprar petróleo. O presidente Lula retomou a política de refinarias, enfim, de investimentos na Petrobras.

E agora, em breve, o presidente Lula vai anunciar a exploração da margem equatorial. Isso é fundamental para o Brasil.

O Comperj voltou agora com um novo nome. Eu nem sei direito o nome, mas voltou com um novo nome. Nós vamos fazer a ligação ferroviária de Rio Bonito, do ramal que vai até Rio Bonito, até Maricá.

Uma coisa importante que a Petrobras fará ali no antigo Comperj [hoje Gaslub Itaboraí], que é a produção do biodiesel, o diesel que quebra a molécula natural e incorpora ela ao diesel, fazendo um diesel que é tecnologia nacional, um diesel que não polui.

Então, tudo isso vai ter que ser produzido, sabe aonde? Onde nós vamos? Eu já falei com o prefeito Eduardo Paes, que será nosso governador. Eu falei, Eduardo, isso aí salva o Noroeste Fluminense e o Norte Fluminense. Porque nós vamos poder produzir soja no Norte e Noroeste, trazer o óleo de soja para transformar em diesel no Comperj.

E por onde sai esse biodiesel? Pelo Porto de Maricá. Então é toda uma cadeia produtiva da energia que nós vamos fazer com que o Porto de Maricá seja o grande porto da energia do Brasil.

Pra você ter uma ideia, eu vou investir um bilhão e meio no Porto de Maricá. Sabe quanto eu ganho por ano só de royalties de petróleo? Um bilhão e trezentos milhões de reais. É um jogo de ganha-ganha.

Esse um bilhão e trezentos milhões de reais é a partir do investimento, é isso?

É a partir do investimento. O que agrega de royalties? Em 2030, o primeiro navio parte do Porto de Maricá para o mundo e, a partir de 2030, eu passo a ganhar 1,3 bilhão, tendo colocado em 30 meses 1,5 bilhão, ou seja, 500 milhões por ano.

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