Fizemos uma lista com os principais temas discutidos na entrevista de Quaquá ao Jogo do Poder. Em seguida, a transcrição completa e revisada.
Desenvolvimento econômico de Maricá
Quaquá detalha o plano de transformar Maricá em um polo econômico pós-petróleo, com investimento pesado em infraestrutura, educação e atração de empresas.
Projetos sociais e educação
Destaca políticas públicas voltadas para a formação de jovens, como bolsas para cursos de medicina, engenharia e direito pagos pela prefeitura.
Saúde e inovação tecnológica
Anuncia a construção de um centro de protonterapia para tratamento de câncer infantil, com tecnologia belga e cooperação com cientistas cubanos.
Arquitetura e cultura
Compra 13 projetos inéditos de Oscar Niemeyer, incluindo museus, estádio e sede do Balé Nacional Cubano, com ambição de transformar Maricá em referência cultural.
Turismo estratégico
Planeja grandes atrações como o parque Puy du Fou (França/Espanha), uma roda-gigante maior que a do Rio e um complexo temático de samba, futebol e caipirinha.
Porto de Maricá e cadeia do petróleo
Investimento de R$ 1,5 bi no porto para escoamento de biodiesel e integração com o Gaslub (ex-Comperj), consolidando Maricá como centro da energia nacional.
Segurança pública
Defende armamento da guarda municipal e ocupação de territórios dominados por traficantes, com discurso duro e foco em retomar áreas para o Estado.
PT e disputa interna
Critica setores dogmáticos do partido, defende um PT popular e de massa, anuncia candidatura do filho à presidência estadual do PT-RJ e quer influenciar nacionalmente.
Alianças para 2026
Reforça apoio a Eduardo Paes como candidato ao governo do Rio em 2026, defende aproximação com Claudio Castro, atual governador (PL), e sinaliza desejo de se candidatar ao senado em 2030.
Transcrição completa:
[00:18.5]
Boa noite. Está começando pela rede CNT, o Jogo do Poder, um espaço aberto para discussão política. Nós aqui da CNT acreditamos que o debate, o contraditório é ponto de partida para o exercício de um dos direitos mais fundamentais, o de ser informado com absoluta correção e transparência.
[00:37.4]
Esse é o propósito, esse é o objetivo final aqui do Jogo do Poder, que tenho o prazer de receber hoje o sempre irriquieto, criativo, polêmico, o Washington Quaquá, prefeito de Maricá. Boa noite, Quaquá. Boa noite, Ricardo. Boa noite a todos e todas.
[00:52.6]
E para participar desse bate-papo, eu trouxe o jornalista Marcelo Macedo Soares. Boa noite, Marcelo. Boa noite, Ricardo. Prazer estar participando mais uma vez. Boa noite, prefeito. Boa noite, Marcelo. Paco, eu queria começar a nossa conversa fazendo um resumo, um extrato do que você tem apresentado.
[01:09.7]
Nos primeiros meses da sua gestão em Maricá, você tem apresentado uma miríade de projetos que vai da educação, área social, enfim, um conjunto que é revolucionário. Com esse conjunto de obras, de projetos, você quer construir que Maricá?
[01:26.1]
Qual é o perfil da Maricá que você começa a construir a partir desse início de gestão? Ricardo, primeiro eu estou animadíssimo para voltar à prefeitura de Maricá. Quando fui prefeito, o orçamento maior que eu tive foi de 680 milhões de reais.
[01:42.8]
E hoje? Eu volto à prefeitura com 7 bilhões de reais. Então, eu passei um ano e meio, dois anos me preparando, organizando projetos. Então, eu tenho bem à vista o que eu quero, né?
[01:58.4]
Tenho um plano de metas, muito ousado. Talvez a gente faça uma coisa que o Brasil nunca viu. Um plano de desenvolvimento nunca visto na história do país, como dizia o presidente Lula. Mas realmente muito denso. Eu cortei, estou cortando muita coisa no município.
[02:15.9]
Está tirando custeio por investimento, é isso? Reduzindo contratos, fiscalizando políticas sociais. Vou contratar agora a Getúlio Vargas para fazer um pente fino nos programas sociais. Ontem eu peguei, de um dos programas, 34 mortos, recebendo pelo auxílio Cuidar.
[02:36.3]
Eu até brinquei, porra, esse dinheiro tá indo pra quê? Pra São Pedro? Porque tá cuidando de morto? Entendeu? Então, eu tô fazendo um pente fino nas políticas sociais para focar no desenvolvimento. Você cortou uma ajuda social que tinha também por conta da pandemia, que se estendeu durante muitos anos, né? Pois é, dinheiro pra pandemia que foi ficando, 140 milhões.
[02:53.7]
É uma obra do Niemeyer por ano. Então, nós vamos fazer um projeto focado em quê? Focado no desenvolvimento econômico, trazer grandes empresas para a cidade, gerando empregos qualificados, entrar com fundo de participação para atrair empresas para o município, empresas de aviação, grandes partes temáticos na área do turismo, enfim, fazer a economia pujante da cidade para que daqui a 15, 20 anos, quando não tiver mais petróleo, a gente possa ter uma economia forte investindo muito no povo, nas pessoas.
[03:26.9]
Eu levei o curso de medicina para Maricá, quando era deputado, trouxe o curso de medicina de Vassouras. Nós já temos 100 jovens de Maricá fazendo medicina, pagos pela prefeitura. Isso é uma revolução nesse estrato social da cidade.
[03:43.7]
30% negros e 70% estudantes de escola pública. Ou seja, todos pobres, com renda famíliar baixa. São 15 mil jovens sendo qualificados para que eles possam exercer suas profissões em Maricá, na economia nova que nós estamos criando em Maricá.
[04:02.0]
Vai ser uma revolução na cidade. É, prefeito, o senhor, né, tem anunciado uma série de projetos, a gente vai falar um pouco mais disso, mas dentre esses projetos tem um que eu acho muito interessante, que tá dentro desse pacote, que é o Centro de Tratamento de Câncer. Inclusive pegando até o gancho desses cortes, que o senhor publicou um vídeo dizendo que apenas os cortes, com os cortes já daria pra bancar essa obra super importante que é esse centro de tratamento.
[04:25.5]
Parece que vai utilizar uma tecnologia de prótons da Europa, que vai especialmente atender a crianças, é isso? Veja bem, Marcelo, Ricardo, com a extinção da FEMAR, que é uma fundação de saúde, que não deu uma injeção ainda, com a extinção da FEMAR, eu economizo 300 milhões esse ano.
[04:50.1]
Sabe quanto custa em 30 meses o centro de protonterapia? 300 milhões. 300 milhões. O que é o centro de protonterapia? Quando você vai cuidar do câncer, você bombardeia as células com radioterapia. Quando você bombardeia a célula, você pega a célula cancerígena e todo o entorno.
[05:07.9]
Criança, por exemplo, não aguenta. Se for um paciente muito debilitado, não aguenta. A prototerapia, ela age diretamente na célula cancerígena. Só nela. Então, você trata crianças. Você salva a vida de crianças. Eu, com a economia de um ano na FEMAR, eu trago o único centro de protonterapia do Brasil, e só vai ter um outro na Argentina, que mesmo assim não tem a nossa tecnologia.
[05:34.5]
A tecnologia é importada de onde? A tecnologia vem da Bélgica. Então nós estamos trazendo os cubanos, Porque o neto de Fidel Castro, o Fidelito Neto, ele é doutor em física nuclear, trabalha com nanotecnologia e com prevenção. Nós vamos fazer em Maricá um negócio que não tem paralelo, tem poucos no mundo, que é o diagnóstico precoce ou anterior da doença.
[05:58.4]
Nós vamos sequenciar teu DNA e saber qual doença você pode ter e a partir daí tratar Preventivamente, a doença que você pode vir a ter. Então é um negócio revolucionário. O que nós vamos fazer aí, Maricá? Como? Economizando dinheiro e focando no que é importante. Quaquá, você semana passada assinou um convênio pra compra de 10 projetos do Oscar Niemeyer.
[06:19.5]
São projetos belíssimos, estádio, enfim… João Saldanha e outros mais. Eu queria que você falasse um pouco desse conjunto de obras, quando você vai começar a implementá-los, quais são as mais, assim, digamos, importantes dessas 12 obras ou 11 ou 12 obras que você adquiriu junto ao escritório de Oscar Niemeyer numa festa, inclusive lá em Copacabana, na qual eu participei.
[06:41.2]
Na verdade, serão 13 obras. Por quê? 10 nós compramos naquela festa. Já pagamos 10% do projeto, todos os projetos já são de Maricá. Um era o aquário que eu já tinha comprado da primeira vez que era prefeito, mas não consegui fazer porque não tinha dinheiro.
[07:00.3]
R$ 680 milhões e o [preco do] petróleo caiu no final do meu governo. Tem a Casa de Darcy Ribeiro, que já é uma obra e já funciona. Vocês estão convidados a ir lá. É um museu lindíssimo, que é o Museu Casa de Darcy Ribeiro. E o décimo terceiro será um santuário para José de Anchieta, o nosso santo brasileiro, José de Anchieta, que nasceu em Tenerife, mas fez os milagres no Brasil e atuou no Brasil.
[07:25.8]
O santo Anchieta fez milagre na lagoa de Araçatiba, em Maricá, um dos milagres dele. Nós vamos fazer um santuário. Um santuário, uma parceria com o Padre Osmar nesse projeto, é isso? O Padre Omar. O Padre Omar. O Padre Omar do Cristo e o reitor da PUC.
[07:43.7]
Oscar Niemeyer tem três projetos inéditos. Aliás, são todos projetos do Oscar Niemeyer, inéditos. Estavam na prateleira dele, nós compramos. Feitos por ele, não é pelo escritório. Feitos por ele e pelo Jair, que era o assistente dele. 13 projetos do Niemeyer.
[08:01.8]
Eu costumo brincar, você que é niteroense, com seu amigo Rodrigo Neves, porque Niterói tem o Caminhozinho Niemeyer, né? Aquelas obras do Niemeyer. Você vai passar pelo Caminhozinho do Niemeyer, chega na Cidade Niemeyer, que é Maricá. Inclusive, eu estou comprando o sítio dele e o Grassi, o ator, ex-presidente da Funarte, o Antônio Grassi, é presidente da Empresa de Turismo e Cultura de Maricá.
[08:23.5]
Foi ele que fez o Inhotim em Minas Gerais e ele vai transformar a fazenda do Niemeyer num Inhotim de Maricá, que na verdade vai ser o Niemeyer. E o Niemeyer tem uma ligação com o Maricá, né? A casa, a família. Olha, cara, seu sobrenome é Macedo Soares.
[08:38.9]
Família originária de Maricá. Sobrenome do Oscar Niemeyer, Ribeiro de Almeida, também fazendeiro no século XIX em Maricá, então ele é de Maricá, é originário de Maricá. Nesses projetos, você vai começar a implementar quais são os primeiros que você pretende? Porque são do 13 projetos, obviamente que você vai ter um início aí, você vai, enfim, apresentar um ou dois já logo no início da gestão.
[09:00.3]
Olha, eu vou fazer, o primeiro deles, o Balé Nacional Cubano. Nós estamos trazendo o Balé Nacional Cubano para que os pobres, o povo da cidade de Maricá, possa ter acesso a um dos que são os quatro melhores balés do mundo, que é o Balé Cubano. Nós vamos fazer a sede do Balé Nacional Cubano na linha Araçatiba, num terreno do lado de fora.
[09:18.3]
Lindo o projeto. E nós vamos fazer o MAR, o Museu de Artes de Maricá, do outro lado da pista, do outro lado da lagoa, num terreno que nós estamos comprando, já compramos. e vamos fazer o Mar ali, o Museu de Arte. Maricá, você vai entrar na cidade, você vai ter a cidade do esporte.
[09:37.4]
com o maior projeto, que é o projeto do Estádio João Saldanha, lindíssimo o estádio do Estádio João Saldanha, ali você vai ter o CT do Maricá, nós queremos ser o maior produtor de jogadores de futebol do Brasil. Vai ter o melhor baseado no Real Madrid, o projeto tá pronto também, feito pelo arquiteto Max Aguiar, lá de Maricá, que vai ser o centro de treinamento do Maricá Futebol Clube.
[10:03.8]
Pelo jeito que as coisas estão andando aí, até o Vasco vai se encaixar nesse projeto da cidade do esporte do Maricá. Já que você falou no Vasco, foi anunciado essa semana, numa entrevista sua ao Globo, que há uma expectativa sua de se associar ao Vasco com o dinheiro do Fundo Soberano de Maricá, que já tem parece que dois bilhões, para fazer parte da SAF do Vasco.
[10:22.4]
Explica melhor isso, detalha um pouco mais essa ideia. Olha, primeiro, o Fundo Soberano tem R$ 2 bi numa parte, tem R$ 500 milhões numa outra parte do meio ambiente e tem mais dinheiro, tem algo em torno de R$ 3 bi hoje o Fundo Soberano.
[10:41.8]
Agora, eu estou cortando muito o custo. Eu já liberei 1 bilhão para investimentos. E vou liberar mais 1 bilhão para investimentos por ano. Você está liberando, no orçamento, 2 bilhões para investimentos. Exatamente. Eu estou cortando o custo, cortando o contrato, apertando para poder sobrar dinheiro para investimentos.
[11:03.0]
Deixa eu fazer uma perguntinha, uma papel de advogado do diabo. Isso não cria aresta política? Porque, obviamente, quando você corta, você contraria algum interesse, enfim. Voltei para ajudar o povo e não para ser mãe de burocracia e de ninguém.
[11:18.9]
Voltei para mudar a história de Maricá. Então, eu estou liberando dois bilhões para isso. Dois bilhões para investimento. Aí as pessoas falam, investindo em futebol, eu vou investir em economia criativa. Primeiro, eu tenho que colocar a imagem de Maricá no mundo.
[11:35.6]
Quando você fala Cannes, Viena, Paris, você tem que… Rio de Janeiro, Maricá. Eu preciso pegar a imagem de Maricá e colocar a imagem de Maricá na boca do povo do mundo. Por isso, estou criando o Hotel Samba, Futebol e Caipirinha, que é o que o mundo conhece do Brasil.
[11:51.1]
Eu quero falar um pouco sobre os investimentos em turismo, esse e outros, o Parque Puy du Fou. A gente pode fazer um rápido intervalo? Quando eu faço investimento no Vasco, estou dizendo, hipoteticamente, eu vou mandar a Fundação Getúlio Vargas fazer um estudo sério. É investimento em economia criativa. É investimento que retorna ao investimento.
[12:08.8]
É melhor do que deixar parado no banco pra render lucro pra banqueiro.
[12:32.1]
Retornamos com o Jogo do Poder, recebendo aqui o prefeito de Maricá, Washington Quaquá, com a participação do jornalista Marcelo Macedo Soares. Quaquá, vamos falar um pouco de turismo. Turismo parece que vai ser peça-chave desse projeto seu de preparação de Maricá para o pós-petróleo.
[12:49.0]
Você falou ainda há pouco no bloco anterior de um centro turístico, um resort, caipirinha, futebol, alguma coisa do tipo. Mas tem também o Parque Puy du Fou, que é da Espanha, que você já fez tratativas para trazê-lo para Maricá.
[13:06.4]
Explica quantas anda todo, digamos, esse projeto para o turismo de Maricá. Olha, o Parque Puy du Fou ganhou ano passado, ele é um parque originalmente francês, que tem lá no centro da França, e ele foi feito agora, dois anos atrás, três anos, porque pegou a pandemia, em Toledo, ali do lado de Madri.
[13:28.9]
Toledo hoje já tem um milhão e meio de turistas por conta do Pudufu. A expectativa do parque em Maricá são 5 milhões de turistas, são 5 mil empregos diretos dentro do parque, empregando pessoas de maricá e é um parque de espetáculos. Ele ganhou em Las Vegas, nos Estados Unidos, como o melhor espetáculo do mundo ano passado.
[13:49.3]
É um parque extraordinário e ele vai contar a história do Brasil. Ele é um parque que serve para criança até idoso. Vai contar a partir de Darcy Ribeiro, do povo brasileiro, a história do Brasil. Isso é um parque extraordinário. Então, eu tô esperando agora o Cláudio Castro, o governador ia comigo agora em maio, mas em abril, mas o governador vai para a China, não pôde ir.
[14:14.3]
Então, julho, antes lá do Gilmarpallosa, lá daquele evento do Gilmar Mendes em Portugal, ele vai com a gente lá na França e nós estamos já com tudo acertado para trazer o Puy du Fou para o Brasil. Vai ser o único do Hemisfério Sul. Tem França, Espanha e agora Brasil, em Maricá.
[14:31.9]
Esse vai ser, digamos, o investimento âncora do turismo em Maricá, é isso? Que mais que você agrega a isso? Olha, ontem o Grassi me ligou e falou, estou aqui reunido com o pessoal da roda gigante. Quantos metros tem a roda gigante do Rio de Janeiro?
[14:49.0]
85, eu quero de 90. Eu não nasci para fazer coisa pequena. Nasci para fazer as maiores em Maricá. Então, nós vamos ter Roda Gigante, nós vamos ter o Complexo Samba, Futebol e Caipirinha que eu falei, que vai ter a quadra da União de Maricá, da Escola de Samba, que é uma âncora importante para o projeto turístico.
[15:05.9]
Nós vamos ter as obras do Oscar Niemeyer. Eu estou fazendo obras no mar. Aliás, o desembargador agora deu uma decisão favorável. A gente, às vezes, fala da justiça, mas a justiça, quando a gente vai lá dialogar, a gente tem um super espaço na justiça para conversar. Que decisão é essa?
[15:21.8]
Tinha sido paralisado, por pedido do Ministério Público, a obra do enrocamento no mar ali na saída de Itaipuaçu. E o nosso projeto é fazer uma marina ali em Itaipuaçu, fazer quatro quilômetros de piscina natural e fazer em Ponta Negra uma outra marina, colocando ferry boat, saindo aqui da Praça 15.
[15:39.2]
Você vai parar com o seu carro, entrar como em Tenerife, como na Grécia. Você vai entrar no seu carro aqui na Praça 15, você vai sair, em 20 minutos você tem que estar em Itaipuaçu, em 50 minutos você está em Ponta Negra. Ligando definitivamente o Rio de Janeiro a Maricá. Até para dar suporte a esses investimentos todos, a quem vai ao parque, a quem vai, enfim, a essa região toda.
[15:58.4]
A esses investimentos que você já está organizando. Eu estive na Petrobras, nós vamos fazer o porto de Ponta Negra, a obra vai começar agora. O impedimento legal que havia para esse porto… Não há mais. Não há mais. Maricá vai botar um bi e meio no porto. um bi e meio para ser sócio do Porto.
[16:15.0]
Esse Porto, de que maneira ele vai se imbricar com a questão do petróleo, com a questão do centro de petróleo que tem em Itaboraí, até que ponto isso pode ser elemento para catapultar o movimento do Porto? Olha, o imbecil do ex-presidente da República, do Bolsonaro, estava vendendo a Petrobrás fatiando a Petrobras e ia fazer…
[16:40.6]
A gente estava vendendo petróleo cru para os Estados Unidos para recomprar petróleo. O presidente Lula retomou a política de refinarias, enfim, de investimentos na Petrobras. E agora, em breve, o presidente Lula vai anunciar a exploração da margem equatorial.
[16:56.0]
Isso é fundamental para o Brasil. O Comperj voltou agora com um novo nome. Eu nem sei direito o nome, mas voltou com um novo nome. Nós vamos fazer a ligação ferroviária de Rio Bonito, do ramal que vai até Rio Bonito, até Maricá, isso possibilita que a gente…
[17:15.7]
Uma coisa importante que a Petrobras fará ali no antigo Comperj [hoje Gaslub Itaboraí], que é a produção do biodiesel, o diesel que quebra a molécula natural e incorpora ela ao diesel, fazendo um diesel que é tecnologia nacional, um diesel que não polui.
[17:32.5]
Então, tudo isso vai ter que ser produzido, sabe aonde? Onde nós vamos? Eu já falei com o prefeito Eduardo Paes, que será nosso governador. Eu falei, Eduardo, isso aí salva o Noroeste Fluminense e o Norte Fluminense. Porque nós vamos poder produzir soja no Norte e Noroeste, trazer o óleo de soja para transformar em diesel no Comperj.
[17:50.1]
E por onde sai esse biodiesel? Pelo Porto de Maricá. Então é toda uma cadeia produtiva da energia que nós vamos fazer com que o Porto de Maricá seja o grande porto da energia do Brasil. Pra você ter uma ideia, eu vou investir um bilhão e meio no Porto de Maricá.
[18:06.9]
Sabe quanto eu ganho [vou ganhar] por ano só de royalties de petróleo? 1 bilhões e 300 reais. É um jogo de ganha-ganha. Por isso que a gente olha, a gente tem estratégia… Esse 1 bilhões e 300 reais é a partir do investimento, é isso? É a partir do investimento. O que agrega de royalties? Em 2030, o primeiro navio parte do porto de Maricá para o mundo e a partir de 2030 eu passo a ganhar 1,3 bilhão, tendo colocado em 30 meses 1,5 bilhão, ou seja, 500 milhões por ano.
[18:29.1]
Quaquá, segurança pública, outro tema importante, você anunciou essa semana O armamento da guarda municipal de Maricá e usou para, digamos, arrematar sua fala sobre isso a frase, olha, estamos fazendo isso, vamos enfrentar, vamos desocupar territórios que estão ocupados, e quem resistir, bandido que resistir, vai pra vala.
[18:51.3]
Essa frase, obviamente, que traz uma estupefação em setores da esquerda, da qual você participa… estimula discussões no âmbito da esquerda. Eu queria que você explicasse um pouco mais essa fala, explicasse um pouco mais esse projeto seu de enfrentamento duro da ação dos traficantes, dos narcotraficantes, de forma absolutamente apartada, digamos, do que é convencional na direita [correção: esquerda], que é ter uma abordagem um pouco mais comedida quando se fala em segurança pública.
[19:26.9]
A esquerda brasileira ficou chata e apegada a dogmas. A esquerda nunca defendeu o bandido, e não pode ser a defensora dos bandidos. A esquerda defende o cidadão, o povo pobre.
[19:45.4]
E não é contra narcotraficante. Cheira quem quer. Não é problema meu. Se o cara quer meter o nariz dele e morrer metendo o nariz, é problema dele. E eu não quero saber se o cara vende ou deixa de vender. Sabe o que eu estou preocupado, Ricardo? Lá no Minha Casa Minha Vida, de Itaipuaçu, o vagabundo lá tomou 200 casas de gente pobre.
[20:05.1]
Deu tapa na cara de velha e de velho pobre, expulsou o cara e aluga o apartamento de pobre. O pobre hoje, que podia estar comprando um gás a R$ 80, compra o gás a R$ 120, porque o vagabundo está vendendo gás.
[20:22.8]
Então é o seguinte, se ele vendesse a porcaria dele lá para o malandrinho, para o classe média que quer cheirar, problema deles, de um e de outro. Não estou preocupado com isso. Estou preocupado quando o vagabundo, que a partir das milícias e agora o tráfico pegou essa tecnologia, começa a dar tiro e fazer barricada, começa a tomar apartamento de pobre, começa a tomar o negócio do pequeno comerciante que vende o gazinho dele, a água dele, o cara tá entrando no negócio dele.
[20:49.4]
Quando ele começa a tomar território, o Estado Democrático de Direito tem que retomar o território. E não se retoma o território dando rosa pro malandro. Se toma com fuzil enfrentando fuzil. E as forças de segurança não têm apenas o direito, como o dever de abater o filho da puta desse.
[21:07.5]
Tem o dever de arrebentar com quem tá com o fuzil, dando tiro em pobre, matando pobre em favela. Então eu vou dizer o seguinte pra todo mundo. Lá em Marica eu tô criando uma força de ocupação do território. Uma força de ocupação democrática do território. Vagabundo que quiser vender lá a farinha dele, o que quiser, é problema dele, não é problema meu.
[21:26.7]
Eu ia perguntar justamente isso, porque a gente tá acompanhando várias cidades que estão começando a implementar isso em alguns modelos diferentes. Como o senhor quer ver essa guarda armada em Maricá, o senhor falou o nome agora, como que ela vai atuar, de que forma que vai poder contribuir para aumentar a segurança na cidade?
[21:44.9]
E uma questão também que é muito polêmica em outros projetos é a questão da arma do agente. Ele vai usar a arma o tempo todo? Ela vai ficar cautelada? Queria que o senhor detalhasse um pouco desse projeto do armamento da guarda. Quem vai treinar? Como é que vai ser esse treinamento? A lei brasileira é muito rígida, muito clara.
[22:01.7]
Então, passa pelo Exército Brasileiro, passa pela Polícia Federal e vai passar pelo treinamento de uma das melhores polícias do mundo, que é o BOPE do Rio de Janeiro. Então, nós vamos fazer treinamento. Vou, inclusive, e vejo se levo o pessoal pra fazer um treinamento em Cuba.
[22:16.7]
Porque a esquerda sabe que eu não faço blá, blá, blá. São os melhores amigos concretos reais de Cuba, enquanto o pessoal de esquerda gosta muito de ir à França, de ir pra Paris. Eu vou pra Cuba. E quero dizer, inclusive, para aquietar o coração das pessoas, que lá em Maricá nossa bandeira é vermelha com uma estrelinha.
[22:34.3]
Nossa guarda vai ter lá vermelha com estrelinha. Mas agora vai ser implacável com quem rouba, assassina pobre, e toma casa de pobre. Nós vamos ter caveirão, nós vamos ter fuzil e nós vamos ter uma guarnição, que vai ser um grupamento armado de ocupação democrática do território.
[22:52.8]
Nós vamos fazer a ocupação do Estado Democrático de Direito do Território. Então, vamos ter apoio estadual e federal, se o ministério da… Você já tem certeza desse efetivo? Você já tem algum número em mente? Vão ser ali uns 500, 600 guardas para a ocupação do território. Eu vou mais que dobrar o efetivo da guarda.
[23:09.0]
Vou fazer concurso público e não será toda a guarda. A guarda vai ter que ser treinada, vai ter que passar pelo treinamento, por treinamento psicológico, por treinamento militar, etc, etc. Bem equipada, vou comprar os melhores caveirões que tiver no mercado.
[23:24.5]
Enfim, vai ser uma guarda super bem equipada, tão ou mais bem equipada, tão ou mais bem treinada, que a PM do Rio de Janeiro, embora a PM do Rio de Janeiro seja muito bem treinada, porque faz guerra todo dia, coloca segurança para o povo todo dia. Então vai ser uma guarda muito bem treinada, com direitos humanos, com todo o tratamento.
[23:42.7]
Quer dizer o seguinte, em Maricá, filho, quem quiser ser médico vai ser médico. A Prefeitura paga o curso de medicina para quem quer ser médico. A Prefeitura paga o curso de direito para quem quer ser advogado. A prefeitura paga o curso de engenharia para quem quer ser engenheiro, paga para quem quiser ser professor.
[24:00.4]
Em Maricá, o povo tem as melhores políticas sociais do mundo, padrão europeu, padrão escandinavo. Agora, se o cara quer ser bandido, cara… É a escolha da vida dele. Eu nasci em favela. Eu escolhi ser o que sou. Entendeu?
[24:15.5]
Escolhi ir pra universidade, ser cientista social, sem o governo me dar nenhuma condição. Hoje o governo de Maricá dá condição pra todo mundo ser o que quiser. O cara vai ser bandido e eu vou ter pena dele? O cara que oprime povo, que toma casa de velhinha, de pobre, não tem pena nenhuma. Vamos a um rápido intervalo.
[24:31.4]
O Jogo do Poder volta já já, hoje com Ostocoacoá, prefeito de Maricá.
[24:49.3]
Estamos de volta com o Jogo do Poder, recebendo aqui o sempre polêmico e contundente Washington Quaquá, com a participação do jornalista Marcelo Macedo Soares. Quaquá, há cerca de 30 dias foi noticiado que o Rio de Janeiro é a unidade da federação em que o PT mais fez filiações nos últimos meses.
[25:11.3]
E por trás dessas filiações está a sua presença, está o seu trabalho político. Você foi quem mais filiou, com vistas, obviamente, ao PET, ao processo de eleição interna, que vai acontecer agora em meados do ano. E aí tem oposição, vem o Walter Pomar lá de São Paulo pedindo uma auditoria nas filiações e tal.
[25:33.3]
Você está se preparando para realmente ter uma, digamos, uma presença preponderante não só no Rio, como também nacionalmente nesse processo de eleição interna? Olha, Ricardo, eu lancei o meu livro, Diálogos com a Utopia. Entreguei ao presidente Lula e esse livro serve de base para uma disputa mais geral em relação ao PT.
[25:55.4]
Eu já disse que vou começar a ter uma disputa mais forte do PT nacional sobre o futuro do PT, sobre o que significa esse partido importante. da história do Brasil. Eu sou um favelado que virei o que sou por conta do PT.
[26:12.1]
O PT mudou a vida de milhões de pessoas no Brasil. Eu não acho que o PT possa continuar sendo um partido de classe média, um partido da zona sul do Rio de Janeiro, dos jardins de São Paulo. E nós temos que voltar a ter um partido popular, como sempre foi.
[26:29.0]
Eu tenho trabalho popular. Eu filio porque tenho trabalho popular. O Walter Pomar não enche um fusca. Entendeu? Entra na USP e não enche um fústico. Eu tenho trabalho em favela do Rio de Janeiro. Eu tive 23 mil votos em São Gonçalo para deputado federal sem ter ido lá.
[26:46.6]
Fiz para o presidente Lula um ato evangélico, que vocês lembram. Foi eu que organizei um ato evangélico para o presidente Lula. Aqui no Rio, você vai ver, meu filho, vai ser candidato a deputado federal, terá mais de 40 mil votos. Então, no Rio, na cidade do Rio, nós temos que trabalhar de favela. O que nós fizemos?
[27:02.1]
Filiamos o nosso povo. Nossas lideranças filiaram. O PT é o partido de massa. O PT não é o partido da União Soviética. Embora esse fóssil que chama Walter Pomar, aqui no Rio nós temos fóssil, mas em Miguel Pereira lá, naquele parquinho de dinossauro.
[27:17.3]
Isso é brincadeira, nós somos um partido de massa, partido de povo. Eu fiz o que todo PT tem que fazer, que é ter presença popular e é filiar a gente, é trazer a gente de massa pra dentro do PT. Os que amam o Lula, a velhinha evangélica da comunidade ama o Lula, se filia com orgulho ao PT.
[27:33.1]
Entendeu? Agora não tem aqueles dogmas, né? Essa classe média fala cada coisa que a gente não consegue nem entender mais o que esses caras falam. É um patrulhamento de comportamento. Viraram os fiscais do comportamento, os fiscais do politicamente correto. Ninguém mais aguenta esse tipo de esquerda.
[27:48.7]
Eu quero voltar à esquerda da luta de classe. Eu quero defender as mulheres, mas para defender creche, para defender, por exemplo, Lavanderia pública para tirar o peso de ter que lavar a roupa das mulheres pobres. É isso que a gente tem que defender.
[28:05.3]
Eu não quero defender visibilidade trans. Eu quero defender emprego para as transsexuais. Eu quero defender qualificação profissional como para qualquer pessoa. A opção sexual de cada um é problema dela, não é problema meu. Eu não posso transformar isso em bandeira política, minha gente.
[28:21.2]
Então assim, eu estou defendendo luta de classe, o que a esquerda sempre defendeu. E a esquerda hoje fica defendendo comportamento, parece uma ONG. Então, eu tô filiando, vou disputar o PT agora e mais ainda. Então, fiquem calmos, eu filiei pouca gente. Eu vou filiar muito mais ao longo dos anos, porque nosso trabalho político cresce no Rio de Janeiro, vai crescer muito mais no Brasil inteiro e nós vamos disputar o PT.
[28:43.3]
Paciência! Se vocês estão presos na zona sul do estado de vocês e se vocês estão acostumados a não filiar ninguém, acabou, porque eu vou passar a filiar mais ainda do que filiar. E com essa predominância da sua força política no PT do Rio, quem você está preparando para presidir o partido?
[29:00.0]
Cara, eu acho Humberto Costa um bom presidente. Nacionalmente? Nacionalmente. Eu acho que Humberto Costa é um bom presidente, porque eu acho que esse rapaz de São Paulo, Edinho… Mano Brown disse que o PT devia voltar para as periferias. tinha saído e abandonado as periferias.
[29:16.6]
Eu não consigo ver o Edinho, aquele cabelo engomado, aquele sapato engraxado, subindo a mangueira comigo ou indo num assentamento do MST. Eu prefiro um cara que é senador, por exemplo, como Humberto Costa, que continue na presidência do PT. Aqui no Rio, quero anunciar aqui de primeira pra você, vai ser um furo que eu sempre dou quando venho aqui.
[29:35.1]
Aqui no Rio será o secretário de Habitação do Eduardo Paes, o meu filho Diego será o presidente estadual, porque Fabiano tem que se concentrar em viabilizar a candidatura dele a vice-governador, vai chefiar o GTE, vai organizar a chapa de deputados estaduais e federais e Diego será o presidente estadual do PT.
[29:55.7]
É uma revelação, um furo aqui no programa essa informação. Agora, sobre o Fabiano, você essa semana esteve com o prefeito Eduardo Paes e nessa conversa com o prefeito Eduardo Paes você logo anunciou que lançou o Fabiano como um nome para compor a chapa de Eduardo Paes em 2026.
[30:12.8]
Queria que você falasse um pouco mais até que ponto há viabilidade concreta, como o Eduardo Paes recebeu essa proposta e a partir desse encontro o que você vai fazer para trabalhar, para consolidar o nome de Fabiano como vice da chapa de Eduardo em 26?
[30:30.8]
Olha, eu já disse que o ideal, na minha opinião, para o Lula, tudo para mim é o presidente Lula. Eu acho que o Lula é a pessoa mais importante da história do país, da esquerda brasileira e a reeleição do Lula é fundamental. Para o Brasil, para o brasileiro, para o povo brasileiro e para a esquerda. Nesse sentido, eu acho que o Eduardo devia ser o vice do Lula.
[30:50.7]
O Kassab devia oferecer ao Lula o Eduardo como vice, porque a gente isolaria o bolsonarismo. Pampolha assumiria pelo PMDB o governo do Estado e a gente teria um governador próximo. Eu topo até uma aliança com o Cláudio.
[31:07.7]
para ajudar Cláudio na eleição para senador, topo que a gente… Explica melhor, quer dizer, Pampolha seria candidato, ficaria assumindo o governo, o Eduardo seria candidato a vice do Lula, e não seria candidato a governador, e nessa composição Cláudio também seria o candidato que teria, de certa forma, apoio do PT, é isso?
[31:30.0]
A Mocidade, na década de 90… sonhar não custa nada, o meu sonho é tão real. Mergulhei nessa magia, a política é magia. Então, eu sonho com isso. Num acordo com o Cláudio, com quem temos ótimas relações aqui no Rio, Eduardo, vice do Lula e Pampulha, governador.
[31:48.8]
O sonho, isolando o bolsonarismo, trazendo 80% da política para o Lula. O estado onde o presidente Lula pode crescer mais na política, no acerto político, é o Rio de Janeiro. Eu sonho com isso. Não podendo acontecer isso, eu acho que Eduardo vai dar um banho nessa eleição para governador, porque não tem adversário, porque o nosso governador, como todos os políticos brasileiros, precisam de mandato.
[32:13.1]
O governador precisa de mandato. O Pampolha vai ser governador e eu acho que não vai dar tempo de se construir nenhuma alternativa ao nosso querido governador, ao nosso querido prefeito. Olha aí já o vice. É o nosso querido prefeito, o maior prefeito da história do Rio e que é um cara que pode salvar o Rio de Janeiro, vai salvar o Rio de Janeiro, que é Eduardo Paes.
[32:33.4]
Nesse sentido, nós estamos oferecendo Fabiano Horta para ser o vice na chapa do Eduardo. Eu vou começar a correr o Estado junto com o Fabiano para chamar prefeitos, meus queridos prefeitos, agora sou presidente da Associação Brasileira de Municípios, vou chamar os prefeitos, vou chamar os deputados, vou chamar os vereadores, vou começar a ajudar a organizar esse grande movimento de salvação do Rio de Janeiro, mostrando as políticas que o Fabiano e eu fizemos em Maricá, falando aquilo que o Eduardo vai fazer pelo Estado do Rio e, portanto, vou sair em campo agora para poder ajudar o Estado do Rio a se viabilizar.
[33:05.8]
E a gente vai continuar essa conversa, esse papo de política já já. Vamos ao rápido intervalo, o Jogo do Poder já volta.
[33:24.8]
Voltamos com o Jogo do Poder, agora no último bloco, com o prefeito de Maricá, Washinton Quaquá, com a participação do jornalista Marcelo Macedo Soares. Quaquá temos seis minutos aí para encerrar, queria fazer uma análise rápida da situação do governo Lula. Essa semana nós tivemos uma pesquisa da Quaest, que mostra que a desaprovação do governo Lula cresceu muito nos últimos meses.
[33:49.2]
Como você avalia isso? Que tipo de saída tem o governo para recuperar a sua popularidade? Por outro lado, uma pesquisa que saiu também logo no dia seguinte mostra que o Lula venceria todos os demais candidatos, até porque a direita está dividida em muitos nomes ali, a família Bolsonaro, com o impedimento do Bolsonaro.
[34:08.6]
Como é que você analisa essa situação e que se você tivesse que fazer uma sugestão para o presidente Lula recuperar a sua aprovação, o que você diria para ele? Olha, eu acho que essa viagem ao Vietnã e ao Japão já demonstrou isso.
[34:24.3]
Ele levou uma boa parte da política lá no avião. Eu já disse isso tudo pra ele, tá? Eu acho que o governo Lula pegou um país quebrado, arrasado, 200 bi de déficit. E nós fizemos todo o ajuste fiscal, equilibramos as contas do país.
[34:42.9]
O Brasil hoje é um país que está muito bem do ponto de vista das contas de governo. O Haddad fez um grande trabalho ali. Nós aprovamos uma reforma tributária que estava há 40 anos parada e que foi feita. O Brasil tem uma inflação controlada. Acima da meta…
[34:59.5]
mas que porcaria de meta de 5%? A inflação está completamente tranquila, teve um probleminha com os alimentos no mundo todo, por conta da seca no mundo inteiro, do problema de alteração climática, mas está dentro, vai baixar. Nós temos a menor taxa de desemprego da história do país e o maior crescimento, todo o mercado dizia que o Brasil ia crescer 0,8%, cresceu 3%.
[35:25.8]
Crescimento imenso. Então o governo tá bem, não tá mal. Agora o governo tem problema na política, precisa consertar a política. Agora, por que você acha que o governo tá bem, mas a percepção da sociedade não é essa? Cara, eu acho que tem coisas que o presidente Lula precisa fazer, eu disse isso pra ele, e olha, eu entrei falando, presidente, eu tô fazendo um programa em Maricá, que eu vou financiar a Juro Zero com um ano de carência, moto elétrica pra entregador.
[35:49.2]
Vou botar uma usina solar onde eu vou encher a bateria da moto do cara de graça. Vou fazer umas estaçõezinhas pra que o cara fique ali no ar-condicionado tomando café enquanto ele espera a entrega dele. Você vai financiar a moto elétrica? Vou financiar a moto elétrica e vou dar um ano de carência.
[36:05.5]
Isso dá uma imagem de contemporaneidade, de modernidade. Ele falou pra mim… Vou te falar uma coisa. Nós estamos pensando por telepatia, porque eu vinha falando isso no carro. Então ele já está atento com essas coisas. O que precisa agora é criar meia dúzia de novas políticas para esse que eu chamo de “seviriariado¨, o povo que se vira para sobreviver, esse empresário de si mesmo, esse empreendedor de si mesmo.
[36:29.4]
A gente tem que focar na política para essas pessoas. Então acho que o governo tem que começar a fazer algumas políticas inovadoras porque está muito bem. O governo está bem. Precisa agora focar. Eu vou botar agora, por exemplo, para a igreja evangélica. para templo católico e para templo de igreja africana, de matriz africana, energia solar, para o cara não pagar energia.
[36:48.2]
As igrejas são importantes para a vida das pessoas. Então, esse embricamento com a nova sociedade brasileira, eu acho que falta o governo fazer. E você acha que, enfim, o Lula está perfeitamente atinado a essas necessidades de mudança que devem acontecer? Você acha que até o final do ano há uma expectativa de mudança nesse quadro de desaprovação do presidente?
[37:07.9]
Ninguém derrotará o presidente Lula, o governo tá indo bem, vai melhor ainda e ele agora vai fazer mais política e vai ser o novo presidente da república novamente. Quaquá, nós estamos encerrando o programa. Você, a despeito, digamos, de ser do PT, você tem uma relação muito boa com o governador Cláudio Castro.
[37:28.0]
Ele liga para você, você liga para ele. Afora a questão administrativa que dois, digamos, políticos que estão à frente do executivo de um município, de um governo, que se interdependem. Você tem uma relação, você discute com ele um pouco de política e você defende uma espécie de aproximação política com ele.
[37:47.1]
O que seria isso, exatamente? Olha, o Cláudio não é um cara de esquerda, mas também não é um cara de ultradireita. O Cláudio é um cara de centro, um cara civilizado, tem me ajudado muito na relação política. Eu preciso pouco de dinheiro do governo do Estado. Eu não preciso de nada, mas preciso de boa relação.
[38:03.3]
Eu tive oposição de vários governadores, né? Sérgio Cabral que foi contra mim, o próprio Pezão que é meu amigo, mas tinha muito problema. O Cláudio nunca tive problema com ele, sempre agiu republicanamente comigo. E eu defendo que a gente se aproxime do Cláudio Castro, que é um bom governador, tem problemas, o Estado estava quebrado, etc.
[38:20.3]
Mas, enfim, eu quero aproximar a esquerda do centro no Rio de Janeiro e quero aproximar o governo Lula do governo Cláudio Castro. O Cláudio Castro tem dito que ele tem sido esquecido, abandonado pelo governo federal, tem sido maltratado pelo governo federal.
[38:38.0]
Você acha que isso procede? Olha, o que o Itamaraty fez com ele na reunião do G20 foi uma desconsideração. Eu acho que ele tem que chamá-lo para a COP agora, para a reunião do BRICS, trazê-lo institucionalmente para perto e eu acho que essa coisa se chama política. É poli, é muito.
[38:54.0]
Não é monolítico, não sou só eu. É político, então nós temos que ser políticos. Pra encerrar, nessa composição aí com vistas a 2026, você é um dos poucos políticos que transita bem com todos os que estão envolvidos nisso. Você está bem com o Bacelar, tem boa relação com o Pampolha e é amigo do Eduardo Paes.
[39:12.3]
Até que ponto você pode costurar, digamos, algo que componha as forças políticas do Rio ou você acha que isso é impossível? Olha, eu tô com o joelho ruim, só vou consertar o joelho pra entrar em campo em eleição em 30. Por enquanto eu cuido de Maricá, Maricá Futebol Clube.
[39:28.0]
Em 30 vai ser candidato a quê? A senador ou governador? Eu acho que é o Senado, meu amigo Romário, porra, eu gosto dele pra caramba, é meu peixe, mas eu acho que vai sobrar pra mim, entendeu? Muito obrigado, Quaquá, pela sua presença. Foi um prazer mais uma vez recebê-lo aqui no Jogo do Poder.
[39:46.2]
Valeu. Muito obrigado, Marcelo Macedo Soares, por ter comparecido também a esse programa, participado desse debate. E obrigado a você que nos acompanhou de casa. O Jogo do Poder, como sempre, volta no próximo domingo às 23h15. Muito obrigado pela sua audiência.
[40:01.4]
Tenham todos um bom final de domingo, uma boa semana e até lá.
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