O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que diversos países têm procurado o governo norte-americano para negociar acordos comerciais com o objetivo de evitar as tarifas recentemente impostas por Washington.
A declaração foi feita durante jantar do Comitê Republicano do Congresso Nacional (NRCC), na noite de terça-feira, 8.
Segundo Trump, a nova política tarifária adotada por sua administração tem gerado reações imediatas de líderes estrangeiros.
“Estou dizendo a vocês, esses países estão nos ligando, beijando minha bunda”, afirmou. “Eles estão morrendo para fazer um acordo: ‘Por favor, senhor, faça um acordo. Eu farei qualquer coisa, qualquer coisa, senhor.’”
A Casa Branca implementou, na semana anterior, uma tarifa inicial de 10% sobre uma variedade de produtos importados.
Novas tarifas, mais elevadas, passaram a valer nesta quarta-feira, 9, como parte da chamada “reciprocal trade agenda”, estratégia comercial que visa reequilibrar a balança dos Estados Unidos com países que registram superávits significativos no comércio bilateral com Washington.
Durante a assinatura de uma ordem executiva na Casa Branca, também na terça-feira, Trump afirmou que as novas medidas estão gerando impacto econômico positivo para o país.
“Eu os chamo de acordos sob medida, não prontos para uso”, declarou. O presidente ainda alegou que os Estados Unidos estariam arrecadando US$ 2 bilhões por dia com a aplicação das tarifas.
Trump também afirmou que aproximadamente 70 países já manifestaram interesse em negociar com os Estados Unidos em resposta às novas diretrizes comerciais.
A proposta do governo é realizar tratativas individuais, ajustadas às especificidades de cada país, em contraste com os acordos multilaterais que vinham sendo adotados por administrações anteriores.
O governo norte-americano tem justificado a política tarifária como uma tentativa de promover maior equilíbrio no comércio internacional e proteger setores considerados estratégicos.
Segundo Trump, as tarifas são uma ferramenta para pressionar parceiros comerciais a reverem práticas consideradas desvantajosas para a economia doméstica dos Estados Unidos.
Além do impacto econômico, o presidente também associou os efeitos das tarifas ao cenário político interno. Em sua fala, previu uma vitória expressiva do Partido Republicano nas eleições legislativas previstas para 2026.
“Vamos vencer as eleições de meio de mandato, e será uma vitória retumbante, estrondosa”, afirmou. “E eu realmente acho que estamos sendo muito ajudados pela situação das tarifas… vai ser lendário, vocês vão ver.”
As declarações ocorrem em meio a críticas, inclusive de parlamentares do próprio Partido Republicano, que demonstram preocupação com os possíveis efeitos negativos da política tarifária sobre consumidores, investidores e setores produtivos dos Estados Unidos.
Há também movimentações no Congresso para limitar o poder do Executivo de impor tarifas sem autorização legislativa, especialmente em casos em que as medidas ultrapassem o prazo de 60 dias.
Trump rebateu as críticas e afirmou que os resultados econômicos justificam a manutenção da política. Em sua avaliação, a indústria americana estaria sendo beneficiada pelas tarifas, com impacto direto na geração de empregos e no crescimento da produção nacional.
As novas medidas tarifárias fazem parte de uma série de ações do governo norte-americano voltadas à revisão das relações comerciais internacionais. Países como China, Japão, Coreia do Sul e membros da União Europeia já foram atingidos pelas tarifas, o que levou a reações diplomáticas e a discussões sobre retaliações.
O governo dos Estados Unidos sustenta que a adoção de tarifas é uma resposta a práticas comerciais que considera desleais, como a imposição de barreiras não tarifárias, subsídios estatais e manipulação cambial. O objetivo declarado é garantir condições de concorrência consideradas equitativas para produtos e serviços americanos no mercado global.
As negociações com países interessados em evitar ou reduzir as tarifas seguem em curso. A Casa Branca não divulgou detalhes sobre quais nações estão envolvidas nas tratativas, nem os termos das eventuais propostas de acordo. A expectativa, segundo membros do governo, é que novos anúncios sobre avanços comerciais ocorram nas próximas semanas.
As decisões do governo Trump seguem gerando repercussões tanto no cenário político interno quanto nas relações internacionais.
Com a política comercial se tornando um dos principais eixos de sua plataforma administrativa, o presidente mantém o foco em medidas unilaterais e na reavaliação de compromissos multilaterais, o que tem redefinido a atuação dos Estados Unidos no comércio global.
Com informações da RT
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